Continuação...
primeira parte
segunda parte
terceira parte
Casamento marcado, tudo pronto e Rafael muito feliz.
Na última semana de solteiro, Rafael foi se encontrar com sua agora noiva e percebeu que ela estava deprimida, chorando e muito pálida. Antônio, seu irmão, não estava em casa.
- O que foi, querida? O que aconteceu? Tá nervosa com o casamento?
- Rafael, eu te amo tanto, tanto... Não me condene, por favor, me perdoa? Eu não suporto ficar sem você, esse tempo todo, esses anos todos, essas vidas todas, o que eu sempre quis foi ficar do seu lado... Me perdoa?
- Como assim, essas vidas todas? Que vidas? Que anos todos? Não tô entendendo nada...
Mariana apenas o abraçou e ali ficou quietinha.
Depois de algum tempo, com Mariana mais calma, foram caminhar, pois a tarde estava linda, uma brisa suave e um sol iluminado.
Ao longe avistaram a cigana e Mariana só fez um comentário com Rafael e continuou caminhando.
- Como vai o casal?
- Estamos bem, mas hoje não queremos ler as mãos, certo?
- Claro! Eu já sabia disso.
E encarou Mariana que não a olhava nos olhos e se foi.
Mariana quis voltar para casa pois estava com dor de cabeça.
Rafael, antes de se despedir, percebeu em seus olhos uma tristeza profunda, um olhar mais penetrante ainda que o deixou com as pernas bambas. O olhar de Mariana sempre o intrigava muito. Não conseguia entender aquela força que ela tinha escondida. Mas a amava tanto e tanto que não via a hora de se casarem e viverem juntos para sempre. Para sempre! Ela sempre repetia essa frase para ele. Para sempre!
Um dia antes do casamento, Rafael foi à casa de Mariana... A casa estava praticamente demolida, sem o telhado, com alguns móveis ainda lá dentro e sinal de abandono não recente, mas de anos e anos.
Ficou desesperado e começou a chamar os vizinhos para ter uma explicação.
- Mas essa casa está assim há anos! Nunca morou ninguém aí, que a gente saiba..
- Como assim? E Mariana, Antônio? Para onde foram?
- Nós não conhecemos eles...
Rafael, sem noção do que fazer, caminhou pela rua, como que arrastado por uma força e se viu em frente ao cemitério. Entrou.
Foi até o túmulo de seu pai e começou a conversar, tentando entender o que havia acontecido; e uma luz do seu lado direito começou a brilhar, como se o sol estivesse batendo em um vaso de cobre em um túmulo por ali perto. Foi até lá e lendo, soltou um grito de dor... "Aqui jazz Mariana de Alcântara Batista - 1840 - 1874 - Uma doce filha que morreu por amor".
Rafael ficou zonzo, caiu de costas e bateu com a cabeça em uma quina de um túmulo. Perdeu os sentidos.
Quando voltou abrindo os olhos, viu Mariana a lhe sorrir e a lhe estender as mãos. Estava se sentindo mais leve, flutuando; segurou as mãos de Mariana e sentiu aquela paz. Estava realmente flutuando. Mariana com aquele vestido simples, florido, também flutuava. Conversavam por telepatia:
- Amor de minha vida... Que bom que você veio... Eu te amo tanto e tanto... Agora teremos a eternidade para viver esse amor.
Rafael, olhou para trás e viu seu corpo estendido no chão, no meio dos túmulos. Largou a mão de Mariana, deu um grito e sumiu de novo.
Acordou no hospital, depois de 13 dias em coma, todo entubado e sem se lembrar de nada.
A mãe estava por perto, acariciou seu rosto e lhe beijou a testa.
- Meu querido, voltou! Mamãe está aqui, viu? Agora está tudo bem, calma...
Aos poucos, com o decorrer dos dias, Rafael foi se lembrando do que havia acontecido. Parecia um sonho, um pesadelo onde acabara de acordar. Começou a fazer perguntas à mãe e não teve muitas respostas, até que se lembrou de tudo; de Mariana, do cemitério, do mistério da cigana, da casa demolida. Não contou nada a ninguém sobre Mariana, apenas disse que ela e o irmão haviam se mudado para outro país.
A mãe dele não entendeu nada, mas achou melhor não ficar questionando o que havia acontecido. O que importava era que seu filho estava bem.
Depois de recuperado, Rafael não quis mais voltar ao cemitério. Recomeçou sua vida em outra cidade, com sua mãe e suas irmãs.
Agora um advogado bem sucedido, com uma outra visão do mundo e, nunca mais se relacionou sério com nenhuma mulher. Agora era um homem do mundo, e queria desbravá-lo enquanto tivesse vida.
E era feliz assim, até que conheceu Carla.
Ah, Carla...
The End
Surpreendente e lindo!Adorei!!!beijos praianos,chica
ResponderExcluirMinha nossa! :o
ResponderExcluirLindooooooooooooooooooooooooooooooo e sinistro! :P
Clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap! (muitas palmas!!!)
Maravilhoso, parabéns!
Beijo, beijo!
She
Lindo.
ResponderExcluirAdorei.
Resgate de vidas passadas que Mariana e Rafael viveram.
Mariana precisava voltar e reviver a história para poder descansar em paz?
Parabéns Clara.
Estou achando que agora vem a historia da Carla .....ah a Carla
ResponderExcluir*rs
Final arrepiante,Clara!Parabéns pelo excelente conto,eu adorei!bjs,
ResponderExcluirClara,
ResponderExcluirque história boa! Adorei! Surpreendente e muito bacana!
Beijos
Chris
http://inventandocomamamae.blogspot.com/
Um final fantástico, mas emotivo.Acho que Rafael e Mariana tem histórias pregressas, heim? Quem sabe , um dia vc nos conta?
ResponderExcluirAmei a série.
Bjos,
Calu
Clara,
ResponderExcluirvc não havia me contado desse seu dom noveleiroooo... Gostei do final aberto ("Ah, Carla...") que faz supor se seria Mariana de volta... ou que mais poderia o rapaz viver...
Parabéns!
Linda semana pra vc!
Que beleza esse final Clara, melhor não poderia. Parabéns!
ResponderExcluirBeijokas !