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sexta-feira, 12 de abril de 2013
Saudade
Participando do Projeto Bloínquês - 12ª Edição Solte o Verbo.
Dói, e muito!
Quando a pessoa é viva fica fácil, mas uma das saudades mais doloridas é por alguém que já morreu.
Há cinco meses que meu irmão se foi. E até hoje não nos acostumamos com sua ausência. Meus pais sofrem ainda, minha cunhada continua chorando muito, minha sobrinha ainda é muito nova para entender o que significa morrer, mas chora pela falta do pai, inconformada.
Sempre me pego pensando nele, ouvindo sua voz, seu sorriso largo, seus olhos brilhantes e suas reclamações costumeiras. Ô homem que reclamava de tudo! Sinto falta disso também.
De uns tempos para cá confesso que fiquei ausente do convívio familiar, mas sabia que ele estava lá, onde sempre esteve. E qualquer coisa, era só ligar, ouvir a voz, aparecer.
Hoje, a única coisa que consigo fazer é fechar os olhos e imaginá-lo, e é inevitável não lembrar do velório, das pessoas chorando, de meu pai arrasado e definhando em questão de horas, dos muitos amigos, parentes, vizinhos e conhecidos que compareceram. Como esquecer de minha cunhada abraçada ao caixão o tempo todo? Como esquecer aquela fisionomia morta e gelada naquela cama de madeira sem colchão? E como esquecer que a vida continua, querendo ou não, agora sem ele.
Dá um aperto no coração, um oco bem no meio do peito, um vazio na mente, até que uma lágrima desce, teimosa, pelo rosto abaixo, ganhando o colo vazio, ardendo e quase evaporando por causa da quentura da saudade que bate e fica, que criou raízes profundas, como um bambu japonês que nunca, nunca mais será arrancado. Enverga, mas não quebra. Logo volta a sua posição ereta, imponente, marcando presença dia a dia, até nosso último suspiro, como simples mortais.
É a morte ganhando da vida, é a dor caminhando de mãos dadas com a saudade, é um sorriso a menos e um rio de lágrimas a mais, é um outro modo de enxergar o que realmente vale enquanto estamos vivos. Podia ter ficado mais perto, ter ajudado mais, ter gargalhado mais, ter convivido mais com ele. Mas mesmo sabendo que um dia vamos embora para sempre, ainda teimamos em querer dominar o tempo e deixar tudo para depois. Amanhã eu vejo, amanhã eu converso, amanhã eu beijo, abraço, amanhã eu digo que amo... Amanhã eu enterro e levo comigo a saudade eterna, a dor e o remorso de não ter estado mais junto, mais perto, enquanto todos nós tínhamos vida.
Que esteja com Deus, sempre, você e nós!
Esse tema é lindo e deu uma bela inspiração aqui! Goste, mais uma vez, de te ler! beijos,chica
ResponderExcluirEntende bem do que vc está falando, sinto aquela saudade dos momentos bons com meu pai... Me irmão está hospitalizado em Belém na fila de espera p/ fazer uma cirurgia séria, depois vai p/ quimioterapia, viajo amanhã a noite p/ vê-lo.
ResponderExcluirMinha amiga, é o círculo da vida, não é p/ se explicar é p/ se viver simplesmente!
Tenha uma excelente semana!
Bjoooooo
É Clara, a saudade é uma dor que fica latente em nosso peito. A gente pode até viver "normalmente" mas a cada pouco, ela volta, mordisca a carne e o coração sangra abertamente. Essa semana meu pai voltou com força intensa em minhas memórias. Chorei. Senti sua falta. Lindo e emotivo texto. Bjs
ResponderExcluirOi Clara,
ResponderExcluirSó quando perdemos alguém que amamos muito é que entendemos o verdadeiro significado do que a saudade. Porque como você disse, saudade de quem está vivo, embora longe, a gente mata num telefonema, num reencontro, num abraço. Mas de quemjá partiu pra sempre não há como.
E dói. Dói muito mais do que a gente pode explicar.
Beijos e carinho no coração.
Selma
Clara,
ResponderExcluirUma dor forte que parece que não passa... Saudades de quem parte é dolorido mesmo. E o que vc disse é mesmo uma verdade. Que possamos passar mais tempo com a nossa familia sempre, agora. Depois fica só a saudade imensa...
Beijos grandes
Adriana
Nas horas que a saudade bate, devemos ir fundo e não evitar que ela se instale. Isso faz parte do luto - lutar contra o esquecimento, pois enquanto nos lembramos das pessoas que se foram, elas continuarão vivas!
ResponderExcluirEsse tema é bem massacrante pra mim. Tenho colecionado saudades!
Beijus,
ResponderExcluirA esperança vive em mim,
amanhece comigo,
percorre o dia todo
e, quando anoitece, ela está ainda mais fortalecida
Desejo a você
que também tenha sempre a esperança,
que ela permaneça sempre em seus pensamentos.
Que as estrelas iluminem e guiem seus passos.
Que Deus abençoe seu final de semana.
Beijos no coração carinhos na Alma.
Evanir.
Teu relato transborda a ausência doída, Clara.Só o tempo será capaz de aquietar a dor maior, mas a saudade, esta, nos acompanha pra sempre.
ResponderExcluirBjos,
Calu
Sinto uma dor , dor q não passa dor muita das vezes física
ResponderExcluirSinto falta de mais
olhar pro lado da cama e não estar mais ao meu lado
receber um telefonema no meio do dia pra saber como eu estou
olhar no relógio as 18:30 e ela não chegar
sinto falta do não tivemos tempo pra fazer
dor em olhar nos olhos da Marcela e dizer q ele não volta mais
sinto falta das gargalhadas de balançar a barriga e ate fechar os olhos de tanto rir
um sorriso sempre no rosto
mal humor por motivos bobos
do abraço apertado
Q Deus me de forças para seguir em frente..
Regiane
Oi Clara,vim retribuir sua visita carinhosa.
ResponderExcluirQuanto suas palavras, muito tocante, principalmente por quem tbm já passou por isso, como eu.
Meu irmão mais velho era como o nosso pai, era no nosso orgulho e nosso exemplo, era nosso tudo.
Mas tivemos que "aprender" a conviver sem ele, dói muito! muito mesmo, mas amiga, a vida segue né mesmo?
O ruim é descobrir depois que deveríamos ter falado pra ele todos os dias a importância que ele, e os demais tem na nossa vida, antes que seja tarde demais.
Fiquei triste agora!
BJO E LINDO FIM DE SEMANA.