domingo, 21 de junho de 2015

Você é Feliz?


Vida feliz: uma junção de vários momentos felizes. Quando essa junção é maior que os momentos tristes, sim, somos felizes.


A felicidade é sua, não cabendo ao outro dar-lhe embrulhada para presente. Depende unicamente de você, e não do ambiente ou materiais ou pessoas ao seu redor. Difícil, mas possível. E libertador, para quem sente e para quem convive com você.

Uma ótima semana a todos!


domingo, 14 de junho de 2015

O Castigo


      Um céu lindo, azul claro e sem nuvens ornava a fresca tarde de outono. Sibele, cansada e cambaleando tentando se equilibrar num salto oito em calçadas esburacadas e traiçoeiras, pensava em sua casa, em seu cachorro que faria a maior festa com sua chegada e em seu marido Fernando.

      Ao dobrar a última esquina, avistou-o no maior bate papo com a vizinha, na entrada do prédio. Parou e ficou só olhando de longe até aonde iria a petulância dos dois, em plena rua, para todos testemunharem. Os dois riam, a moça mexia nos cabelos, ele disfarçava e olhava-a dos pés à cabeça, mas sem se encostarem. Depois de alguns minutos, se despediram e cada um seguiu seu rumo.

      Bufando e vermelha de ódio, Sibele firmou os passos, engoliu seco e se preparou para uma provável briga pelo flagrante descarado e quase obsceno debaixo de suas fuças.

      Entrou. Fernando estava sentado no sofá, com o controle remoto a tatear os canais. Parou num canal de esportes, com comentaristas que ele gostava. "Futebol, sempre futebol", pensou Sibele que fechou a porta e ficou encostada nela, esperando uma explicação convincente de Fernando.

      - Oi, amor, como foi seu dia? Vem cá, senta aqui! - Disse ele, com voz doce, mas sem tirar os olhos da TV.

      - Bem. - Respondeu, seca.

      Imediatamente Fernando tirou a concentração da TV e olhou a esposa que estava com uma carranca daquelas que ele bem conhecia.

      - Que foi amor? - Ingenuo, perguntou.

      - Nada.

      Fernando respirou fundo, coçou a cabeça, levantou-se e foi até Sibele, que ainda estava encostada na porta.

      - Me deixa, Fer.

      Ele levantou as mãos com a ameaça e voltou de ré ao sofá.

      - Não tem nada pra me contar não? - Ralhou, baixinho, apertando os lábios sem quase abrir a boca para pronunciar a frase.

      - Hmmmmm.... O quê, por exemplo?

      - Claro, você nunca sabe de nada, não fez nada, não vai falar nada, né? Pensa que  eu sou cega, que o mundo é cego?

      - Ixi....

      Emburrada e pisando alto, Sibele foi ao quarto, bateu a porta e ali permaneceu. Fernando continuou assistindo a TV e sem entender nada.

      Alguns minutos depois, Sibele reaparece com um travesseiro e cobertor e jogou-os no sofá.

      - Hoje você dorme aí, até aprender a me respeitar e parar de me fazer de idiota. Pensa que eu não vi sua safadeza com a novinha do quarenta e oito? Não tem vergonha na cara não? Não tá satisfeito comigo é fácil resolver, só não me faça de trouxa! - apontando o dedo na cara de Fernando - Olha bem, escuta aqui, você não encosta a mão em mim por uma semana, entendeu? Uma semana! E entrou no quarto novamente.

      Fernando só ficou olhando, de boca aberta e sem entender. Sibele era um poço de ciúmes e bastava uma simples olhada para os lados para ser motivo para brigar. Mas amava-a com esse seu jeito tosco e estúpido. Vai entender as razões do amor, não é? Gostava desse ciúme exagerado e sem sentido. Sabia que quando passasse a raiva, o perdão seria maravilhoso e aí seria a hora dele fazer tudo o que queria e amá-la muito mais. "Minha doce jaguatirica", pensava ele.

      Sibele, ainda revoltadíssima com a cena de uma possível traição, desabou num choro. Lamentou o casamento, xingou os homens e instigou Deus por ter criado-os tão sem-vergonha e cara de pau. "Para quê homem tem que ficar olhando outras mulheres se tem uma inteirinha a sua disposição?" Brigou mais um pouco com Deus, esmurrou várias vezes o travesseiro, jogou todas as roupas de Fernando que estavam no armário, no chão e depois dormiu, em seu canto direito da cama, enrolada no cobertor, apenas com o nariz e os olhos de fora.

      Fernando pegou o telefone, pediu uma pizza e um refrigerante, e depois de forrar o estômago, se jogou no sofá e dormiu relaxado, com a TV ligada. Gostava disso de vez em quando, de dormir sem ninguém lhe empurrando e roubando o cobertor. De ficar ouvindo a TV a noite toda, mesmo dormindo, de poder pensar em quem quisesse e quem sabe, satisfazer algum desejo que só o fazia escondido no banheiro. "Mas que menina mais linda aquela", pensava - "Qualquer dia desses eu perco o juízo... E a vida." - e riu de si mesmo.

      Fim.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Dia dos Namorados


Pense menos, ame mais...

Música que fala ao coração...

Falando de Amor
Tom Jobim


Se eu pudesse por um dia
Esse amor essa alegria
Eu te juro, te daria
Se pudesse esse amor todo dia

Chega perto 
Vem sem medo
Chega mais meu coração
Vem ouvir esse segredo
Escondido num choro-canção

Se soubesses como eu gosto
Do teu cheiro teu jeito de flor
Não negavas um beijinho
A quem anda perdido de amor

Chora flauta chora pinho
Choro eu o teu cantor
Chora manso bem baixinho
Nesse choro falando de amor

Quando passas tão bonita
Nessa rua banhada de sol
Minha alma segue aflita
E eu me esqueço até do futebol

Vem depressa, vem sem medo
Foi pra ti meu coração
Que eu guardei esse segredo
Escondido num choro-canção

Lá no fundo do meu coração

*******


Morra de saudades, e depois mate-a!


Feliz Dia dos Namorados!


domingo, 7 de junho de 2015

Muito Prazer, Eu!


A moda hoje em dia é listar algo, como: os dez melhores não sei o quê não sei de onde... E já vi muitos listarem características pessoais, pra que possa ser conhecido por todos.

A internet é uma ferramenta maravilhosa quando sabemos usá-la, mas quem não quer se expor deve evitar dados pessoais etc. Mas não tem jeito, se conhecemos alguém logo vamos vasculhar tudo na internet pra saber algo. Isso é bom também e evita muitos constrangimentos.

Agora, muitos se apoderam de tais informações e tentam uma aproximação por afinidades descobertas, o que é péssimo. Já começa na mentira. E depois pra sustentar a mentira é que é complicado. Não dá certo mesmo.

Já fizeram isso comigo e foi até engraçado, mas depois ligando os pontinhos percebi que a pessoa lia tudo o que eu escrevia, textos antigos e pessoais, e do nada dizia que gostava. E na maior inocência a gente acaba gostando. Besteira! A gente se encanta é com a maneira da pessoa, as palavras, o carinho, a atenção... E não com as afinidades que poderíamos ter. Enfim, vou contar.

A pessoa dizia que gostava muito de chocolate, especificamente daquele Prestígio, que eu em algum momento ou em algum lugar mencionei Prestígio. Comprei uns quatro pra essa pessoa. Agradeceu, claro, mas depois de um mês, a pessoa me disse que tinha terminado de comer o último pedaço do Prestígio. Oi? Imagina se não gostasse, não é? Mofaria na gaveta! Quem é que gosta muito de chocolate que aguentaria ter um Prestígio na gaveta por mais de dois dias?

Vou listar algumas características minhas, mas nada que vá me impressionar caso alguém venha me dizer que também é assim ou assado.

- Sou medrosa. Muito medrosa pra coisas bobas, como escuro. Tenho pavor de escuro e de silêncio.
- Tenho medo altura, de multidão, de gente me encostando, de lugar fechado, de falar em público (cinco pessoas já é público), de andar sozinha à noite, de me perder por aí.... De filme de terror...
- Não gosto de fotos minhas, nunca gostei e não gostarei. Fim.
- Amo músicas!
- Sou inquieta em meus pensamentos. Minha coordenação nunca acompanha meus pensamentos.
- Eu divago muito. Posso bater um papo com você, mas posso estar pensando na morte da bezerra ao mesmo tempo. Depois fico perguntando ou pedindo pra repetir o assunto.
- O mesmo pra leitura. Consigo ler somente duas páginas me concentrando, depois posso ler o livro todo e não saber nem o assunto que estou lendo. Isso é péssimo!
- Não tenho coordenação pra dançar, nem pra andar em linha reta e muito menos pra andar na esteira sem me segurar.
- Mato baratas.
- Ando muito rápido na rua e não tenho paciência de gente que anda devagar na minha frente. A pé!
- Calculo meu tempo cronometricamente. Um minuto pra mim é uma eternidade e dá pra fazer muita coisa.
- Gosto de comer doces de manhã, ou antes das refeições.
- Não gosto de cozinhar, não tenho paciência em seguir receita e sempre invento uma pitadinha de algo que não tem nada a ver e sempre, sempre, sempre, não dá certo.
- Não sou enjoada pra comer e gosto de comer besteiras, porém, evito ao máximo.
- Sou organizada e sei de tudo que está em minha casa, cada coisa no seu lugar. Nunca mudo nada de lugar.
- Ou seja, sou metódica.
- Sou tímida.
- Sou teimosa.
- Sou curiosa.
- Sou caseira.
- Não coloque coisas pra que eu escolha. Não dá certo.
- Gosto de comprar em lojas de departamentos onde tenho liberdade de escolher, sem que fique vendedor do meu lado.
- Não gosto e não tenho paciência de falar ao telefone.
- Sou ótima datilógrafa, por isso prefiro teclar no teclado grande do computador do que falar.
- Não gosto muito de falar.
- Tenho a mania de elaborar diálogos em minha mente e na primeira frase a pessoa já estraga tudo.
- Gosto de conversar (olha a contradição) sobre todos os assuntos e ouço muito mais do que falo.
- Choro à toa.
- Sofro com o sofrimento dos outros, pessoas ou animais.
- Não gosto de me socializar pessoalmente. Não sei começar uma conversa se não conheço a pessoa, não sei continuar uma conversa, a não ser que já tenha conversado algumas vezes com a pessoa.
- Sou chata, minha filha é quem diz. Alguns me acham metida, outros brava, outros palhaça, outros inteligente, outros avoada... Mas...
- Sou um doce de pessoa, quando quero.
- Não minta pra mim que eu descubro só de olhar nos seus olhos.

Acho que já está bom, não é?

Prazer, meu nome é Clarice, mas pode me chamar de Clara Lúcia.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

A Felicidade Diferente Incomoda


Para quem ainda não viu, esta é a propaganda do O Boticário para o Dia dos Namorados, com casais gays. E está incomodando muito e já foi denunciada no CONAR, por pessoas que se sentiram ofendidas.

Mesmo com todo o avanço tecnológico, mesmo com toda a liberdade em redes sociais em se falar o que quiser, a vida alheia ainda incomoda muito. A vida íntima das pessoas ainda é assunto em todos os lugares.

Os defensores dos bons costumes, acham imoral a união entre pessoas do mesmo sexo, que agride a moral dos demais etc...

Cada um tem o direito de achar o que quiser, concordar ou não, mas fico pensando que no mundo há tantas coisas erradas e que fogem completamente dos bons costumes e mesmo assim não são condenadas. Mas a vida íntima de cada um, a felicidade, ah, mas incomoda muito.

Se é pecado ou não, é problema de cada um. Se relacionar com pessoas do mesmo sexo for pecado, eles são pecadores, assim como os julgadores que os condenam. Todos iguais pecadores.

Será que a vida sexual do cidadão está acima de seu caráter?

O que pode modificar na minha vida saber que não sei quem é gay e está feliz?

Ninguém precisa se tornar gay só porque há uma "revolução" pela liberdade de ser gay. Deixem eles em paz e cuide de sua vida, eduque seus filhos e seja honesto com as pessoas. Ninguém tem o poder de modificar o outro, então é de bom senso que se aceite o outro como é e não como você quer que ele seja..

A propaganda do Boticário não mostrou nada que fere os bons costumes. Mostrou apenas o amor entre as pessoas. Só isso!