Continuação...
Leia a primeira parte
Leia a segunda parte
Leia a quarta parte
Leia a quinta parte
Quinze dias depois, a empresa foi vendida e seu Antero, feliz, chamou seus filhos em sua casa.
Eles, sem pronunciarem uma palavra, se sentaram no sofá e esperaram pelo pai, que estava no banho.
Quando seu Antero apareceu na sala, todos se levantaram e seu Antero disse com voz tranquila, que eles poderiam ficar sentados.
Pegou os três envelopes que estavam na mesa de centro e os deu a cada um.
- O que é isso, pai? - perguntou Antoine, com medo da resposta.
- Se fosse pra eu falar, não colocaria num envelope, né? - respondeu em tom de deboche.
Abriram ansiosos e viram um depósito milionário em cada conta. Ficaram olhando o papel, sem entender nada, mas felizes, aliás não se cabiam de tanta alegria. Marcos, o caçula, deu um pulo e um murro no ar:
- Valeu, paizão! - e abraçou o pai, que retribuiu.
- A partir de agora, é cada um por si; vocês já estão crescidinhos, já são donos dos narizinhos, são cultos, bem formados, portanto, não contem com mais nenhum centavo meu. O de vocês está aí e o meu está comigo. Este é o meu testamento em vida. Boa sorte, seus moleques! - e deram um abraço coletivo, emocionados.
Seu Antero voltou ao quarto e terminou de arrumar as malas. As passagens já estavam compradas, sem data para retorno. E foi o que fez! Primeira parada: México. Queria andar por onde andou Elvis Presley, em Acapulco, seu ídolo eterno.
Não se despediu de ninguém e partiu feliz!
Chegando em Acapulco, se instalou num hotel simples, sem estrelas, sem regalias, tudo muito simples, mas confortável.
Sempre muito gentil com todos, seu Antero era um homem extremamente simpático, com seus sessenta e cinco anos.
Conheceu Leonor, também brasileira, que morava há quinze anos em Acapulco. Vendia sanduíches naturais nas praias. Linda morena, de quarenta e oito anos, cabelos encaracolados, pernas perfeitas e bronzeadas e um sorriso encantador, assim como era de sua amada Dorotéia.
Papo vai, papo vem e começaram um namoro. Os dois se entendiam muito bem e riam o tempo todo. Sem falar no sexo que era perfeito, como se tivessem feitos um para o outro.
Seu Antero convidou Leonor a voltar ao Brasil e conhecer sua família. Ela aceitou, dizendo que tinha suas economias e que adoraria voltar à sua terra.
Voltaram, e quando Leonor conheceu sua casa, ficou de queixo caído. Não disse nada e ficou até sem jeito com tanto luxo.
- Não se incomode com isso, Leo, são só objetos e nada mais. - disse seu Antero segurando-a pelo braço e lhe mostrando toda a casa.
Apresentou-a a todos os funcionários da casa e organizou um jantar para apresentá-la à família, todo feliz!
À noite, todos chegaram e encontraram o pai Antero de bermuda, camiseta e chinelos. Na verdade o jantar era um churrasco com tudo o que tinha direito. E todos estavam muito bem arrumados, como sempre foram.
Seu Antero apresentou a namorada a todos, que não gostaram nada dessa história, mas aceitaram.
As noras, todas muito frescas e fúteis, ficaram dentro da casa, na sala, conversando e reclamando da fumaça que entrava pela janela:
- Guida! - gritou uma delas para a empregada - fecha a janela? Essa fumaça tá insuportável!
A empregada fechou e voltou para a cozinha.
Ficaram mais indignados ainda quando seu Antero resolveu colocar música sertaneja no aparelho de som, daquelas de raiz mesmo, para lembrar sua infância difícil. Gentilmente convidou Leonor para dançar. Os dois sozinhos dançando e se divertindo muito, para espanto de todos. Leonor sempre exuberante, jogava a cabeça para trás e balançava seus cabelos encaracolados, soltando uma risada contagiante, e rodopiava, segurando apenas uma das mão de seu Antero.
Ele, por sua vez, percebia os olhares maldosos dos filhos e os resmungos como se estivessem inconformados com a situação. Mesmo assim não se incomodava com esta situação, que para ele, era pura diversão.
Continua...
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Para os que ficam, bye, bye - Parte III
Marcadores:
comportamento,
contos,
valores
Escrevo sobre a vida e os momentos específicos emocionais.
Assuntos relacionados sobre a mente humana e como conviver com o outro sem a necessidade de mudá-lo.
O conhecimento é primeiro processo de cura.
Sente algum desconforto em seu relacionamento? Vamos conversar?
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Li as três parte e fiquei no ahhhhhhhhhh quero mais, super curiosa, na verdade abelhuda rsrsrs
ResponderExcluirQue privilégio ter uma amiga escritora!
Um lindo dia p/ vc! A quarentona se parece comigo rsrsrsrssr
Beijooooooooooooo
Muitas vezes a nossa felicidade incomoda os demais... Mesmo que a felicidade deles muitas vezes sejam fruto do que doamos para eles...
ResponderExcluirO ser humano é um tanto egoísta e precisa rever os seus valores constantemente!
Aguardo os próximos capítulos com ansiedade!
Beijos
Aqui.....
ResponderExcluirSe vc me matar o seu Antero, eu te esgano, viu??????
hahahahahahhahahahahha.....
Quero mais.....mais.....mais.....mais
beijuxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
KK
Estou curiosa pelos próximos capítulos ...
ResponderExcluirhttp://odiariodeanabelajb.blogspot.com/
Clara,estou adorando seu conto!Antero está mesmo certo:tem que curtir a vida,já que sempre batalhou!Aguardo a continuação!bjs,
ResponderExcluirDá-lhe, Antero!!!!!!
ResponderExcluirGiu
Ahhhhh quase nunca consigo acompanhar... Volto depois para ler o I, II e o III! ;)
ResponderExcluirBeijo, beijoooo
She
Continua...Oba!!!!
ResponderExcluirBeijos
Chris
http://inventandocomamamae.blogspot.com/
Depois de alguns dias ausente, estou de volta tentando colocar tudo em dia.
ResponderExcluirJa estava com saudades de passar aqui.
Adorei Clara cada postagem, e li as três parte... Aguardo a próxima.
Você é uma ótima contista, ja pensou em publicar seus contos? Faria muito sucesso.
Beijos grande!
Vim ler hoje...
ResponderExcluirAdorei e estou gostando cada vez mais do Antero...Vamos ver se continuo a gostar,rs