A familia toda muito religiosa, extremamente rígida e seguidora de uma religião castradora, que classifica o mundo como o céu e o inferno, e cujo demônio está em todos os prazeres que o ser humano já viveu. São completamente contra tudo que possa trazer bem estar ou alegria excessiva ao homem. Mas como eles mesmos dizem, são felizes como são e amam à Deus acima de todas as coisas e seguem seus ensinamentos à risca, evitando todo e qualquer tipo de pecado, para um dia, seguirem na vida eterna, no paraíso.
E Júlia criada nesse ambiente, não entendia muito, mas aceitava tudo o que lhe falavam..
Júlia, uma criança comportada, boa aluna, temia a Deus e preferia obedecer do que contestar os seus ensinamentos. Mas isso não significava que aceitava tudo. Apenas vivia como era acostumada.
Cresceu e se casou com o primeiro namorado, também frequentador da mesma igreja que ela.
A relação era mais de respeito do que de compartilhar momentos de um casal. Eram felizes, ou seja, demonstravam isso para todos que os viam.
Não demorou e veio o primeiro filho. Os ensinamentos continuavam em mais uma geração.
Um dia seu marido, o Jorge, foi escalado para trabalhar em outra cidade, bem longe de sua natal. Era um excelente emprego e não poderia dizer não a esta oportunidade.
Júlia, como ótima esposa, compreensiva, apoiou o esposo e disse que faria tudo para que desse certo nessa nova empreitada, que com certeza, lhe trariam grandes benefícios.
E lá se foi Jorge. Ficaria longe por um ano ou mais.
Jorge também era uma excelente pessoa, calmo, compreensivo, amoroso, respeitador, seguidor e temente a Deus. Mas era homem e conhecia, bem escondido, todos os prazeres que a vida pode proporcionar a uma pessoa. Ninguém sabia, mas ele sabia e gostava. Tudo escondido.
Passados três meses de sua ausência, Júlia não tendo muito o que fazer, começou a fazer uma limpeza na casa, nos lugares mais escondidos, dentro do armário de roupas, num lugar bem alto e bem lá no fundinho e... tá! Achou o que não devia. Vídeos pornôs.
Não tinha ideia do que seriam aqueles vídeos, mas colocou no aparelho e começou a assistir.
O que Júlia estranhou foi que não chocou nem um pouco com aquelas imagens, gostou e assistiu todos. Guardou em seu devido lugar.
Passaram dias e tá lá Júlia mexendo nos vídeos e novamente assistindo. Agora um fogo começou a lhe subir o corpo e ficou com medo. Guardou tudo rapidinho. Esse era um segredo que jamais contaria para ninguém. Queria mesmo era esquecer tudo aquilo.
E esqueceu.
Um dia, caminhando pelas ruas, sentiu sendo olhada além do normal por um rapaz que era vizinho. Era insistente o olhar e isso incomodou Júlia, apesar de ter se sentido bem com essa atitude.
O rapaz teve coragem e chegou até Júlia e a cumprimentou. Ela gelou. Ele insistiu. Ela resistiu mas foi gentil.
Isso se repetiu por vários dias e Júlia cada vez mais encantada com o seu novo admirador. Outro segredo guardado à sete chaves.
Conversa vai, conversa vem e já estavam num relacionamento amoroso e sexual. Júlia, finalmente conheceu os "pecados" que tanto sua igreja condenava. E o pior... adorava tudo isso. O proibido, o pecado, a sensação de ser desejada, o fogo lhe ardendo o corpo... Tudo isso era mais forte que tudo que aprendera até então. Mas também se punia por pensar assim e cada vez mais temia a Deus, se martirizando.
- Já sou uma pecadora mesmo, então vou fazer o que tenho vontade...
Era essa agora a nova Júlia. Não se sentia culpada de nada, apenas queria viver como gostava, com todos os pecados da carne, vestir o que tivesse vontade, ir onde quisesse e conversar com quem gostasse.
- Estou grávida!
Essa bomba não esperava. E agora? O que fazer? O desespero tomou conta de sua vida.
Passou um mês, dois, três e não dava mais para esconder... E agora?
Não pensou muito e num gesto de desespero ligou para Jorge e lhe jogou a bomba!
- Jorge, vamos ter outro bebê... estou grávida! Não é ótimo isso?
- ?????????
- Alô, Jorge, está aí? Alô?????
- Júlia, o que fez?
- Estou grávida, vamos ter outro filho... você vai ser pai de novo!
- Júlia, você sabe que esse filho não é meu...
- Como não Jorge, somos casados, e estou grávida... estou muito feliz com isso!
- Júlia, eu vou voltar e conversaremos....
Quando Jorge retornou antes da data prevista, a primeira atitude foi compreender a situação de Júlia. Conversaram muito, calmamente até que Júlia aos prantos confessou o que acontecera.
Não restou outra atitude a não ser se separarem, o que chocou toda a família, pois nunca, em momento nenhum não havia casos de separação.
Jorge seguiu sua vida, voltando para aquele lugar de trabalho e nunca mais saiu de lá.
Júlia, teve o bebê, ficou sozinha, não se casou novamente, mas também não era mais frequentadora daquela religião opressora. Era livre, se sentia livre e era feliz como era...
Solteira mas não solitária... E feliz!
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Um dia eu ouvi de uma pessoa comum, mas que escondia o que fazia (bobagem dela), que antigamente teve um aborto espontâneo, que nem sabia que estava grávida, que o feto deve ter formado sozinho....
Fiquei só escutando, não tive coragem nem de comentar nada e nem responder...
Quanta falta de verdade existe,não? Quanta opressão! Quando deslavamento..
ResponderExcluirPessoas se fazem de santinhos ou santinhas e por baixo dos panos.....A verdade foi o melhor para a Júlia...beijos,linda semana,chica
Bom dia, Chica.
ResponderExcluirÉ verdade o que disse, é muita opressão por trás de religiões dominadoras... Não uma específica, mas qquer uma que apresenta um Deus que castiga e não um Deus amor.
Beijosssss
Olá,Clara!!
ResponderExcluirTem gente que complica muito a vida...melhor é viver senso sincera consigo mesma.
Mesmo para seguir religiões temos antes de tudo que refletir...
beijos!!!
Clara,
ResponderExcluirNa vida real essas histórias de opressão por aprendizados distorcidos são mais comuns do que imaginamos. Como as pessoas vivem infelizes... enfim a escolha é delas. Que bom que na sua história a Júlia, mesmo por caminhos enviesados, conseguiu se livrar dos pecados inventados.
Girassóis nos seus dias.Beijos
Vivian, é verdade, tem gente que esquece que a vida é aqui e agora, e não qdo morrermos... Lá é outra história.
ResponderExcluirBeijossss
Celina,
ResponderExcluirIsso é muito comum mesmo, mas quem somos pra dar algum palpite né.... Cada que faça sua escolha.
É lamentável e um desperdício de vida, quem vive na opressão religiosa.
Beijos, querida!!!
Infelizmente casos como esse ocorrem com muita frequência. As religiões que metem medo, que falam que é preciso ser "temente" a Deus tem com este discurso criado na cabeça das pessoas muito distúrbios.
ResponderExcluirTenha uma boa semana.
Beijos
Minha nossa! Mil vezes minha nossa! Excelente conto, tão real... Mas heim? Sobre o seu PS... É isso mesmo que eu li? Do feto se formar sozinho? Então tá, né?! ;)
ResponderExcluirBeijo, beijo!
She
Élys, os líderes religiosos se aproveitam da inocência e 'ignorância' das pessoas pra tirar proveito próprio.
ResponderExcluirEles mesmos se mutilam por temerem algo que e puro amor:Deus...
Ótima semana pra vc tbm...
Beijossss
She, é isso mesmo que vc leu....
ResponderExcluirIsso daria um livro dos bons que eu futuramente vou escrever.
Vc ficaria indignada de saber quem é. Melhor só escutar do que sofrer ouvindo tanta barbaridade.
E o pior de tudo isso, o marido estava perto e ouviu tudo... calado!
Beijosssss
Oi Clara que lindo esse conto, parece vida real. Formação de um feto sozinho isso é demais pra qualquer um nessa vida. A Júlia fez o certo, e o que deveria fazer.Gostei demais .
ResponderExcluirBjs e ótima semana.
Clara,
ResponderExcluiré de fato um história mais comum do que muito se pensa. Nada que é imposto por excesso de proibições é bom ou traz bons resultados. Cada um é livre para seguir e acreditar no que quiser, mas precisa estar certo de que o que escolheu é realmente uma escolha própria ou por influência de outros.
È sempre bom levantar-se questões como essa.Gostei da "conversa."
Bjos,
Calu
Smareis... tem coisas absurdas que a gente escuta, finge que acredita pra não mandar a pessoa pra aquele lugar... Isso é o cúmulo de gente sonsa...
ResponderExcluirBeijos... ótima semana pra vc.
Calu, tudo isso sem contar que matam por conta de religião... Infelizmente.
ResponderExcluirBeijossss
Ótima semana pra vc...
Clara,
ResponderExcluirReligiões que querem dominar as pessoas é só o que tem, temos é que saber ser tolerante e ir com calma. Tudo que é exagerado é ruim. Hipocrisia é pior ainda. E essas religiões que aproveitam das pessoas ignorantes para castra-las ainda mais. Afff... Um horror!
Beijos
Adriana
Adriana, é verdade...
ResponderExcluirParece até que fazem lavagem cerebral e as pessoas ficam cegas...
Eu tenho pena dessas pessoas que entram nessa furada.
Mas cada um é cada um...
Beijossss
Que coisa, né?! Mas enfim...
ResponderExcluirMinha Linda já pedi o seu livro deve chegar em breve, agora dependemos dessa greve dos Correios! ;) Mas assim que chegar te mando o meu e-mail pra vc me mandar o seu endereço!
Beijo, beijoooo
She
She, não se preocupe.
ResponderExcluirQdo der certo será esse dia mesmo!
Beijosss