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sábado, 22 de julho de 2017

Depressão Não Tem Cura

Foto pertence ao blog Simples e Clara


Uma fase, acho que a mais difícil da minha vida, quando me separei, me vi sozinha com duas crianças pequenas. Hoje sei que não estava sozinha, mas na época era o que sentia, solidão. Perdi o chão. A responsabilidade de ter filhos pequenos, sem trabalho fixo, extremamente magoada, decepcionada... "E agora, o que eu faço?" — pensava.

Um dia acordei e chorei. Muito! O dia todo. E no outro dia também. Disfarçava quando meus meninos estavam perto, depois me recolhia em algum canto e continuava a chorar. Não me lembro o que se passava em minha cabeça, acho que tudo, desde o começo, não só do casamento, mas o começo da vida. E dúvidas, dúvidas, dúvidas.

No outro dia continuei chorando... Minha mãe me telefonou e eu não consegui disfarçar e nem responder nada do que ela perguntava. Só me lembro de ouvir dela "Arruma suas coisas que vou aí te buscar".

Obedeci. Tranquei a casa e fui. Continuei chorando. Voltei pro meu quarto de solteira, agora com meus filhos. Que tristeza... Não pelo fim do casamento (todo fim é sofrido), mas por tudo, por onde eu tinha errado, porque estava acontecendo tudo aquilo, enfim, mais perguntas sem respostas.

Daí em diante me tranquei. Trabalhava como autônoma e com isso conseguia me manter, e, claro, com a ajuda do ex e de meus pais também. Não saía de casa mais pra nada, a não ser levar os filhos à escola! Era casa, filhos, casa, filhos. Só isso. Engordei muito. 

Passado mais um tempo não me importava com mais nada, além de meus filhos. Digo que fiquei uma pessoa idosa e sem alegria nenhuma.

Quando me deitava pra dormir, conversava com Deus. Perguntava a Ele até quando eu viveria? Queria uma resposta, saber quando seria meu último dia. Comecei a ter insônia. Passava noites em claro, me alimentava mal, mas meus filhos ficaram inume a tudo isso. Graças a Deus! Quando acordava na manhã seguinte, ao abrir os olhos, questionava Deus por eu ainda estar viva. Queria nunca mais acordar, queria sumir dali, desaparecer e contava com a ajuda d'Ele. Ficava até brava em ter acordado. Nas noites de insônia eu planejava minha morte. Como seria eu morrer? Como eu morreria sem causar sofrimentos às pessoas? Mais uma vez pedia ajuda a Deus, pois não tinha coragem de acabar comigo. 

Ele nunca atendeu meus pedidos...

Depois de um bom tempo, talvez anos, comecei a ter taquicardia. Do nada meu coração acelerava. Ficava com medo de entrar nos lugares e morrer sufocada. Filas, bancos, supermercados? Tinha pavor! Sentia calafrios e taquicardia. Sensação de morte...

Numa de minhas idas ao minimercado, perto de casa (já havia voltado pra minha casa), na fila do caixa, comecei a sentir tonturas. Deixei tudo lá e disse pra moça do caixa que não estava me sentindo bem. Ela, gentilmente me ajudou a atravessar a rua. Eram duas quadras de minha casa... Custei a chegar... Liguei pro meu pai e pedi que me levasse ao Pronto-Socorro. 

Cheguei lá o médico fez os exames de praxe e pediu pra que eu me levantasse. Eu respondi que não aguentaria, que iria desmaiar, ou então morreria ali mesmo. Ele insistiu e eu obedeci. Fiquei encostava na mesa, com tonturas. Ele pediu pra eu me sentar e disse que eu não tinha nada. Eu fiquei nervosa e perguntei a ele se ele não via que eu estava morrendo. Ele disse pra eu me acalmar, receitou um floral e disse pra quando eu chegasse em casa, deitasse e não pensasse me nada, apenas respirasse e só isso. Diagnóstico: Síndrome do Pânico, e provavelmente também estava com Depressão.

Acho que depois de ouvir isso de um estranho me dei conta do que eu estava fazendo com minha vida. Hoje eu sei que provoquei, que talvez tenha sido fraca, que não soube lidar com a situação, que, de certa maneira, me tornei vítima da vida e de todos.

Muitas coisas aconteceram durante esse relato, mas o que eu queria colocar era isso: Depressão, mais a Síndrome do Pânico, matam! Perdemos a noção da vida, das coisas, dos valores, das pessoas... Perdemos tudo! A dor é tão intensa e inexplicável, que queremos acabar com ela a qualquer custo. Qualquer lugar seria melhor do que a vida vivida. É a dor da alma... É uma tristeza constante, um desânimo, que pode muito bem ser disfarçado. Mas lá no íntimo é morte em vida, é o desassossego de respirar, de enxergar, de comer, de beber, de fazer coisas, de ter coisas, de ser coisas... É o "tanto faz" estar aqui ou lá, respirar ou não, viver ou morrer... Tanto faz.

Ainda demorou alguns anos pra eu me sentir "curada", mas sei que Depressão não tem cura. Apenas não permitimos mais que tudo isso se aproxime

Cada pessoa lida de um jeito. Eu, por exemplo, desviei o foco, mudei de direção, deixei pra trás o passado, voltei a enxergar cores, voltei a me enxergar no espelho... Vocês sabiam que quem tem depressão não se enxerga no espelho? Não se identifica com a imagem refletida?

Deus não ouviu minhas preces... Obrigada, Deus! Obrigada por ter me confiado filhos maravilhosos! Eles me seguraram por aqui... 

Tem um texto meu, de 2014, que é um dos mais lidos: O Dia Em Que Eu Venci A Depressão

Portanto, não subestime quem tem sintomas de Depressão. Não é frescura, nem falta do que fazer, nem falta de umas chineladas e muito menos falta de um pinto. Quem tem Depressão precisa de ajuda sim! Tenha paciência e nunca, em nenhuma hipótese, julgue o outro. Ninguém sabe o que se passa e as consequências em ouvir o que não se deve, o desnecessário. Se não tem palavras de conforto pra transmitir, fique calado. 

Clara Lúcia

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

A Cristaleira



      Depois de passar o fim de semana na casa de uma irmã mais velha, em outra cidade, Nair voltou para sua casa, cansada, louca para deitar em sua cama e dormir um pouco. Depois dessa viagem, ela constatou que não tinha mais idade para tanta aventura, mesmo a cidade ficando a 3 horas de distância. Não tinha mais paciência em ficar sentada dentro de ônibus por tantas horas, com gente conversando o tempo todo, crianças gritando, chorando, comendo, enfim, Nair sabia que estava velha.

      Era a primeira vez que ela viajava sozinha depois de ficar viúva. Passados exatos dois anos, sua única filha a incentivou a respirar novos ares, a conversar com a irmã que não via há anos, a passear e distrair a cabeça com outra rotina que não fosse a sua. Por tanta insistência ela aceitou, mesmo a contragosto, só para agradar a filha. Nair era assim mesmo, não sabia falar não, mas não significava estar satisfeita com a situação. Não gostava de confusão, nem de discussão e nem de desagradar as pessoas. Era uma senhora tranquila que sofria por não se impor, acabando por fazer o que não queria. Nair sofria e chorava, escondida em seu canto, sua casa, seu quarto, sua cama e seu travesseiro que agora fazia as vezes de seu amado Odair. Que falta ele fazia em sua vida!

      Ainda não havia superado a perda dele, mesmo tendo o apoio de pessoas queridas que sempre estavam por perto para distraí-la, confortá-la e ajudar no que fosse preciso. Era a recompensa por ter sido uma mulher cuidadora. Às vezes se sentia constrangida, pois nunca soube o que seria ser cuidada. Tipo de mulher que nasceu para cuidar, e o fazia muito bem.

      Chegando em casa, Nair levou um susto! Sua louça e sua prataria não estavam no lugar de sempre, em sua cristaleira antiga e reformada. Ficou estática olhando e esperando alguma explicação da filha Roberta.

       Mãe, amanhã chega a prataria novinha e a louça moderna para enfeitar essa cristaleira. Tudo estava tão velho que eu resolvi doar para umas pessoas carentes. A senhora vai ver como vai ficar lindo!  disse, com entusiasmo, para a mãe.

      Nair só deu um sorriso acanhado, entortando a boca para um lado, abaixou a cabeça e foi para seu quarto. Desabou na cama e chorou... — "Mas que petulância da Roberta que nem sabe nada da vida e vem pegar minhas coisas e dar pra quem eu nem conheço! Não basta ela ter suas coisas e agora vem intrometer nas minhas?" — Pensava, soluçando baixinho para que Roberta não a ouvisse.

      Se levantou, foi até o maleiro do guarda-roupas e tirou uma caixa onde guardava fotos antigas. Despejou em cima da cama e achou uma de seu casamento, época que tinha o costume de colocar os presentes sobre a cama. Lá estavam sua prataria e suas louças. Chorou e apertou a foto em seu peito, fechando os olhos e se lembrando daquele momento único.

      Nair lembrou de cada detalhe, de cada peça ganhada, todas inteiras e brilhantes. A prataria ganhou de uma das madrinhas que era mais bem de vida. Nunca foi usada, por dó e por medo de estragar. Não era uma prata de boa qualidade, mas brilhava como um espelho. A louça antiga, conjunto para seis pessoas, continha pratos rasos, pratos fundos, xícaras de chá e xícaras de café, além de uma sopeira que parecia ser trabalhada à mão de tão perfeita. Era branca com desenhos delicados de rosas cor-de-rosa e um filete dourado nas bordas. Pelo tempo e pelo uso haviam alguns trincados e uns lascados nas bordas. Nair ganhou da avó e eram o seu xodó, que agora habitavam outros lares. Seriam lares ou seriam apenas casas com pessoas desorganizadas e mal-cuidadosas? Talvez já estivessem até quebradas pelo mau uso. Nair chorou de soluçar só em imaginar a cena de um prato espatifado no chão.

      Nunca perdoaria a filha por essa atitude. Mas depois de pensar muito resolveu não tocar no assunto e continuaria vivendo até seus últimos dias com esse nó na garganta.  "Que os dias sejam breves e curtos"  pensava Nair. Por pirraça, ela resolveu doar também a cristaleira para uma parente distante, que sabia ser caprichosa em sua casa e que deixava tudo bem arrumado e conservado.

      Resolvido o problema, Nair foi decaindo aos poucos, dia a dia, e sempre quando estava sozinha em seu quarto suas orações eram direcionadas ao amado Odair, para que viesse lhe tirar dessa vida e levá-la para junto dele. Não queria mais viver, não queria mais passar pela sala e ver aquele vazio onde ficava a cristaleira com sua prataria e suas louças. Como doía lembrar que Roberta lhe arrancou um sentimento! Que ousadia da filha mexer em seus objetos e decidir o que fazer! Por que não esperou que morresse? Poderia até jogar tudo fora de uma vez, mas esperasse pelo menos ser enterrada. Nair tinha pensamentos depressivos e a cada dia que passava andava com a cabeça mais baixa, passos lentos, sem se cuidar e sem se alimentar como deveria. Perdeu o encanto da vida...

      Nair, com sua paciência e bondade, nunca mais saiu de casa a passeio. Queria esperar a morte perto do pouco que lhe restava, que agora estava trancado em seu guarda-roupas, escondido. Poucas lembranças que ornavam alguns objetos carregados de valor sentimental. Valor da vida, de décadas vividas, de choros, risos, sofrimentos, alegrias, de dores, de cores, de cinza e de branco, como aquele vestido todo rendado, acinturado, com um véu de tule que lhe cobria toda a parte de trás e se arrastava pelo chão, recolhendo todo farelo e grãos de sujeira que estavam no caminho ao altar, onde viveu o momento mais feliz de sua vida. O dia decisivo para uma união duradoura, de amor, de respeito, de companheirismo, e que agora o "até que a morte os separe" se fez valer.

     

      Texto publicado em 29 de julho de 2014 - Editado

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Um Triste Fim


Dia desses, caminhando pelo centro de minha cidade, vi um aviso numa loja, acho que centenária: "Liquidação para fechamento da loja". Levei um choque!

Outros tantos estabelecimentos fecharam, tanto no centro, como nos bairros. Fábricas de pequeno e médio porte, indústrias de exportação, supermercados, enfim, é a crise atacando o interior do estado de São Paulo.

E olha que Franca foi considerada, segundo alguma pesquisa por aí, a cidade que mais abriu vagas de emprego. Triste.

Praticamente quem está tentando sobreviver nessa crise busca o cliente em casa, com call center, promoções, brindes e tudo que poderiam despertar um interesse em gastar o dinheiro em seus estabelecimentos.

Por outro lado a briga entre "torcidas" do Brasil direito e esquerdo continua. Parece que não prestam atenção que estamos no mesmo barco, que se continuar assim vai afundar e os governantes, todos, estão preocupados com delações, acusações, processos, julgamentos etc.

A mais nova, mas creio que é tão antiga quanto Adão, a corrupção na merenda escolar. Gente, será que conseguem realmente colocar a cabeça no travesseiro e dormir?

A gente chega num ponto que não dá pra defender nada além do pulso firme de colocar na cadeia e exonerar pra sempre o cargo público que ocupam.

Todos os jornais no mundo noticiando a vergonha da corrupção no Brasil!

Nunca se roubou tanto e nunca houve tantos caras-de-pau reunidos e se safando de acusações.

Não entendo muito bem como funciona, mas acho que vai demorar muito e talvez nem se ajeite como todos esperam. O que não dá é pra continuar como está, o estado sem governo, o Estado sem governante.

Lamento muito todos os milhares de desempregados que necessitam sustentar família e tudo o mais. Pensando assim, abre-se um buraco imenso, pois se o cidadão tem carteira assinada e foi demitido, receberá, ainda bem, o seguro desemprego por um tempo.

Enquanto isso os hospitais estão sem condições pra nada, escolas deixadas de lado, órgãos públicos sem um bom atendimento e os desvios de verbas mais descarados como nunca.

Triste.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Incesto

Mais uma polêmica de Walcyr Carrasco, Amor à Vida, Rede Globo, 21 h. 

Herbert é ou não é o pai de Gina?

Segundo Ordália, ele não é o pai de Gina, pois ele a teria abandonado, na juventude, e ela, descontrolada, começou a sair com vários homens sem ao menos saber quem eram. E eu pergunto: será que ela já não estaria grávida, sem saber, após ele a abandonar?

Veremos os próximos capítulos.

Mas fica aqui a polêmica. Por que tantos não conseguem sequer imaginar uma cena de incesto, ou de amor homossexual, ou de obesidade ou qualquer outra cena que foge dos padrões normais?

Vão dizer que novela influencia. Será mesmo? Será que uma pessoa muda assim, do dia para a noite, só porque assiste novela?

Quantas e quantas pessoas que sabem ou pensam que sabem suas origens quando na verdade não sabem? E se relacionam com alguém que poderia ser seu irmão, ou irmã, ou pai, como é o caso de Gina, existe o crime mesmo não sabendo?

Se procurarmos histórias em todos os cantos do planeta, certamente saberíamos de casos semelhantes. Pai com filha, irmão com irmã (isso já foi notícia), enfim, parentes próximos que se apaixonam sem saber suas origens.

E falar sobre esse assunto assusta sim, é polêmico, incomoda mas é a realidade, querendo ou não.

Não é comum, claro, mas existe incesto sim. E por que não falar publicamente sobre o assunto?

Pessoas nascem com a certeza de quem é a mãe, mas nem sempre com a mesma certeza de quem é o pai.

Um caso para se pensar na falta de responsabilidade de alguns em gerar um ser e sabe-se lá o que virá ou quem encontrará pela frente durante a vida. A vida dá voltas, nos surpreende, nos decepciona e o inesperado sempre acontece.

E fica a culpa. Que culpa se os envolvidos são inocentes?

É muito grave isso, não é?

Não condenem o autor, é corajoso o suficiente para debater esses assuntos que a sociedade abomina mas que é vítima tanto quanto.

É conversando que se chega a um denominador comum, é conversando e discutindo que leis são aprovadas, é se sentindo horrorizada que percebemos que o mundo é enorme, redondo, e tudo pode voltar a se encontrar nas situações mais inesperadas.

Conto uma história real: uma mãe sempre perguntava à filha com quem ela estava namorando ou se relacionando. Investigava tudo, nome e sobrenome, nome do pai, enfim, um segredo guardado a sete chaves. Para a menina era apenas uma preocupação e um interesse de mãe, mas para a mãe era uma bomba relógio que poderia explodir a qualquer momento, pois sabia que o pai que a filha acreditava ser seu não era o biológico. E aí? Será que a filha sempre falava a verdade para a mãe sobre seus relacionamentos?

É um horror, não é?


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Que Situação!


Então, filhos crescem, ficam adolescentes, se apaixonam e arrumam namorado. Ainda bem! Menos mal! Que bom, filha! Quem é? Quantos anos? Estuda onde? Ele é bom com você? Mora onde? Enfim, um questionário básico com o genrinho.

Ser sogra de primeira viagem não é fácil e, claro, tinha que acontecer algum mico gigantesco.

Mas isso aconteceu há uns anos, com o primeiro namorado de minha filha.

Primeiro ela me apresentou o rapaz no portão de casa, sem que entrassem. Depois, com o passar dos dias e o namoro indo bem, resolveu então levá-lo para dentro de casa. Até aí tudo bem.

Ele chegou, entrou, nos cumprimentamos, eu sentada no sofá assistindo um filme num canal a cabo, que nem me lembro o nome nem quais atores, minha filha foi para o quarto pegar algo e ele ficou na sala, atrás de mim. Ele perguntou o nome do filme, eu disse, falou mais alguma coisa e... Começou a passar uma cena de sexo, tipo sexo selvagem.

Silêncio total no recinto. Ele atrás de mim e eu sentada no sofá com o controle da TV na mão, praticamente morta, branca e quase embalsamada. Ele só disse "ui" e ficou ali até minha filha voltar.

A cena aconteceu em segundos, mas foram os segundos mais longos do mundo.

Minha filha voltou e logo os dois saíram. Aí sim, respirei e morri de rir. Gente, vocês têm ideia de como fiquei? O rapaz tinha dezesseis anos! Ainda bem que minha filha não viu nada.

O tempo passou, ele continuou a frequentar minha casa e ninguém nunca tocou no assunto. Depois terminaram, enfim.

E tempos atrás minha filha me lembrou desse episódio e disse que ele contou à ela. Pronto, morremos de rir de novo, de dar nó na barriga, de ficar sem ar.

Como a gente é besta, né?


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Engolir Sapos ou Soltar os Cachorros?


No meu tempo de menina, as crianças eram educadas a serem "educadas" com todos. Não podia isso porque não, não podia aquilo porque é falta de educação, não podia aquilo outro porque senão fica com fama ruim na cidade, não podia aquilo outro porque senão ia para o inferno... E as definições eram infinitas.

Mas não nos ensinavam como engolir sapos e ficar calada. E é claro que tinham os psicólogos, os formadores de opinião que incentivavam a ficar calada durante uma discussão. Eu ficava pensando, e os pais daquelas pessoas que tinham o hábito de agredir, não deram educação? Quem educou os mal educados?

Depois, em outra geração, a dos meus filhos, o que aprendi a engolir, "desensinei" a eles. Quer dizer, ensinei, é claro, a sempre ter educação, em qualquer lugar, mas também ensinei que se algo incomoda, se alguém ofende, maltrata, não é bom ficar calado. Não digo que tem que brigar, mas responder de uma forma em que a pessoa pelo menos saiba que não está falando com um idiota. Que se quer respeito, tem que primeiro respeitar.

E é assim que eu penso, depois de tantas cabeçadas, tantos sofrimentos por palavras que ficaram entalados em mim, me causando até traumas, hoje falo o que penso, respeito todos, mas gosto de ser respeitada também. Não incentivo uma discussão mas também não fico calada suportando o que não mereço.

Os psicólogos defendem essa atitude também, de não ficar calado, de não ter medo de expor seu modo de pensar e agir, enfim, de não guardar o que não lhe pertence.

Padre Fábio de Melo, em um de seus vídeos, fala exatamente isso: não colocar nas costas o que os outros dizem e que você sabe que não é, que não lhe pertence. Nesse caso melhor ficar calada porque discutir com quem não sabe ouvir, é perda de tempo.

Engolir sapo é horrível porque nunca mais nos esquecemos do agressor e de suas palavras afiadas. E digo que ficamos até arquitetando uma vingança caso a pessoa diga isso, responderemos aquilo, na lata! E a vida passa, os dias voam e quem agrediu nem se lembra mais da nossa existência. E quem engoliu o sapo, se lembra até da roupa que a pessoa usava quando agrediu.

Sou a favor, sempre, da gentileza, da educação, da tolerância, dos bons modos, mas tem atitudes que não dá só para aguentar. E tem gente que é assim mesmo, fala pelos cotovelos sem se importar se está humilhando ou agredindo e tem gente que não consegue ter uma atitude de responder a uma agressão e com isso guarda mágoa pelo resto da vida. Isso adoece a alma e o corpo.

Se existisse o respeito, a boa conversa e saber que cada um é de um jeito e pensa de uma forma, ficaria muito mais fácil. Mas o ser humano é assim mesmo, carregado de defeitos e uma explosão de emoções.

Difícil isso!

O que vocês acham? Calar ou responder?


segunda-feira, 3 de junho de 2013

Cabeça Gorda


    
      Segunda semana de dieta, Lívia estava subindo pelas paredes por sentir falta das guloseimas que lhe alegravam o paladar todos os dias. Mas resolveu pegar firme e tomou a decisão de emagrecer e abrir mão das delícias e pecados da gula.

      Essa seria um dia decisivo pois seria o dia de enfrentar a balança e ver os resultados. Ficou surpresa e super feliz quando eliminou três números do total de seu peso. Começou a gargalhar e a agradecer a Deus pela ajuda e a agradecer a nutricionista pelo apoio e paciência. Ganhou abraços, carinhos, apoios e se foi, toda faceira, enfrentar a segunda semana.

      Ao caminhar de volta para casa, sentiu-se bem mais leve e ainda estampava no rosto um sorriso besta e teimoso que insistia em permanecer carimbado. Afinal hoje era dia de comemorar a vitória. Lívia sabia que não havia ganho a guerra ainda, mas estava feliz demais para ficar pensando no final da guerra.

      Passou em frente a padaria que costumava frequentar e nem olhou para dentro. Passou reta, prendendo a respiração para não sentir o perfume daqueles pecados que tanto lhe alegraram por tanto tempo. Mas a dureza não demorou mais que alguns segundos. A funcionária e amiga de Lívia, Rosângela, foi até a porta e chamou-a. Lívia parou, respirou fundo e voltou o rosto para dizer um oi. Rosângela, não satisfeita, gritou-a de novo e foi até ela, puxando-a pelo braço e perguntando porque havia sumido da padaria. Lívia, com preguiça de contar toda a história, disse apenas que estava sem tempo para ir todos os dias na padaria. Rosângela, insatisfeita, continuou puxando-a pelo braço, arrastando-a até dentro da padaria. Ela não resistiu e entrou.

      Lívia, ao sentir aquele aroma e ter aquela visão dos deuses gorduchos fabricantes de guloseimas, respirou fundo e soltou um "ai, meu Deus", lamentando estar ali naquele momento. Sabia que não resistiria e cairia em tentação. E foi o que aconteceu. Ficou conversando com a amiga e de olho em tudo a sua volta. Se lembrou da semana sofrida e dos três quilos eliminados. "Ah, mas hoje eu posso comemorar, só um pedacinho e pronto! Nem vai fazer diferença." E pediu um sonho, quentinho, fresquinho, com recheio de doce de leite, polvilhado com açucar de confeiteiro. Uma tentação. Fechou os olhos e deu a primeira mordida. Hmmmmm.... Só isso que sabia pensar naquele instante. Nem prestava mais atenção na conversa animada de Rosângela. A cada dentada, uma satisfação, uma comemoração e nenhum arrependimento. Depois compensaria na semana o que havia comido naquele dia.

     Terminado o sonho, escolheu uma barra de doce de leite, daqueles que dissolvem na boca, que derretem sem precisar mastigar. Comeria quando tivesse vontade. Não resistiu e também escolheu uma barra de chocolate, desses comuns, com poucas calorias. Lívia sabia que chocolate não tinha poucas calorias, mas com o pensamento positivo não engordaria por conta de um simples chocolatinho.

      Ainda faltavam algumas quadras até chegar em casa, então também comprou um refrigerante diet para tirar o gosto doce da boca. Foi embora toda feliz bebendo aquele inocente refrigerante.

      Chegando em casa, guardou os doces bem escondidos para que não tivesse mais a tentação. Preparou uma sopa de legumes e essa foi sua última refeição do dia. Hora de dormir, Lívia deitada rolando de um lado para o outro e o sono não vinha. Sua mente estava naquele armário, naqueles doces que havia escondido.

      "Ah, mas o que é que tem de mais eu comer esses doces?" - pensava. Se levantou e pegou os doces. Cheirou, encostou-os nos lábios e deu uma mordidinha em cada um. "Hmmmmm.... como é pode uma pedacinho tão insignificante fazer um estrago na gente?" - não pensou duas vezes e comeu todos.

      No outro dia acordou alegre, satisfeita e com o mesmo corpo. Pronto, já sabia que aquelas gulodices não engordavam. Ficou aliviada e continuou seu dia de dieta.

      A partir desse dia, Lívia comia uma barra de doces todos os dias, porque se aqueles todos não a fizeram engordar, então se comesse só um por dia, não engordaria também.

      Passou uma semana maravilhosa, bem diferente da primeira em que não colocara um grão de açucar no organismo.

      Chegou o dia de pesar. Lívia chegou toda perfumada, linda, radiante e com uma roupa bem leve para dar a impressão de ter eliminado mais peso. Subiu na balança e... "Engordou, dona Lívia. Cinco quilos a mais" - disse a nutricionista, dando bronca na coitada. "Mas como engordei, se fiz tudo direitinho e até passei fome?" - respondeu indignada para a nutricionista.

      Depois de todos se pesarem, Aline, a nutricionista, pediu para que Lívia permanecesse para que conversassem. Descobriu as tramas para enganar o estômago que Lívia fazia, pegou suas mãos e mais uma vez lhe explicou que não era proibido comer, mas que essas coisas são muito calóricas e por isso são limitadas para quem precisa eliminar gordura do corpo. Pegou uma tabela de calorias e mostrou à Lívia que prestava atenção em tudo. Também encaminhou-a a um psicólogo para que tirasse de sua mente a cabeça gorda que ela carregava consigo.

      Mais uma vez Lívia começaria tudo do zero, agora com a missão de eliminar cinco quilos em uma semana e não três como era da primeira vez em que começara.

      São as armadilhas do dia a dia, coisas pequenas mas que fazem um estrago enorme no resultado final.


     

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Intolerância na Internet

Intolerância - Característica do que é intolerância ou repugnante.
Ausência de tolerância ou falta de compreensão.
Comportamento - atitude odiosa e agressiva - de caráter político ou religioso, daqueles que possuem diferentes opiniões.
Intransigência a diferentes opiniões.


Todos nós sabemos que para viver em sociedade temos que ter uma certa paciência e tolerância com as pessoas. Pelo menos é assim que aprendemos desde sempre. Respeito.

Se você não concorda ou mesmo não suporta alguém, simplesmente não fica perto, se afasta e vai cuidar da sua vida. Mas é claro que tem aqueles que gostam de falar pelas costas, criticar, xingar, desejar o mal etc. Mas na frente da pessoa é um anjo de candura. Esses são os bonzinhos embutidos.

E tem aqueles que não têm medo de falar olhando nos olhos, enfrenta uma discussão, um bate-boca, defende sua opinião sem agredir o outro. Esses são os bocudos, os arrogantes, os chatos.

Engraçado isso, não é? Mundo hipócrita demais!

Na internet isso não é diferente. E acontecem as mesmas coisas, as mesmas discussões, os mesmos bate-bocas e a pessoa exclui aquela que não suporta. Isso é bom.

Mas tem uns que exageram demais! Agridem, xingam, dão sua opinião e não aceitam discutir uma proposta diferente. Não conseguem enxergar que as pessoas são diferentes e pensam diferente. E como têm muitos seguidores, um batalhão de comentários a apoiar o dono da postagem. Sinceramente não sei se isso é bom.

Acho que tem que discutir sim, mas sem agredir, sem xingar, sem ofender. E se tiver alguma coisa engasgada na garganta, chame a pessoa num local particular e fale diretamente para ela. Ninguém precisa presenciar isso. Mas o que geralmente acontece é a pessoa não aceitar a opinião alheia e ficar falando pelas costas, com suas palavras, a sua versão. É claro que os amigos vão defender. Isso é lógico em qualquer lugar. Mas já que está num lugar público, porque não ouvir as duas partes?

Pessoas que se julgam os donos da verdade absoluta e quem pensa o contrário ou defende uma outra coisa, é o errado. A pessoa tem todo o direito de fazer suas escolhas, assim como outras têm o direito de falar o que bem entende. São pessoas distintas. Se há um pingo de educação, entram num consenso e tudo se resolve da melhor forma possível.

Mas o que geralmente acontece é que se julga uma pessoa por uma frase, uma palavra, um comentário, como se essas poucas palavras fosse a pessoa inteira. Não basta não curtir ou não compartilhar, têm que humilhar de alguma forma, num outro canto, no seu canto com seus amigos.

Isso é constrangedor demais.

Muitos criticam que alguns só elogiam, só falam coisas boas. Mas porque não só elogiar e só falar coisas boas? Se é virtual a gente nem conhece direito e por que não ser gentil com todos? E concordar ou discordar mas com respeito?

Imagine uma sala imensa com várias pessoas, cada um com sua vida, suas manias, seus pensamentos, seus problemas, e todos conversando sobre um assunto. Uns concordam, outros não... E sempre tem aquele que não concorda e começa e ofender quem pensa o contrário. Todos param e ficam olhando ou ficam do lado ou de um ou de outro. E fica aquele clima chato, deselegante, pesado... Tem gente que gosta de polêmica, mas até para ser polêmico tem que ter uma certa diplomacia para defender, saber o que está falando e quem sabe, convencer o outro de que não é bem assim. Ponto para essa pessoa.

O que custa ouvir ou ler o que o outro pensa a respeito? Às vezes não temos informação suficiente, pensamos equivocadamente e não enxergamos algo que esteja escondido. Então essa é a chance de clarear as ideias e pensar melhor. Sempre terá alguém mais bem informado, ou mais capaz de racionar de um jeito mais claro. E sempre temos o que aprender seja em qual assunto for.

Mas, como ninguém é igual a ninguém, graças a Deus, aprendemos a conviver aos trancos e barrancos em qualquer lugar, seja no real ou no virtual.

A mágoa é a mesma, a dor é a mesma, os lamentos são os mesmos e a indignação também é a mesma. A vida é diferente de cada um.

Lembram que temos dois ouvidos, dois olhos, duas narinas e somente uma boca? Então... Será que foi proposital Deus nos fazer assim?


sexta-feira, 26 de abril de 2013

Celular no Banheiro


Dia desses, à noite, minha filha se arrumou e me disse: "mãe, já volto, tá?". Tá bom, filha. E saiu.

As horas foram passando, passando e essa menina não chegava nunca. Meia noite, meia noite e pouco e nada. Liguei pro celular. Tocou, tocou e nada! Esperei um pouco, chamei de novo, tocou, tocou e nada!

Quem é mãe sabe como funciona cabeça de mãe, não é? Desespero total! A gente já imagina um sequestro relâmpago, um acidente de moto (vai que ela inventou de andar de moto com alguém), um acidente de carro em que ela foi lançada pra fora do carro e ficou desmaiada ou em coma sem ninguém pra acudí-la; vai que ela resolveu ir embora sem contar pra ninguém (sem motivos, claro); vai que pegou um ônibus errado e foi parar num lugar desconhecido e não tem como voltar pra casa; vai que um cachorro mordeu suas pernas e ela está no hospital; vai que... vai que.... Gente, mãe pensa tudo isso e muito mais!

Respirei fundo, chamei de novo e... Celular desligado... Caixa Postal. Meu Deus, será que alguém roubou o celular dela? Chamei de novo, caixa postal de novo...

As horas passavam e eu agoniada quase que chamando a polícia pra dar um jeito nessa menina.

Com um fiozinho de esperança liguei de novo: "Alô, mãe?". Respirei fundo... "Amanda, onde você está, criatura?", "Tô aqui na casa de minha amiga, perto da faculdade, esperando carona pra voltar pra casa...", "Você sabe que horas são?", "Sei, mãe, já toinu...", "Por que não atendeu o celular?", "Não ouvi porque o celular tava no banheiro..."

Oi? Alguém me explica essa nova tecnologia em que o celular tem que ir ao banheiro?

Noite perdida, filha chegou inteira sem nenhum arranhão, deitou e dormiu como um anjo... E eu, a mãe, tentei recolocar meu coração no lugar e dormir um pouco. Ai, Jesus, me abana?

Um ótimo fim de semana pra todos!!!


sexta-feira, 29 de março de 2013

Um Morto Que Não Morreu

 Lucimar reencontra Morena - novela Salve Jorge

Nós ficamos a imaginar como seria reencontrar uma pessoa que até então estaria morta, mas não está. Se fosse na hora do velório com todos vendo tudo, todos sairiam correndo com medo, mas quando não temos notícias e não sabemos como foi, não vemos o corpo e nem o túmulo com o epitáfio, tudo fica só na imaginação. Mas fica uma dúvida se isso realmente aconteceu. Como São Tomé que teve que ver para crer.

Vou contar uma história que me aconteceu e que até hoje não consigo entender o porquê a pessoa foi capaz de fazer uma maldade tão grande.

Na época de faculdade, nós todos jovens e com os hormônios todos gritando dentro de nossos corpos, é claro que sentimos atração por outras pessoas. No meu caso um grande amigo, que tínhamos muita afinidade, se tornou um namorado. Durou muito pouco, acho que uns dois meses. Bem, terminamos o curso e cada um foi cuidar da vida. Mas durante esses poucos dois meses, foi tudo muito intenso (aliás as coisas na minha vida costumam ser intensas), e por bem, não nos falamos mais desde o término do namoro relâmpago.

Nunca mais tive notícias, eu me casei e fiquei sabendo, aliás, deduzi que ele também havia se casado. Mas sabe aquela situação de que nunca nos esquecemos? Não era um amor intenso, mas acho que a forma como tudo aconteceu e terminou que marcou muito.

Anos se passaram, vida que seguiu seu rumo e um dia resolvi que ia procurá-lo para saber como estava. Comentei com uma pessoa e esta pessoa que não vou mencionar nem aqui e nem em lugar nenhum pois já está abolida de minha vida, me incentivou a fazer isso sim. Fiquei feliz, mas não fiz o que queria logo depois de tomar essa decisão. Achei melhor deixar passar um tempo e ver a melhor forma de procurá-lo.

Um tempo depois, essa pessoa me disse que ele havia morrido num acidente de carro e que o filho pequeno também havia morrido. Ela disse que assistiu pelo noticiário local e reconheceu a foto e o nome dele. Como eu confiava cegamente nessa pessoa, não confirmei nada, não procurei saber de nada e não pesquisei para saber como foi. Apenas chorei muito e sofri por uns dois anos.

A impressão que eu tive foi de remorso, por não tê-lo procurado antes e por não ter esclarecido enquanto estávamos por perto, ainda na faculdade. Sofri muito, durante dias, meses, chorava pelos cantos, escondida de meus filhos e a depressão que eu tinha tomou mais conta ainda de meu corpo e de minha alma. Como a vida era injusta!

Me lembro que um tempo depois eu convidei essa pessoa para ir até a cidade do rapaz e visitar seu túmulo. Ela disse que não, que seria sofrimento demais, que era para eu rezar de onde eu estava, que seria melhor. Continuei acreditando e "obedeci".

Depois de um tempo, comecei a navegar na internet e pesquisei o nome dele. Achei um perfil em uma rede social. Gelei. Deixei para lá, mas a imagem dele não saía de minha cabeça.

Um dia resolvi deixar uma mensagem, para talvez, o dono da página responder. Talvez a página seria de algum parente, não sei...

No outro dia veio a resposta DELE!

Vocês conseguem imaginar o que eu senti? Não, ninguém imagina a sensação de saber que uma pessoa dada como morta, estar viva.

Depois conversamos algumas vezes, falamos sobre família, filhos, trabalho e fiquei aliviada por saber que não ficou nenhuma mágoa desde aquele tempo. Depois nos afastamos de novo, por conta de ciúmes de sua mulher. Mas se ele está bem, está ótimo.

Não consigo entender porque tanta maldade no coração de algumas pessoas que provocam o sofrimento nos outros. Por que essa pessoa que eu confiava tanto foi capaz de me dar tanto desgosto e de me decepcionar tanto? Não podemos entender e nem saber o que se passa na mente de algumas pessoas, mas aprendi a não confiar em ninguém nunca mais. Eu não desconfio de ninguém mas também não confio em ninguém.

Mentes humanas que Deus, na sua perfeição, não nos permite invadir, para o nosso próprio bem.


sexta-feira, 22 de março de 2013

Ó Língua Portuguesa, Salve, Salve!


Fujam para as montanhas! O fim está próximo!

É com grande tristeza que todos nós tivemos o desprazer de ler isso nos noticiários, em todos!

Eu me recuso a acreditar que um aluno escreveu uma receita numa prova de redação e mesmo assim tirou nota razoável. Onde vamos parar, meu Pai?

Será o fim de uma língua maravilhosa, porém difícil, que anos e anos aprendemos, decoramos, procuramos escrever corretamente e de repetente alguém que não deve ter o mínimo de bom senso diz que a prova não fugiu do contexto do tema. Ah, vá!

Fico me lembrando do meu tempo de ginásio, onde éramos obrigados a ler livros, um ou dois por bimestre, que valeriam nota em provas oral e escrita. Era nota de bimestre. Me lembro do pavor de alguns que não conseguiam interpretar o texto e me lembro que comprava a coleção Vaga-Lume de Machado de Assis, José de Alencar e outros, encapava com plástico transparente (ainda os tenho até hoje) e lia e amava! A Pata da Gazela, Cinco Minutos, A Moreninha... Tantos!

Depois tínhamos aula de Literatura onde éramos obrigados a decorar poesias e declamar na frente de todos, também valendo nota de bimestre. Dona Delze, que era odiada por uns (por todos), e tanto bem nos fez! Castro Alves, Olavo Bilac... e outros que não me lembro agora. "Ora direis, ouvir estrelas...", Navio Negreiro... Como não se lembrar?

E redações e mais redações, ditados, interpretações, leituras, média sete para passar de ano, escola pública que era um exemplo. Acabou! Quem foi daquela época sabe como era difícil.

Depois inventaram essa progressão continuada. Leiam AQUI como toda essa palhaçada começou e quem foi ou quem foram os culpados do ensino estar em extinção.

Agora, com essa do ENEM parece que foi o tiro de misericórdia no ensino, na língua portuguesa, na esperança de gente com um mínimo de conhecimento para saberem escolher os funcionários ao qual nós pagamos, para tomarem conta do nosso país.

A impressão é que o povo, a grande maioria, toma conta de tudo. Se não "conseguem" seguir o ensino, por preguiça ou por outro motivo, o Estado dá uma forcinha para que ele não desista. Nunca vai incentivá-lo a melhorar. O ensino se adapta ao aluno quando deveria ser ao contrário. O que importa para o governo são os números, as estatísticas. O Estado prefere gente ignorante e burra, para poder ludibriar sem esforço nenhum. Eles sempre saem impunes porque são eles que fazem as leis e não vão fazer leis para prejudicá-los. Mas o povo que se contenta com o mínimo do mínimo não pensa que enquanto eles ganham o mínimo do mínimo, os canalhas governantes roubam milhares de milhões. Idolatram, fazem campanha, colocam num altar para depois serem esquecidos num canto qualquer do país.

Lamento muito! Muito triste com tudo isso!

Cada um pode fazer sua parte, continuando a dar exemplo aos seus filhos e não caindo nessa armadilha de que saber escrever corretamente, estudar e se esforçar não vale a pena.

Um ótimo fim de semana para todos!


segunda-feira, 18 de março de 2013

Manias


Tenho muitas!

Acho que a mais predominante é a mania de organização, de ver cada coisa em seu lugar, mesmo que o lugar não seja apropriado, é o lugar designado para aquilo.

Posso dizer que nunca arrumei uma gaveta... Estranho? Não! Nunca arrumei porque nunca baguncei gaveta nenhuma. Nunca arrumei armários, nem guarda-roupas, nem nada. Apenas limpo, mas ter que tirar tudo para organizar, não.

Já fui bem pior. Não conseguiria viver no meio de bagunças, mas me adaptei um pouco depois que tive filhos. Não dá para ser cem por cento organizada tendo filhos. E agora então, com cachorros correndo pela casa, praticamente impossível.

Aqui no interior geralmente quando vamos à casa de alguém, quando entramos ouvimos "não repara na bagunça". Essa frase eu nunca disse para ninguém. Hmmmmm... sou chata, né?

Uma mania que tenho é de não gostar de ir em loja onde o vendedor fica grudado em mim o tempo todo, ou então que ele tenha que ir nos fundos da loja buscar trocentas caixas, para eu escolher, ou então que tenha que tirar toda a prateleira e colocar no balcão, para eu escolher. Bem, como libriana sou um pouco indecisa (mentira, sou muito indecisa para certas coisas, para escolhas), então, ver aquela montanha de coisas na minha frente, me dá agonia e me tira o foco do que eu realmente quero. Parece que fico na obrigação de ter que escolher algo só para não ficar feio... E mesmo depois de escolher, tenho a mania de ficar arrumando as roupas, dobrando, colocando os sapatos nas caixas... me dá aflição alguém ter que bagunçar o local só para euzinha escolher.

Não sei deixar bagunça por onde ando. É quase um TOC.

Se alguém quer me deixar completamente desnorteada é só colocar roupas em cima da minha cama e deixá-las lá. Ou então no sofá ou em cima da mesa... Me dá uma angústia sem fim!

Acho que sou metódica demais. Não sou de ficar mudando móveis de lugar e nem mudando de lugar o que já está arrumado. Tudo eu sei onde está e estará lá sempre!

Meu filho é organizado como eu, guarda tudo e é um sacrifício ele se desfazer de algo que não usa mais. Já achei até aquele papel de sorteio de amigo invisível no meio de suas coisas....

Minha filha é bagunceira, não organizada e.... bem, deixa para lá. Quando ela era pequena, tinha a mania de pegar uns fiozinhos de meus cabelos e ficar enrolando enquanto mamava, ou quando a pegava no colo para dormir. Eram pouquinhos fios que acabam fazendo um nó com perda total. Tinha que cortar. Hoje ela tem mania de ficar enrolando o próprio cabelo, quando está deitada. Mas não a ponto de fazer nó.

Apesar de ser metódica demais, já me disseram que sou hiperativa. Não sei se é verdade, mas não gosto muito de ficar parada. Gosto de mexer em tudo, e quando estou fazendo algo, minha mente trabalha a todo vapor.

Essa é outra mania que tenho, de fazer várias coisas ao mesmo tempo e terminar tudo na mesma hora. Só não vale cozinhar e fazer uma outra coisa, porque com certeza, algo queimará. Acho que é coisa da idade, não sei...

Outras manias simples que alguns acham estranho: ler revista do final para frente, ler livro no começo, depois ir para o final para saber como termina e só depois continuar (a angústia é bem menor assim). Não me importo de saber o final da história, o que importa é como ela será contada. Também tenho mania de comer a sobremesa antes das refeições e adoro comer doce antes do café da manhã. Também tenho mania, mas acho que é hábito, de andar rápido. Não sei como é passear devagar, como diz minha filha. Quero logo chegar no destino mesmo quando não tenho pressa.

Bem, cada um com suas manias. O importante é que respeitem isso da gente do mesmo modo como respeitamos as manias dos outros.

E vocês, que manias têm?

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Viagem de Balão



      Cíntia, mais que depressa, ainda eufórica por ter sido a ganhadora num sorteio pela primeira vez na vida, ligou para a amiga Camila e quase não conseguiu contar com detalhes que sorteio era esse que ela, por maldade segundo Camila, não avisou para participarem juntas. Cíntia não parava de rir e de pular com o telefone na mão, até que deixou-o cair e sem se despedir, colocou-no no gancho.

      Mais que depressa foi tomar um banho rápido, colocou uma roupa nova, um sapato que não combinava com nada, mas que ela gostava muito, passou chapinha na franja, pegou bolsa, documentos, o capacete pois tinha uma moto, e foi buscar seu prêmio no supermercado que ficava no bairro vizinho ao que morava.

      Para ganhar o sorteio, a pessoa teria que comprar seis potes de uma marca nova de iogurte, sabor melancia. Cíntia odiava melancia, mas como era para participar, comprou assim mesmo. Nem se deu ao trabalho de experimentar o iogurte, apenas guardou a nota fiscal que comprovasse a compra. E deu certo! Foi sorteada! O prêmio? Ela não se lembrava... Iria no supermercado pegá-lo.

      Chegando lá, entrou com tudo no supermercado, sem tirar o capacete, Todos ficaram olhando, sem entender nada e alguns até se afastaram pensando ser algum assalto. O segurança do local foi atrás de Cíntia, segurou em seu braço e pediu para que tirasse o capacete. Ela se assustou, não entendendo nada, ficou olhando para o rapaz enorme, corpulento, de terno preto e com fone no ouvido. Aí se lembrou do capacete e tirou-o, rindo e pedindo desculpas. Contou sobre o sorteio e pediu informação de quem ela deveria procurar. Ele a encaminhou para uma sala. O gerente estava esperando-a.

      - Parabéns, dona Cíntia! - cumprimentou-a, mas o que lhe chamou a atenção foi o sapato roxo com detalhes em amarelo, que ela insistia em usar, mesmo não combinando com nada. - Que dia vamos marcar o passeio?

      - Passeio? Ganhei um passeio? Pra onde? - perguntou, com um sorriso estampado na cara.

      - Pela região mesmo. O baloeiro vai lhe mostrar as regiões montanhosas por aqui perto. Podemos marcar para sábado? - respondeu o gerente.

      - O quê? Passeio de balão? Que balão? Aqueles enormes, que tem fogo dentro? Ai, meu Deus! - Cíntia sentou na cadeira que ficava frente à mesa do gerente.

      - Sim, não viu o cartaz com a promoção e o balão imenso?

      - Ahãm... vi! Como é que eu vou subir num troço daquele? Não subo nem escada, nem salto alto eu uso, como é que vou andar de balão? - começou a se perguntar, em voz baixa, mesmo sabendo que o gerente ouviria tudo.

      - Fique tranquila, tudo vai dar certo! E não precisa ficar com medo, é tudo muito seguro, eu te garanto! - respondeu o gerente, apertando a mão de Cíntia e mais uma vez conferindo seu sapato estranho.

      No sábado, Cíntia acordou bem cedo, fez uma prece, ligou para a amiga Camila e disse que não iria porque aquilo não era para ela. Camila tranquilizou-a e disse que estaria rezando por ela, que o importante era estar sobre terra. Imagina se fosse sobre o mar? Riu de sua piada sem graça e desligou o telefone.

      Cíntia colocou o capacete, pegou a bolsa, e foi! Com o mesmo sapato roxo com detalhes em amarelo. Chegando lá todos a receberam com entusiasmo e depois que entrou naquele quadrado do balão, não aguentou e se sentou. Estranhou todos ficarem olhando para ela e sorrindo, até que o piloto lhe sugeriu tirar o capacete, porque o passeio seria seguro e tranquilo. Ela, mais uma vez sorriu timidamente e tirou o capacete, entregando-o a um homem que estava ajudando na organização do passeio. O piloto ligou o fogaréu, desamarrou as cordas e partiram.

      Cíntia não fazia outra coisa a não ser rezar, o tempo todo fazendo o sinal da cruz, segurando o rosário que era de sua mãe. Implorava para o passeio terminar rápido. O piloto ria de seu pavor, conversava com Cíntia e conseguiu, depois de alguns minutos, segurar em sua mão.

      - Venha ver que lindo! Olha o sol que majestoso! Olha a brisa suave, olha os passarinhos nos acompanhando...

      De tanto ele insistir e puxando-a pela mão, Cíntia conseguiu ficar agachada, de forma que só sua cabeça ficasse para fora, para ver a paisagem.

      - Ahhhhh, que lindo! - admirou o que viu, mas continuou agachada.

      Aos poucos, foi se levantando e, agarrada ao piloto, ficou de pé. Praticamente não respirava e apertava tanto o rapaz que ele só achava graça da medrosa. O passeio demorou meia hora, com um dia lindo, ensolarado e pouco vento.

      Pronto! Terra firme! Cíntia saiu do balão e não conseguia andar. Caiu de joelhos no chão e ali ficou, não acreditando no que havia feito. Mas a paisagem era tão linda, que por fim ela relaxou e sorriu. Agradeceu a todos, colocou o capacete e se foi!

      Chegou em casa e foi direto à geladeira. Pegou o iogurte, abriu e colocou uma colherada na boca. Fez cara de asco e jogou-o fora junto com os outros cinco. - Pelo menos esse horror asqueroso serviu para alguma coisa - pensou em voz alta, ainda em êxtase por tamanha aventura que jamais havia pensado que um dia iria realizar.

      Foi o assunto do mês para Cíntia, que tinha pavor de altura, mas que enfrentou o medo e seus olhos presenciaram as paisagens mais espetaculares que já havia visto.

      Fim.

Participando do projeto Bloínquês - 5ª Edição Visual - Tema: Viagem de Balão.


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O Primeiro Carnaval

clube dos bagres - franca/sp

      Foi nesse clube aí: Clube dos Bagres, que ficava perto de minha casa, quando ainda era uma menina. Era minha diversão diária. Foi lá que aprendi a nadar sozinha, que me torrava num sol escaldante, que não me importava com nada e que um dia, de tanto nadar, nadar e nadar, desmaiei! Tive começo de insolação porque não me preocupava em me alimentar e nem em beber água enquanto estava no clube. Coisas de infância.

      Então, quando eu tinha uns oito anos, talvez dez, não me lembro, resolvemos ir na matinê no clube. Nunca tinha ido e nem imaginava como seria. Só sei que todos gostavam e era muito divertido. Isso no começo dos anos 80.

      Coloquei um shortinho, uma blusinha, passei brilho nos olhos, um batom rosa e fui.... descalça! Não sei porque todos deixaram que eu fosse descalça. Completamente ingênua e sem noção de nada!

      O clube estava lotado, muita serpentina, confete, muita gente (acho que a maior aglomeração que eu tinha visto na minha vida), e o som muito, muito alto. Eu ficava olhando aquele tumulto todo e não sabia como eu ia me divertir me juntando a eles. A quadra era dividida ao meio, com um cordão, onde de um lado estavam as crianças menores e do outro lado, os adultos. Ficavam "correndo" em círculos, como um redemoinho, e no centro ficavam apenas alguns. Achava estranho porque não via tanta graça assim em ficar "dando de roda" num tumulto.

      Do lado das crianças era até bom, mas as crianças eram bem menores que eu e estavam acompanhadas pelos pais, que às vezes as colocavam nos ombros, para protegê-las. Do outro lado, dos adultos, era mais rápido e o círculo girava com mais intensidade. Eu tinha a impressão de que se alguém caísse, seria pisoteado. Mas mesmo assim me arrisquei algumas vezes. Um horror! Foi essa a impressão que tive no meio daquele tumulto. Todos os braços levantados, os moços no centro do círculo esperando alguma moça mais bonitinha passar para poderem segurar em seus ombros e continuar correndo no círculo. Eu que não ia deixar ninguém me agarrar ali não! Mas eu era uma menina, e quem ia agarrar uma menina ali, em plena matinê?

      Isso sem falar que eu estava descalça, então podem imaginar como ficaram meus pés, meus dedos... ainda não entendo como é que me deixaram ir descalça.

      Me lembro que não ficamos até o final. Sinceramente não achei muita graça não. Não via sentido em ficar num lugar com um barulho ensurdecedor, com gente suada me encostando, com todo mundo pisando nos meus pés, com aquela bagunça de serpentina e com os confetes grudados nos meus cabelos e entrando na minha boca.

      Depois, quando já estava adolescente, com meus dezoito anos, aí sim, fui num clube noturno, a contragosto de meu pai, mas como era (sou!) muito topetuda, fui assim mesmo. E gostei. Não amei, mas gostei. Mas isso é uma outra história.


Acho estas máscaras lindas!!!!


Um ótimo carnaval para todos!!!


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Vou Perguntar sobre o BBB

Big Brother Brasil - BBB

Com este texto vou participar do projeto Boínquês - Solta o Verbo BBB. É só clicar para quem quiser conferir e participar.

Eu confesso que já assisti! Os primeiros, quando tudo era novidade. É viciante mesmo e a gente acaba perdendo um tempo enorme só para saber o que gente que a gente nem conhece está fazendo. Depois, me cansei e não mais quis saber. Mas ficamos sabendo de um jeito ou de outro, porque em todos os lugares esse assunto sempre aparece.

Eu não entendo porque tanta polêmica envolvendo um programa numa TV aberta, onde os que assistem, assistem e pronto; enquanto os que não assistem, ficam pregando para ninguém assistir.

Por que alguns têm tanta vontade de mudar a vida alheia assim? Não basta só não assistir? Não gosta, não assiste, não comenta, não critique. Simples!

Cada um sabe o que faz com seu tempo, com seu dinheiro, com sua família, com sua vida. O que importa para os outros o que eu faço na minha casa?

Mesma coisa para as novelas. Já assisti muito e não vejo nenhum problema. Se é bom ou ruim, isso quem resolve sou eu e não alguns que dizem que novela não presta. Não presta é ficar pregando que alguma coisa não presta! O que são as novelas? Para mim são histórias interpretadas, como os livros, com a diferença que com livros nós lemos a história. É melhor, porque quem lê, escreve melhor, pensa melhor, elabora melhor, interpreta melhor. Mas qual o mal em assistir novelas? O que muda na minha vida, outra pessoa me dizendo para não assistir novela? Nada! Eu faço o que eu quero!

Eu concordo que não dá para entender como um programa que não acrescenta nada a ninguém, faz tanto sucesso de audiência. Mas ficar pregando que não é para ninguém assistir, porque faz mal, porque dá mau exemplo, porque isso, aquilo, aí não. Quer maior mau exemplo do que essa bosta de políticos que temos por aí? Por que ninguém fala nada? Por que ninguém faz um "acampamento" lá na porta dos Ministérios, para provocar uma saída de todos eles? Não ficam acampados lá naquele shopping olhando aquela gaiola de vidro, com pessoas dentro?

O BBB é um programa de entretenimento e para muita gente talvez a TV é a única diversão

Quer assistir só cultura? Pague uma TV a cabo e resolva o problema.

Olha, numa coisa eu fico triste: saber que muitos jovens estão tratando do próprio corpo somente para esse fim, como BBB, musa de não sei o quê, e se esquecem de alimentar o cérebro com o que realmente precisa. A mídia é uma arma poderosíssima que influencia sim muitas pessoas. Mas aí vai de cada um saber o que quer para si.

É triste saber que tem uma gaiola de vidro num shopping em algum lugar, onde pessoas ficam expostas, como animais raros ou selvagens, e a plateia fica torcendo para que uma saia de lá e vá se confinar numa casa onde todos se mostram de todos os jeitos... por dinheiro. Um jogo!

Mas isso é minha opínião. Não assisto. Não dou audiência, não dou lucro, não critico quem assiste.

E vocês, o que acham? Assistem? Qual a opinião que têm sobre o BBB? Me conta?

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Um Caso para Internação


Dia desses, num dia de consulta de rotina, na hora marcada fui ao UBS (Unidade Básica de Saúde), aqui perto de casa. Chegando lá, o prédio estava em reformas e uma atendente me informou que os atendimentos seriam feitos em outra UBS, num bairro próximo ao meu. Ela explicou, mostrando com a mão, o caminho que deveria ir até chegar lá. Fui.

Andei, andei, andei... e não achava o local. Fui perguntando e finalmente encontrei. Isso levou meia hora de caminhada, debaixo de um sol quente e um sapato não muito confortável.

Fiquei numa fila única esperando minha vez de ser atendida; até que uma luz veio até mim e me fez perguntar se era aquela fila que estavam atendendo. Não era! Era uma fila do lado, que não era fila pois estava um amontoado de pessoas e nenhum cartaz dizendo nada. Erro deles.

Bem, me informaram que o médico não atenderia aquele dia e remarcaram a consulta. Afffff!!!!

Saí, andando rápido, como sempre costumo andar, com uma certa raiva pela perda de tempo que tive. E à medida em que ia caminhando, olhando para os lados, não conhecia nada, nem as ruas, nem nada! E mesmo assim, continuei andando, andando, andando... e nunca chegava a avenida ao qual eu procurava para poder me localizar e voltar para casa. Achei uma outra avenida, a que fica duas ruas acima de minha casa. Fui andando por ela, e tudo muito estranho. Mas que coisa! Tive que perguntar para alguém se era mesmo aquela avenida. Era! Continuei andando e praticamente estava no fim dela e não conhecia nada. Então não tive outra opção a não ser perguntar se o meu bairro ficava por aquele caminho. A moça, dando um sorriso, me mostrou o caminho oposto ao que estava indo, dizendo que ficava "bem lá no começo". Affffffffffffeeeeeee!!!

Gente, eu me perdi! No meu bairro, na minha cidade e eu me perdi!

Dei meia volta e continuei andando, com os pés já doendo com aquele maldito sapato. E aí sim comecei a conhecer por onde eu andava. E ficava pensando como é que eu fui parar lá do outro lado... Simples, me respondi: quando eu saí do "médico", ao invés de ir pela direita, fui pela esquerda! E como ando muito rápido, nem prestei atenção em nada!

Mas que coisa, viu? Se eu soubesse que ia me perder e andar tanto assim, tinha colocado um par de tênis e uma roupa mais confortável...

É ou não é caso de internação?


quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Vício e indignação



É sim, a gente vicia muito rápido. Essa vida de internauta é maravilhosa! Mas, ficar sem computador depois que garramos uma paixão avassaladora pelo bichinho, é de morrer!

Ainda estou com limitações para poder usar internet, ainda sem computador e ainda com uma agonia que não acaba. Mas, fazer o quê? Tem que esperar, esperar, esperar....

Outra coisa chatérrima que aconteceu: apareceram (porque não foram convidadas e nem dei autorização de nada) umas propagandas no meu blog. Uma chatice mesmo, que desconfigura,  ficam com umas palavras com link que só de passar o mouse, aparece algo que com certeza ninguém tem interesse. Não sei se só eu vejo ou se quem acessa também vê. Mas isso é muito chato mesmo e como não estou com meu computador, não tenho como vasculhar e ver o que aconteceu para poder dar um sumiço de vez nesse intruso cara-de-pau.

Então, meus queridos amigos, quando tudo estiver nos eixos, eu retribuo todas as visitas com comentários que vocês gentilmente sempre deixam por aqui.

Essa é a indignação de que citei no título. Como tem gente sem noção nesse mundo, não é?

Invadem sem o menor respeito o espaço do outro, tomam conta e roubam o que nós cuidamos com todo o carinho durante muito tempo. Não consigo entender o que ganham com isso ou que satisfação sentem em não ter um bom senso via rede mundial de computadores. Que saco!

Onde está o respeito? É claro que quem tem esse costume, não vai ler isso, mas eu falo como desabafo mesmo, porque já vi tantos blogs sendo "roubados" e perdidos, por culpa desses imbecis cretinos e ocos de raciocínio, que fico p***** de raiva com isso.

Se essas pessoas usassem essa "inteligência" para algo útil, quem sabe hoje não seriam mais um rico ou milionário no mundo virtual? Mas não! É tão mais fácil destruir o que já está pronto do que criar e divulgar algo que preste. O mesmo digo para quem tem o hábito de roubar o post alheio sem dar os devidos créditos.

Pronto, falei!

Semana que vem tudo volta ao normal com meu computador, se Deus quiser. Me desculpem pelo transtorno, sim?

Uma ótima semana para todos!

Gentcheeee.... esse link estava na lateral do blog, mas sumiu! Que coisa! 
Quem se interessar por esse livro, que tem dois contos meus e mais vinte e três outros, também de novos autores e quiser comprar, é só clicar AQUI.



quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Quem vai administrar sua cidade



Desde quando exerci minha cidadania nas urnas pela primeira vez sempre defendi o voto válido e passei isso para quem eu conhecia. Mas hoje isso é passado. Confesso que estou desanimada e já resolvi anular meu voto.

Isso mesmo: depois de anos e anos, não me importo com nada mais!

Muita sujeira, muitos crimes, muita falta de vergonha na cara e nada acontece com eles. Estamos na expectativa desse julgamento do mensalão, mas, sei não, viu? Só acontecendo para ver se é isso mesmo. Podem até serem condenados, mas, uma coisa é ser condenado e outra bem diferente é cumprir a condenação. Aí entram os advogados que acham brechas em todos os lugares, entram os médicos para assinarem laudos de depressão, problemas cardíacos e por aí vai.

Hoje ligaram aqui na minha casa para fazer propaganda política. Que vontade de xingar que me deu! Mas sou uma pessoa do bem e educada, graças a Deus. Então, gentilmente eu disse para a pessoa que não gostaria de ouvir. E ela, muito sem saber o que fazer, agradeceu e me desejou um bom dia. Pelo menos a educação ainda prevalece na maioria das pessoas.

Mas e essa sujeira de panfletos na garagem e caixa de correios da gente? Esses carros infernais com o som no último volume passando na rua, e essas propagandas políticas na TV, rádio e se bobear, até nos nossos CDs aparece algum pedindo voto. Que coisa mais insuportável!

Quantas e quantas vezes eu preguei que um voto decide a eleição, mas mudei de ideia. Meu voto e meu bom senso não resolvem nada de nada. E não venham me dizer que não posso ser assim porque posso sim!

Acredito que enquanto houver impunidade, essa bandalheira vai continuar. Pronto! Cargo público virou sinônimo de enriquecimento fácil, e é lamentável o povo endeusar o candidato. Gente, o que é isso, heim? Fábricas, escolas e o c***** a quatro são parados para receber um ser comum, como eu e você, pura e simplesmente para contribuirmos com seu enriquecimento fácil. É CLARO QUE EU SEI QUE EXISTEM EXCEÇÕES.

Pergunta: onde estão as exceções que não encontro em lugar nenhum?

Pronto, gente, me desculpem o desabafo, mas tá difícil aguentar essas porcalhadas todas.
E seja o que o dinheiro quiser... quem grita mais alto, quem tem mais santinhos, quem tem mais tempo na TV, quem... quem... quem..... tem mais chances de ganhar, né?

Alguém tem algo a dizer? Sou toda olhos para ler.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O que eu odeio nos blogs

Vou colocar meu blog como espaço aberto para quem quiser "sugerir" o que desagrada quando visitam algum blog.

Não levem isso como ofensa ou crítica, afinal escrevemos para as pessoas acessarem e lerem, então, nada melhor do que fazer o que o leitor gosta, não é?

Será que alguém vai comentar alguma coisa? Eu adoraria! E na medida que surgirem comentários, atualizo aqui no post. Certo?

Bem, eu começo com essa bosta aí, que acho que ninguém aguenta. Sim, quando eu fiz meu blog também coloquei, mas um amigo disse que era ruim, então tirei. Pronto! E isso não me prejudicou em nada!

Que tal usar a moderação de comentários e eliminar de vez isso aqui? Então...



Estou esperando algumas sugestões... quem começa?

Se quiserem entrar como anônimos, fiquem à vontade.


"Uma coisa que atrapalha, eu acho que é o excesso de coisas na página. eu gosto de tacar tudo qto é porcaria na página, mas no fim a página fica pesada demais, demora mto pra carregar...e a pessoa que vai ler perde tempo. tem blog q exagera, pq tem música, relógio, temperatura, mural de recados, facebook, scripts disso e daquilo, videos, notícias... e o post some no meio da bagunça." - Alexandre Mauj

"E o que me incomoda nos blogs, mas tiro de letra, são os comentários de quem nem lê o texto.Chega pra deixar recados pra visitar!!" - Chica 

"O q mas mim encomoda nus broguis é herro di purtuguês.
Cridito qui si uma pesoa si propoem a faser um brogui, ela tem qui ter um mínimo di bão senço i iscrever pelo menos um limgua corretamente.
Tumem num gostu di breviaturas nus brogui. Tumem mim imcomoda." - KK anônimo 


"Clara, tem um montão de coisas, aqui vai algumas: Poluição visual me deixa até tonta com tanto pisca-pisca; Música, quando gosto do blog, a primeira coisa que faço é baixar o som, e o individuo que entra no seguir e nem deixa um comentário, seguir por seguir? Realmente não entendo...
O VAI E VÃO é p/ o anônimo rsrsrsrs, sou péssima em concordância, porém teimo em escrevinhar... Rsrsrs." - Bia Jubiart

"O que me incomoda nos blogues são as janelinhas pedindo para assinar feed, etc. e tal, que temos que fechar para ler o blog. Também aquele passarinho do Twitter e outros frufrus que ficam correndo sobre o texto atrapalhando a leitura. Poluição visual não gosto. #Falei." - Meri Pellens

"Clarinha, essa verificação de palavras é insuportável além da conta. Sou a favor da segurança, mas uma vez em que eu tenho um bom anti vírus no PC, posso dispensar totalmente essa verificação. Muitas vezes desisto de comentar.
Outra coisa é a poluição visual, cheio de "coisinhas" flutuando, piscando...(Aff!)
E música é outra coisa que me incomoda, pois não se consegue agradar a todos." - Ana Karla


"Clara - vamos lá então: não gosto de posts muito longos (admiro aqueles que sabem dizer muitas coisas, em poucos parágrafos, respeitando o tempo do seu leitor); outra, Pop up ou mensagem ao entrar no blog; outra, quando transformam o cursor em qualquer outra coisa, menos em cursor dificultando o uso do mesmo; outra, blogs abandonado, desatualizado com posts sempre antigos e, OUTRA, eu tenho que falar, não dá pra ficar quieto, desculpe - eu detesto verificação de letrinhas - É HORRÍVEL DEMAIS." - Lamarque

"Clara, o que me deixa agoniada são essas letrinhas em um idioma desconhecido prá comentar. Aff, me aperreia viu?! Outra coisa é umas formas de comentário que a gente não sabe como publicar, aff, chega perde a paciência e não consegue deixar os comentários kkkkkkkkk
Essas coisas me enlouquece! bjs" - Márcia Albuq


"Sabe o que eu faço, deixo de visitar os blogs que tem essa verificação! Ou se a pessoa tem twitter eu vou lá e falo para ela que aquilo é um horror e se ela quiser ajuda eu mando para ela como faz para tirar. Até agora para as pessoas que falei foram mega simpáticas e aceitaram minha ajuda e até agradeceram. Tomara que nunca pegue uma que goste das verificações e me mande para aquele lugar...rsrs..." - Adriana Balreira

"Aff, estas letrinhas são o fim da picada! Ainda bem que diminuiu muito, sigo só umas 3 pessoas que ainda têm.
Acho que blogs com muitas informações ficam pesados para abrir, mas visitas que vêm seguir só para deixar um recado para eu ir visitar o blog dele(a)é um saco, não gosto." - Valéria


"Detesto blog poluído, não gosto de comentário que não comenta, pedido de visita é o ó, até porque visito todo mundo que entra a primeira vez em meu blog. E detesto, aliás DETESTO aquela verificação que tenho que provar que não sou um robô, letras e números simplesmente embaçados, só faço um comentário se o blog for realmente bom, senão bye,bey... não gosto de música, mas esse pelo menos temos a opção de baixar o som." - Jussara - Palavras Vagabundas

"Tb não gosto nada do capcha ou lá como se escreve, embora entenda a moderação de comentários que aliás uso lá n'O Berço. O pior é que alguns quadros de verificação de palavras é tão estranho que nunca acerto nas letras à primeira tentativa e tenho vontade de desistir..." - Ruthia d'O Berço do Mundo 

"Quando tem muita coisa brilhando eu fico com a vista ofuscada... quando eu não consigo abrir de tão pesado ou demasiadamente "moderno" a ponto de não me apetecer entrar pela dificuldade que se me apresenta..." - Rosélia

"Detesto a tal verificação de palavras.Também não gosto de cursor enfeitado, acho que dificulta a leitura.Aprecio os autores que usam de bom senso no tamanho de seus posts, favorecendo uma leitura clara e prazerosa." - Calu

"Clara, as tais letrinhas são chatas mesmo! Música também não gosto. Penso que se alguém quer ouvir música, escolhe a que quer ouvir. Eu entro nos blogs para ler e de repente, concentrada na leitura, levo o maior susto com uma música que surge do nada!
Concordo com a Chica sobre os comentários de quem nem leu o post. Chato demais isso. Hoje mesmo li o comentário de uma menina no blog de uma outra dizendo "lindos os seus trabalhos", quando o post não era sobre trabalhos da blogueira... Nítido que comentou rapidamente, sem nem saber do que se tratava, só pra receber depois uma visita também... Chatooooo..." - Jussara

"O que eu não gosto mesmo são as tais letrinhas,pois nem de óculos enxergo direito!Tb não gosto de comentários anonimos e maldosos,porque aí vc não pode nem se justificar ou pedir desculpas pra pessoa se escreveu algo ofensivo.." - Anne Lieri

"A pior delas ultimamente são as letrinhas,pois tem hora que é muito dificil descobri-las.Mas o que chateia são os spam que vem junto com algum aplicativo de blog.Assim quando voce clica para comentar,abre uma pagina que nao tem anda a ver,como tem acontecido em varios blogs que entro, sobre uma tal loja DAFITI." - Toninhobira"

"O que tem me irritado mais são as letrinhas de identificação. Fiquei tão encabulada por nunca acertar na primeira - sempre na 5ª ou 6ª vez, que marquei uma consulta no oftalmologista. Não era nada com meu olho! As letrinhas se mostram embaçadas e uma sobre a outra. Isso não é normal! Agora piorou, o blogger está de brincadeira e alguns blogueiros macumunados para nos irritar.
Parei de visitar dois blogues que adorava, por causa do player de música que travava e depois fechava o meu navegador. Quem quer o que gosta de ouvir, não precisa colocar para tocar. As pessoas precisam entender, que os gostos não são comuns e eu posso muito bem estar ouvindo a música que escolhi para ouvir. Acaba gerando um conflito e eu tenho que desligar o áudio. Outro dia levei maior susto bem no meio do silêncio da noite. 
A terceira coisa é a falta de consideração por não comentarem seu post e trazer recadinhos de sorteios ou o famoso "Gostei do seu blogue, visita o meu". 
São coisas manjadas, mesmo assim as pessoas continuam como se a websfera lhes pertencesse." - Luma Rosa

"O que mais me irrita em blogs, sem dúvida, é música automática - nunca leio ou volto em blogs com música. E ainda tem alguns que colocam o player tão escondido que você não acha para poder parar a música. Como eu quase sempre estou ouvindo minhas próprias músicas enquanto navego, se simplesmente baixar o volume do computador fico sem música alguma.
Agora, tem muitas dicas aqui que vou adotar no meu blog também, viu? E, como leitora, acho que deixo a desejar, porque não costumo comentar com muita frequência, então sou destas que segue, mas não comenta (mas leio as postagens)." - Camila Guedes

". Elejo, portanto as "letrinhas" como sendo as vilãs dos blogs além das músicas e dos blogs que demoram a abrir. Também, tenho minhas falhas mas espero ir sanando-as aos poucos." - Silvia Gianni

"Pra mim a pior coisa num blog é a poluição visual.
Não é o excesso de imagem que me incomoda, e sim a falta de organização no visual do blog.
Você acessa e tem tanta informação "jogada" na página, que você fica totalmente perdida.
Além disso, a página fica pesada pra carregar e torna difícil a navegação.
E tem mais outra coisa que me irrita demais, os comentários que simplesmente nada tem haver com o post.
Isso é muita falta de educação e respeito." - Silvana Hadad


"Eu particularmente sinto-me incomodada com música alta que surge do nada, assusta! Não sou contra, mesmo porque algumas são pertinentes ao texto. Letrinhas , preferível ativar a moderação de comentários, enfeites , luminosidade,
excesso de informações realmente deixam o Blog pesado, erros de Português ( geralmente comento usando a grafia correta, é uma forma de chamar a atenção, afinal
nosso idoma é muito peculiar e as vezes passamos a vida inteira dizendo uma palavra errada ou escrevendo e ninguém nos corrige)" - Maria Claudete