Um causo compartilhado de Eliana Teixeira, amiga querida.
MATEMÁTICA PURA
O carnaval passou, mas minha paixonite pelo rapaz do sovaco continuou por algum tempo. Descobri que era filho de uma professora de Matemática. C.Q.D.
Sonhei:- Será o Sir Isaac Newton da Era de Aquário... Imaginando preparar-me para conversar com o gênio da Matemática, comprei a Introdução à Filosofia Matemática, de Bertrand Russel. Ainda tenho o volume. Um curso de Matemática Pura quase terminado, e uma graduação em Engenharia depois, ainda é um livro de difícil compreensão. Pobre moço do sovaco, salvo pela ignorância de mim...
Descobri também – o amor nos torna investigadoras pressurosas – que o rapaz costumava ir a uma loja no centro, a caminho de meu colégio. Pronto, que inferno! Não conseguia passar pela porta da loja sem dar uma espiadinha! Aconteceu o pior. Um vendedor, percebendo meus olhares insistentes, pensou que se dirigissem a ele. E era feio feito a fome, com uma horrível cara de macaco... Corei, não sabia o que fazer para consertar o mal-entendido... Não havia como!
Indo ao comércio com mamãe, passamos pela porta da loja e então o mundo desabou: o cara de macaco gritou: Ô minha sogra! Enrubesci e jurei nunca mais olhar pra dentro da maldita loja...
Contei a Leilinha minha desventura e ela só fez aumentá-la. Passou a me chamar de Lojas Brasil... (era esse o nome da loja do cara de macaco). Meu desespero foi tanto que, por fim, a paixão mostrou-se muito custosa. E aí, como mágica, o encantamento acabou...
Fim.
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Lendo esse causo da Eliana, me lembrei de quando era adolescente e trabalhava como auxiliar de escritório e meu ofício era tirar xerox. Fiz curso em outra cidade e tudo! Uma honra para mim.
Então, muitos me perguntavam se não tinha namorado. Não tinha e ficavam me empurrando um ou outro. E eu, na inocência, ficava encantada. Como lia muito, já imagina histórias românticas comigo dentro. Tipo, homem lindo vindo me salvar (de quê?), rapaz forte me puxando pela mão e me levando para ser feliz, enfim, imaginação não me faltava.
E haviam muitos homens que vinham tirar xerox. E eram gentis, mas só gentis mesmo, nada além disso. E havia um, adulto já, hoje imagino que naquela época já tinha para lá de trinta, que ficava todo sorrisos comigo. Mas, como disse Eliana aí acima, era feio como a fome. E eu, que não tinha limites nos pensamentos, morria de medo dele ser o homem da minha vida. Imagina, um homem feio assim e eu caída de amores por ele? Amor é cego, não é?
E depois desses pensamentos sem cabimento, nunca mais encarei o rapaz olho no olho. Apenas o atendia e só. Não me lembro do desfecho, mas nunca mais o vi. Depois de mais de trinta anos ele me veio à mente de novo. Culpa da Eliana!
Clara Lúcia
A recordação trouxe de volta alguma pequena marca que ficou.
ResponderExcluirUm abraço.
Que legal te ler e ver tua lembrança... E quando cheguei aqui vio esse macaco, lembrei do nosso amigo blogueiro o XIPAN ZECA lembras/
ResponderExcluirObrigadão pelo carinho pelo niver! beijos e INTÉ a volta! chica
Olá, querida Clara
ResponderExcluirVenho convidar-lhe pessoalmente para a nossa VI Interação de Natal...
http://www.idade-espiritual.com.br/2010/12/blogagem-coletiva-natal_08.html
Vc escreve com afinco e objetividade... parabéns!
Bjm fraterno
Olá, querida Clara
ResponderExcluirVenho convidar-lhe pessoalmente para a nossa VI Interação de Natal...
http://www.idade-espiritual.com.br/2010/12/blogagem-coletiva-natal_08.html
Vc escreve com afinco e objetividade... parabéns!
Bjm fraterno