quinta-feira, 8 de março de 2012

Mulher

Hoje, no dia Internacional da Mulher, eu gostaria de falar sobre esta mulher, não como exemplo de vida, porque todas nós temos o nosso exemplo, mas como um sofrimento humano, uma base sólida nos pais e um amor incondicional aos filhos, às pessoas e a Deus.




Ingrid Betancourt


Seis anos, quatro meses, nove dias. Foi o tempo que ela ficou presa na floresta.


Nasceu no dia de Natal, em dezembro de 1961. Filha de pais generosos e amorosos que prestavam serviços aos necessitados. Casada, dois filhos: Mélanie e Lorenzo. Militante no combate à corrupção e ao narcotráfico na Colômbia, incomodou muita gente até ser sequestrada


23 de fevereiro de 2002: a emboscada, o sequestro, a violência.
Uma guerrilha tão sangrenta, quanto imprevisível. Ingrid é arrancada do veículo em que estava e levada prisioneira para o cativeiro localizado em meio à densa vegetação colombiana, sob várias camadas de sombras formadas pela copa das árvores, tornando praticamente impossível a sua localização por aeronaves que porventura sobrevoassem a área. As durezas da rotina nos acampamentos, as longas marchas mata adentro, todas as privações, humilhações, torturas.


Numa entrevista concedida após a sua libertação, Ingrid recorda:


“Nós (os sequestrados) levávamos a dor do mundo em todas as suas dimensões. Em todas as suas expressões”.


“A floresta é um lugar hostil. Tudo dói nela. A pele não é um espaço de proteção, mas de dor.


"Comer dói, ir ao banheiro dói, tomar banho dói, viver dói, respirar dói. Não ver o céu dói. Não ver as pessoas que a gente ama dói”.


“Os incessantes sons macabros dos animais eram apavorantes, e, à noite, o som dos gemidos dos companheiros que choravam dormindo e gritavam seus pesadelos eram agonizantes”.


“Um deserto de afeição, de solidariedade, de afeto.”


“Como reféns, passávamos por uma humilhação constante. Éramos vítimas de total arbitrariedade."


"Você passa a conhecer o pior que pode existir numa alma humana.”


“O que me permitiu passar por tamanho sofrimento foi o sentimento de que Deus estava ao nosso lado. Não fosse por este sentimento, dificilmente conseguiria suportar as penas impostas no cativeiro."


“Durante os anos de cativeiro, descobri que a liberdade é tão vital quanto o oxigênio. Ela é a principal chave para a dignidade humana.”


Não raro, os carcereiros executavam os fugitivos que eram recapturados, de modo a servir de lição, e desencorajar os demais reféns. Ingrid Betancourt, no entanto, era considerada uma moeda de troca de alto valor, o que fez com que sua vida fosse poupada.


A fragilidade de uma mulher e a sua fortaleza. A sua fé, e o seu calvário... 


“Na selva eu perdi a infância de meus filhos... e ganhei Deus, ganhei humildade e muito amor pelo mundo.”


Salvo a Fé, o Amor e a Esperança, tudo mais perece.


Um antigo ditado ensina:


“Quanto mais intenso o inverno, mais bela a primavera floresce ...”


02 de julho, 2008: o milagre do resgate, quando foi finalmente libertada e se encontrou com os filhos:


"Esses filhos são minha luz, minha lua, minhas estrelas. Por eles encontrei coragem para enfrentar a selva, para voltar a vê-los.”
Feitos de barro e sopro, somos um feixe de surpreendentes emoções. O amor dos filhos e o amor dos pais.



Diante da pergunta se o dia mais feliz da sua vida foi o dia da sua libertação, Ingrid, sem hesitar por um segundo, respondeu que não, acrescentando que os dias mais felizes da sua vida foram as datas em que seus filhos nasceram.


"Ontem chorava lágrimas de tristeza, hoje, lágrimas de alegrias."


A fragilidade e a força, a fé e a coragem de uma mulher.


A fragilidade e a força, a fé e a coragem de todas as mulheres.
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E assim vamos vivendo, cada uma de nós, da melhor forma possível, com sofrimentos, angústias, alegrias, ganhando, perdendo... amando, lutando, vencendo...
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O que me impressionou nesta mulher: apesar de todo o sofrimento, toda a dor, toda a solidão, a distância da família, a quase certeza da morte... mesmo assim, nenhum vestígio de mágoa, de rancor, de vingança... continuou com o mesmo amor que sempre carregou por toda a vida!
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7 comentários:

  1. Mulher forte, guerreira.Linda homenagem! beijos pra ti nesse dia!chica

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  2. Tenho grande admiração por esta mulher.
    Esta Senadora ainda vai ser Presidente na Colômbia.

    Tenho um vídeo onde ela é estuprada por 5 animais na floresta (cenas muito fortes, só veja se tiver estômago)e um PPS contando toda sua vida. Depois te mando, Claritcha!!

    Beijuxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

    KK

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  3. “O dia internacional da mulher é um dia contra o preconceito com as mulheres ,dia das mulheres mostrarem que merecem respeito.”

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  4. Essa foi uma grande mulher guerreira.
    Sou grande admiradora dela, pela força e coragem.Bela postagem Clara.

    Feliz Dia Internacional da mulher, sucesso sempre pra ti. Beijos!

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  5. Oiii Clara!
    Bela homenagem! Esta é uma mulher de fibra, que sabe o seu valor!
    Beijinhos e um feliz dia da mulher!

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  6. Bela postagem, Clara. As mulheres estão bem representadas aqui.
    Parabéns pelo seu dia também! E para todas as suas leitoras.
    Abraços!

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  7. Linda homenagem Clara , parabéns pr avc também, bjs e obrigada pela visita

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