Continuação...
primeira parte
Se sentaram na praça, debaixo da dama da noite e conversaram um bom tempo.
Quando se deram conta, já estava anoitecendo e Mariana precisava voltar para casa, pois Antônio estava para chegar e não gostava de não a ver quando ele chegava.
De novo convidou Rafael para acompanhá-la e tomar um café. Ele aceitou.
A casa ficava a duas quadras do cemitério, numa rua estreita e de pouco movimento de carros. Casa simples, sem pintura do lado de fora, um jardim que precisava de mais cuidados, com muito mato crescido, janelas fechadas e um portão velho e enferrujado.
Por dentro, tudo muito simples, casa antiga e móveis idem. Rafael olhando tudo aquilo se lembrou da casa de sua avó, já falecida; o sofá antigo e com um rasgo no tecido, com um assento afundado, televisor antigo, um aparador também antigo com um vaso verde de cerâmica e algumas flores quase murchas. O odor das flores o incomodava muito. Eram crisântemos e cravos. Não teve boa impressão daquele lugar.
Foram até a cozinha onde Mariana preparou o café e serviu com bolo simples.
Num canto da cozinha, um fogão à lenha, igual ao que tinha na casa de sua avó. O fogão não tinha uso e estava todo encerado com cera vermelha, como na casa de sua avó. Só que lá era usado todos os dias.
Da porta da cozinha, Rafael via todo o quintal, onde havia muito mato, e uma varanda grande, com uma mesa de madeira antiga. Tudo lembrava a casa de sua avó. Ele sentiu um arrepio.
Chega Antônio, o irmão de Mariana.
Muito educado, cumprimentou Rafael e começaram a conversar sobre trabalho.
Antônio era funcionário de uma empresa de peças de carros. Depois de se conhecerem bem, Rafael se despediu e foi embora.
No caminho de volta, passou em frente ao cemitério e sentiu um arrepio; acelerou o passo e pegou um táxi.
Chegando em casa encontrou sua mãe chorando muito, desesperada pela falta do marido. Ele a abraçou e ali choraram os dois. As meninas estavam no quarto e não presenciaram a cena.
Com muita paciência, Rafael levou a mãe até seu quarto e a colocou na cama e logo em seguida lhe trouxe um calmante, que fora recomendação médica. Deitou ao seu lado e ficou ali segurando sua mão, até que se acalmasse. Ela passava a mão no rosto do filho e repetia muitas vezes que o amava muito.
Na mesma semana, Rafael voltou à casa de Mariana e ela não estava. Foi ao cemitério e a encontrou lá, já de saída. Mais uma vez se sentaram no mesmo banco da praça e conversaram. Se beijaram pela primeira vez e Rafael ficou todo arrepiado. O olhar de Mariana era muito fixo e profundo, e isso o assustava, a olhava e não conseguia entender o que acontecia. Mas a doçura, a meiguice e a beleza de Mariana o deixava deslumbrado; seu coração disparava, as pernas tremiam e já imaginava Mariana como sua esposa. Sabia que não era apenas uma paixão; era mais que isso, como se a conhecesse há muito tempo. De certo modo sabia que Mariana seria a mulher de sua vida, sua alma gêmea... a mãe de seus filhos.
Uma senhora se aproximou e pediu para ler a mão dos dois. Era uma cigana que ficava sempre por ali, para ganhar a vida lendo a mão das pessoas.
Rafael concordou, pois a senhora era bem simpática e gentil.
- Você tem um futuro muito breve, bem mais breve do que você imagina, vai ter êxito, sucesso profissional e ser reconhecido mundialmente.
- E no amor? O que a senhora vê?
- Tem um corte em sua linha do amor. Algo de muito trágico acontecerá que vai te impedir de ser feliz no amor. Depois de muito tempo, a linha começa de novo e aí sim, você vai encontrar sua alma gêmea, seu amor eterno.
Rafael imaginou essa tragédia como sendo a morte de seu pai e a alma gêmea como sendo Mariana que acabara de conhecer. Ficou feliz em já ter passado por tudo isso e que à partir daí, seria feliz.
- Agora a sua, Mariana! Vamos ver o que a cigana lhe fala!
- Não, eu não quero, obrigada!
- Tudo bem, meu anjo!
Na verdade, Rafael não acreditava nisso e quando a mulher se afastou satisfeita com o pagamento, Rafael não entendeu por que Mariana não deixara a cigana ler sua mão.
- Não acredito nisso e tenho medo.
Continua...
Ai...eu tb estou ficando com um pouco de medo dessa Mariana!Clara,olha o que vc vai aprontar nesse final!...rss...brincadeirinha!To adorando esse suspense!bjs,
ResponderExcluirNossa, tá muito empolgante!!!Legal!beijos,chica
ResponderExcluirOi Clara que delicia de ler essa história.
ResponderExcluirMariana ta com medo da cigana risos. Menina sabe que tenho pavor de cigana, já deixei uma vez a bastante tempo ler minha mão quando adolecente, por insistência de umas ciganas que ficava na praça da minha cidade, mas ela disse tanta besteira que vi que tudo não passava de enganação. As linha da minha mão quem conhece é só Deus.
Beijos grande amiga. Vou querer saber do final da história.
Ótima semana.
Humm... essa Mariana tem um quê de mistério, um pé na dúvida, um clima tenso,ui!O que será que espera pelo Rafael?
ResponderExcluirAguardo curiosa.
Bjos Clara.
Calu
E ainda há quem acredite nisso?
ResponderExcluirBeijinho para si
Puxa Clara!!!
ResponderExcluirQue arrepiante!!!!
Beijos!!!
Li a primeira parte e a seguir esta continuação e estou ansioso para ler o próximo capítulo. Está empolgante.
ResponderExcluirBeijos.
Fiquei super curiosa para saber o final dessa historia...http://decorflorindounhas.blogspot.com
ResponderExcluirGosto dessas histórias Clarinha...manda mais..Beijos...
ResponderExcluirQue suspense, Clara! Essa Mariana... sei não... rs... Chega logo nos finalmentes, mulher!
ResponderExcluirAbraço!
Estou de volta no seu pedaço Clara...
ResponderExcluirNOssa.. que sinistra essa historia.. estou adorando Mistéeeeeeeerio.
Quando eu tinha uns 18 anos, fui a uma cartomante , e ela disse-me que eu iria morrer com 22 anos de idade.
Morrer eu não morri, mas minha vida mudou de uma forma que não pude mais seguir pelos mesmos caminhos de antes.
nháaa
Vou te perguntar de novo... Quando vc vai publicar o seu livro? Vc escreve MUITO BEM! Está uma delícia essa sua história... Obaaaaa!
ResponderExcluirBeijo, beijo!
She