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domingo, 6 de agosto de 2017
O Dia Em Que Eu Te Desconheci
"Eu passei por uma situação difícil, sabe? Agora nem tanto, mas ainda não entendo. Já estou em outra, ela também já está... Quer dizer, ainda não cabe na minha cabeça uma vida inteira ao lado de uma pessoa e, do nada, tudo muda!
Não sei qual foi o dia em que tudo terminou... Não sei se foi aos poucos... Estávamos bem, fazendo planos... Tínhamos planos de cuidar dos netos, viajar... Eu, como conheço muitos lugares no Brasil, disse que levaria ela pra conhecer os lugares que mais gostei. São lugares lindos, mágicos... E esse era meu plano. Depois de nossos filhos casarem, e vierem os netos, cuidaríamos deles também. E viajaríamos pelo Brasil, como eu fiz quando jovem... Queria mostrar tudo a ela.
Um dia, engraçado que não consigo me lembrar o que aconteceu antes desse dia... Então, um dia eu cheguei em casa, ela estava calada, disse que queria conversar e tal... Eu pensei que fosse coisa comum, do dia a dia... Daí ela veio com a conversa de separar... Eu parei e fiquei olhando pra ela, sabe? "Por que?" Eu perguntei. Ela falou tanta coisa que só consigo me lembrar de que ela estava cansada dessa vida, de mim, de tudo. Nunca fui de discutir. Fiquei ouvindo e sem acreditar, até pensando que seria passageiro. Nunca tivemos uma conversa sobre isso.
E já no outro dia minhas malas já estavam prontas. Foi o pior dia de minha vida!
Sabe quando você vê seus planos indo pro ralo? Seu chão sumir? Era eu naquele dia.
Pedi um tempo até eu arrumar um lugar pra ficar. Nisso demorou uma semana.
Peguei minhas malas e fui embora. Ela nem sequer olhou na minha cara! Nessa uma semana fiquei pensando se eu tinha feito algo errado. Não, tenho certeza de que não fiz nada errado, ou nada que pudesse magoá-la. Ainda fiquei na esperança de ser alguma crise de TPM ou sei lá o quê.
Me hospedei numa pensão no centro da cidade, simples, familiar...
Avisei meus filhos onde eu estava, eles vieram me ver e me abraçaram... Também não entenderam nada. São jovens, natural não entender essas coisas de gente madura.
Ficaram algumas coisas minhas na casa. Aliás, eu deixei tudo pra ela e pros meus filhos... Fui lá buscar e vi que ela havia trocado a fechadura. Entendo, agora a casa é dela, não é?
Esses dias minha filha disse que queria conversar comigo. Fui até lá e ela veio a mim e ficamos no carro. Ela disse que a mãe estava namorando e que o homem esteve lá na noite anterior tomando cerveja com ela. Minha filha estava indignada! Me doeu o coração, sabe? Mas faz parte da vida. Expliquei que agora a mãe é livre, que eu também sou livre e podemos namorar quem quisermos. Eu também já estou namorando, e está bom assim, namorando.
Olha, depois de dois anos separado ainda não entendo como uma vida a dois pode ser desfeita assim, tão facilmente. De que adiante planejar, querer, programar, pra depois acabar tudo, desmoronar tudo?
Que vida é essa?
Minha namorada quer que eu vá morar com ela, mas não vou! Não agora... Talvez um dia, quem sabe?
O que sobrou? Só o dinheiro da pensão, que tenho que ser correto, que não posso atrasar nem um dia, que quando sobe o salário ela já aciona o advogado pra aumentar a pensão... Isso que sobrou.
Como pode viver mais de vinte anos com uma pessoa e depois não poder nem conversar? Nem amizade ficou...
Ah, mas tá bom, espero que ela se ajeite com quem ela quiser. Eu também estou bem, e está tudo bem assim."
Esse foi o desabafo de um amigo...
Clara Lúcia
Olá Clara!
ResponderExcluirAcontece. Ainda bem que seu amigo teve quem ouvisse seu desabafo.
ABÇ
JAN
Puxa, que triste situação desse teu amigo. Mas acontece mesmo!Pena! E nesse caso, os filhos sofrem...beijos,chica
ResponderExcluirÉ...Acontece nas melhores famílias. Talvez ele não saiba mesmo onde tudo desandou...Mas ela sabe, com certeza.
ResponderExcluirBeijo, maninha.
Claro que é sempre triste quando o amor acaba, sobretudo quando o sentimento não é recíproco e alguém é apanhado de surpresa. Mas essa é a natureza humana, melhor ser honesto e dizer que o amor passou, do que viver um engano.
ResponderExcluirPena é não restar nada, a amizade devia persistir, afinal não houve traição, briga, pancada. E há filhos em comum.
Um abraço para o amigo.
Ruthia
Acontece com muitos casais, perdem a intimidade e não se dão conta. Um dia um dos dois percebe que não está mais ali. Viver a rotina como se sempre tudo ficasse sempre igual. Viver e cuidar de cada flor do nosso canteiro para não se ser surpreendido por um canteiro estéríl
ResponderExcluirOlá, querida Clara!
ResponderExcluirPena que a cumplicidade deixe de existir!
Tão bom um amor amigo!
Seja feliz e abençoada!
Bjm de paz e bem
Oi, Clara, texto interessante... me separei mais de uma vez, é doído, sofrido, ver planos a dois desmoronando, mas é preciso atentar que nem sempre a relação fracassou, deu errado, simplesmente acabou como tantas coisas acabam na vida. Pior é quando a pessoa se mantém presa a relações que já acabaram por medo de contrariar o fluxo natural da vida. Abraços!
ResponderExcluirClarinha,
ResponderExcluirDe volta estou no meu Blog, o Renasço Ocaso - o mais novo - dando férias do FB.
E como sinto falta de escrever, voltei.
Então, na minha opinião, nuca passei por tal situação. Mas considero essa atitude, seja por parte do homem ou da mulher meio covarde.
Não pelo desejo de se separar.
Creio que numa separação assim, sempre considero estranho o parceiro rejeitado não tenha percebido nada. Ou a mulher sabia muito bem fingir ou o homem, nada viu por pura cegueira ou pelo comodismo da conquista feita. E presumidamente julgada como para sempre.
não notar também é uma forma de ser egoísta ou de suprema ingenuidade.
E não concordo absolutamente com essa história da mulher colocar o homem para fora de casa.
Se nós mulheres queremos e lutamos pela nossa emancipação e igualdade de direitos, não entendo o porquê de se julgar a dona de tudo só por ter ficado com os filhos.
Trabalhar é bom. E se a moça trabalha, há que se conversar sobre uma guarda compartilhada( se houver o interesse do homem).
Conheço aqui uma vizinha que se separou. Fez isso- ficou a casa nova e filho. Ela traiu o marido antes de separar.
Quando colocou outro homem dentro da casa, o marido pediu na justiça para vender a casa e dividir. Ela saiu da casa , deixou a mãe tomando conta do filho. E foi morar com o atual.
Cada caso é um caso.
Só creio que nunca existe esse tipo de separação " do nada". Alguém foi muito esperto em enganar ou alguém foi muito cego.
Mas, em separações há, na maioria dos casos, lutas. E falta de equilíbrio.
Bem, só comento. Como dizem, só observo.
Vinte anos não são vinte meses.
Beijos muito doces, minha filhota!