terça-feira, 15 de março de 2022

O BAILE

 


Um pouco de romance...

Gentilmente Edu levantou-se, postou-se à frente de Vivi estendendo-lhe a mão, convidando-a a dançar. A música romântica era impossível de ser ignorada. Realmente difícil não ser contagiado pela melodia.
Vivi fechou os olhos e ficou alguns segundos sentindo a música, estendeu o braço apoiando sua mão na dele, abriu os olhos, sorriu, levantou-se, apoiou suas mãos nos ombros dele. Vivi sentiu sendo abraçada pela cintura e lentamente começaram a dançar no ritmo lento da música.
Ele olhava-a com amor, buscando cada centímetro do rosto dela, como se estivesse decorando pra nunca mais esquecer... Os olhos inquietos dele pareciam ler os pensamentos dela e ao mesmo tempo esboçava um leve sorriso por estar diante da mulher mais linda que seus olhos já puderam ver em toda a vida. Podemos dizer que o amor transbordava em cada centímetro deles.
Vivi sentia suas bochechas queimarem ao ser olhada de tão perto e tão profundamente. Edu tinha o corpo atlético, barbudo, nariz pontiagudo e com uma doçura e gentileza que só quem estivesse bem perto dele perceberia. 
Ela disfarçava olhando para os lábios dele, para o rosto, que era escondido pela barba, os cabelos, sobrancelhas e depois ousava encará-lo. Seus pensamentos se perdiam nos olhos dele...
Aos poucos ela foi se acostumando com a sensação de ser observada de tão perto, tão profundamente, ao ponto de esquecer-se que estava em um lugar público. Sentia seus pés tão leves como se estivessem tocando a areia fofa da praia, e o toque das mãos de Edu em suas costas lhe conduziam a uma viagem de entrega, com a respiração bem lenta, como se quisesse congelar aquele momento.
Aos poucos foram se aproximando cada vez mais, a ponto de quase se beijarem... Vivi fechou os olhos e praticamente ofereceu seus lábios. Edu, como um bom cavalheiro, apenas chegou mais perto, porém sem encostar seus lábios nos dela. Vivi abriu os olhos, sorriu e entendeu o gesto e apenas encostou sua cabeça no peito largo dele. A vida dela caberia todinha naquele peito forte...
A medida em que dançavam, mais ela se encaixava nele...
Edu, com cuidado, tocou os cabelos longos dela, bem no rumo de sua nuca, fazendo com que ela soltasse um suspiro profundo...
E assim permaneceram até o final da música, encantados. Continuaram abraçados enquanto os outros casais tomavam seus lugares nas mesas.
Já era tarde e Vivi concluiu que aquela seria a última música do baile.
Por fim se afastaram, conversaram algumas palavras, voltaram para a mesa e logo foram embora, juntos.

Às vezes nos esquecemos de sentir os momentos especiais, não importando o local, nem se estamos sendo observados. A vida nos proporciona momentos indescritíveis, maravilhosos, que podem durar apenas alguns minutos, praticamente o mesmo tempo de uma música, e nem percebemos.

Clara Lúcia



7 comentários:

  1. Que deliciosos momentos de amor, conquista e enlevo os dois vivenciaram. Vale muito a pena viver isso! Adorei o romantismo! Fiquei curiosa com o rumo depois dali... beijos, chica

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    1. Chica, também fiquei curiosa, mas acho que é particular deles rsrsrs
      Beijos!

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  2. O amor transbordava em cada centímetro deles.

    Boa noite de paz, querida amiga Lúcia!
    O amor encaixa um no outro como a dança no corpo um do outro.
    Pena que momentos maravilhosos não sejam valorizados pelos não sensíveis.
    São tão raros e nunca mais voltam.
    Por fim, resta-nos vivermos com eles no coração.
    Muito lindo e com uma mensagem bem verdadeira.
    A morte pode vir de repente é tudo se acaba.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos carinhosos e fraternos

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    1. Momentos desses são raros, e devem ser vividos intensamente...
      Beijos, querida!

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  3. Uma dança dos corpos em frenesi.
    Muito lindo Clara na sua arte inspiradora de contos.
    Ainda bem que tocou uma musica suave diria o R.Carlos e dançaram e assanharam em lindo momento de ternura. O fim da dança é o mistério, mas que vale cada momento de encantamento e torpor.
    Belo conto amiga.
    Beijo e paz e feliz fim de semana.

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  4. P elo Amor derramado
    A paz enfim reinou
    S ó nos resta o Amado
    C om todo esplendor
    O sol nos vem calado
    A contemplar tanto Amor

    Feliz Páscoa, querida amiga Clara!
    Beijinhos festivos e carinhosos

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  5. Este conto é um belo Baile onde as palavras dançam cheias de romantismo .
    Muito bonito.
    Brisas doces *

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