terça-feira, 28 de outubro de 2014

Atração Avassaladora - Conto Sensual


      Local de trabalho, uma sala, muitas mesas, muitos trabalhando e Miguel não conseguia se concentrar. A sua frente estava sentada, toda concentrada, quer dizer, tentando se concentrar, Rafaela. Faz um bom tempo que trabalham juntos, mas uma atração avassaladora os pegou de jeito e nem conseguiam mais disfarçar.

      Rafaela levantou-se e foi até a cozinha tomar um café. Miguel chegou logo em seguida e puxou-a num canto, assustando-a. Imobilizou-a e quase beijou sua boca desenhada com batom vermelho. Ela provocava com esse batom. Vaidosa ao extremo, tinha o corpo delineado com exercícios físicos, coxas roliças e essa boca carnuda, provocante, irresistível para Miguel. Os dois se olharam, ouviram alguém se aproximando e se largaram. Tomaram o café e voltaram para suas mesas.

      No decorrer do dia não pararam de se olhar, trocaram sorrisos, piscadinhas e Miguel, discretamente, colocou um bilhete em sua mesa. Ela leu e sorriu. Acenou que sim com a cabeça e continuou trabalhando.

      Marcaram de se encontrar bem tarde da noite. Rafaela, para não incomodar os pais que sempre dormiam cedo, não fez barulho no portão. Preferiu pular o muro. E na esquina já avistou o carro de Miguel piscando os faróis. O coração disparou, o estômago gelou, as pernas tremeram, mas ela conseguiu caminhar, apesar de seu salto alto, até o carro.

      Mal Rafaela entrou e Miguel já puxou-a para si e beijou-a, longamente, intensamente, desfrutando daqueles lábios provocantes, carnudos e vermelhos... O gosto daquela boca lhe invadiu e quase não acreditou que estava com Rafaela em seus braços. Um perfume sensual, amadeirado, um vestido de tecido sedoso que fazia com que escorregasse suas mãos descobrindo as formas escondidas e perfeitas de Rafaela. Sim, ela sabia provocar quando queria, e sempre queria. Isso deixava Miguel louco, excitado, incontrolável, como um animal quando encontra sua fêmea no cio, que caminha como uma loba ao seu redor, oferecendo seu odor e dificultando o abate.

      Rafaela sequer conseguia respirar de tanto que Miguel apertava-a. Conseguiu desgrudar sua boca da dele, jogou a cabeça para trás e respirou ofegante. Miguel abocanhou seu pescoço, mordiscou sua orelha e colocou seu queixo em sua boca, se deliciando de cada milímetro de seu rosto. As mãos nas costas subiam e desciam até alcançarem a calcinha minúscula, que sentia com o toque suave no vestido. Começou a gemer em seu ouvido apertando-a mais e mais. Rafaela, quase sufocada, sussurrou que poderiam ir a algum lugar mais confortável. Miguel, relaxando os braços, respirou fundo, fechou os olhos e concordou. Segurou o rosto dela entre as mãos, beijou-a mais uma vez, colocou o cinto de segurança e pediu para que ela fizesse o mesmo. Foram para a casa dele. Mas antes perguntou se havia algum problema pois seu amigo dormia em sua casa, num outro quarto, mas que já sabia que ele a levaria para lá. Ela disse que tudo bem e se foram.

      Entraram, foram direto para o quarto e entre beijos, abraços, carícias tiraram as roupas. Isso demorou um bom tempo. Finalmente se deitaram na cama e o jogo de sensualidade não terminou.

      O fato do amigo estar dormindo no quarto ao lado os excitavam mais ainda... A sensação de perigo, de alguém espiando... Uma loucura deliciosa.

      Nenhuma palavra... Havia uma sintonia onde um sabia o que o outro gostava. Um fazia o que o outro queria... Beijos, bocas, apertos, momentos de explosão, carícias, carinhos, olhares, sussurros... E tudo recomeçava. A noite não teria fim se não fossem os primeiros raios de sol que espiavam pelas frestas da janela sussurrando que o dia acordava. Ainda entre beijos e carícias, Rafaela disse que teria que ir. Nunca havia passado a noite fora de casa e não havia dito aos pais que sairia. E também queria sair antes que o amigo de Miguel acordasse.

      Os corpos colados, bocas sedentas, abraços apertados, os dois lamentaram que o dia anunciava o fim de uma noite inesquecível, e avassaladora, intensa e apaixonante. Não combinaram nada, apenas se despediram dentro do carro com um beijo leve. Rafaela pulou o muro novamente e entrou em casa sem fazer barulho. Despencou em sua cama estampando um um sorriso besta nos lábios. Lábios carnudos, provocantes, vermelhos de beijos... Sim, Rafaela sabia provocar e Miguel adorava essa provocação.

      Um outro encontro? Quem sabe? Só o tempo diria. Ou a atração não suportar a distância e tudo se repetir na próxima noite.

      Fim.

      Texto publicado em 21 de agosto de 2013

15 comentários:

  1. Adoro essas tuas inspirações sensuais! Linda mais essa! bjs,chica

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  2. Sou fã de carteirinha do seu estilo sensual, amei e curti mil vezes. Além de visualizar a cena toda, do início ao fim.
    Beijo, beijoooooooooooooooooooooooooo!
    She

    PS: Estou com calor e você a culpada... kkkkkkkk :P

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  3. Você escreve bem e consegue prender o interesse do leitor até o fim.
    Beijos.

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  4. Sensacional. Parece até que estava vivendo este momento. Que imaginação hem? kkkkkk

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  5. Uau!!!!!!! Adorei! Clara você escreve de uma forma sedutora e esses textos seus fazem a gente entrar na fantasia. Parabéns! Uia! Bateu um calor de repente!!!! kkkkkkkkk

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  6. Fantasia e realidade. Fantasia é o que o casal sente. Realidade é o fato em si. As relações entre pessoas do mesmo local de trabalho sempre existirão e agora também no virtual.

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  7. Clara,seu conto sensual ficou ótimo!É muito importante saber descrever bem essas cenas mais sensuais,envolver o leitor e vc conseguiu plenamente!Eu adorei!bjs,

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  8. Bom dia amiga Clara, ótimo texto, parabéns.
    Agora uma dúvida: Miguel lembrou-se de colocar o cinto de segurança, mas será que lembrou do preservativo? Rsrsrrsrs, afinal pode fazer de tudo contanto que seja de camisinha. Já dizia um grande poeta do rock: Safe sex or no sex.

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  9. O gosto de um primeiro encontro. Lindo conto sensual, Clara.
    Você está ficando cada vez melhor nas escritas.Adorei.
    Bjs.

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  10. "O fato do amigo estar dormindo no quarto ao lado excitavam-nos mais ainda... A sensação de perigo, de alguém espiando... Uma loucura deliciosa."

    "excitavam-nos"??? Então a Rafaela é você, né Claritcha??!!!

    Ahahahahahahahahhahahahahahahahahhahah...

    Beijuxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx...

    KK

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  11. Erro de grafia, meu querido! Simples assim! Kkkkkkkkkkkk besta!

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  12. Olá Clara, boa tarde!

    Muito bom!
    Você tem essa façanha, e o poder das letrinhas... Sabe enfatizar tão bem as palavras que uma completa a outra. Isso é um privilégio, coisa de escritor para prender o leitor. Tuas palavras são incandescentes... Provocam labaredas nos pensamentos.
    Adorei esse romance, uauuu uma viagem!
    Sua forma de relatar o conto é fantástica. Parabéns!
    Beijos!

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    1. Muito obrigada, querida...
      Espero que não se ausente mais, faz muita falta com seu blog por aqui!
      Beijos!

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  13. Clarinha, francamente não entendo a sua
    declarada inveja de quem faz poesia.
    Seus contos têm fluidez e intensidade
    bastantes para concorrer (correr ao lado)
    com qualquer poesia (desde que não descambe
    para o sagrado, isso é outro assunto).
    Afinal, vida é poesia!
    Beijos.

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    1. Sim, e eu admiro quem sabe escrever poesia..
      Cada qual com seu cada qual... rsrsrs
      Vc sempre muito gentil e enchendo meu ego... muito obrigada!
      Beijos

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