segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Mulher de Amigo Meu


      Rangel, no caminho de volta para casa, depois de um dia tranquilo, quente, num verão carioca de 40º, para no semáforo e aumenta o som do rádio. Olha para o lado e vê num outro carro, uma mulher estonteante na direção, que lhe sorri mas disfarça quando os olhares se cruzam. Rangel gostou da situação e insistiu nos olhares. Ficou boquiaberto com a beleza da morena com olhos cor de mel que estava ao seu lado, e que se insinuava para ele. Isso não era comum, já que ele sempre estava nervoso, louco para chegar em casa e relaxar. Viu quando a mulher mexeu nos cabelos, mostrando o dourado da aliança na mão esquerda. Mesmo assim, Rangel não se intimidou, pois também tinha a sua dourada na mão esquerda. Abaixou o vidro e perguntou para ela se queria vender a argola dourada. Ela sorriu.

      Depois pararam em outro semáforo e começaram a conversar por gestos, sorrisos, piscadas, e as poucas palavras pronunciadas combinaram de parar em uma pizzaria próxima daquele local.

      Era uma mulher realmente muito linda e irresistível, como Rangel pensara que fosse. Não conseguia ficar quieto com as mãos e logo começaram a se beijar, em frente à pizzaria. Mônica era seu nome. Não entraram e combinaram de se encontrar em um local mais discreto. Um restaurante num bairro próximo, quase sem movimento, era o ideal para os dois.

      Beberam um chop gelado e lambiscaram um petisco. Não aguentando mais, saíram rumo a um motel que ficava na saída da cidade, um pouco longe dali.

      Enquanto Mônica tomava uma ducha, Rangel abriu o champagne e esperou ansioso por aquele monumento irresistível. Antes de se entregarem ao prazer carnal, conversaram um pouco e Rangel descobriu que Mônica era ex-mulher de um grande amigo seu, ao qual jogavam futebol aos finais de semana. Ele gelou. Pediu para que Mônica se vestisse e foram embora. Mônica estava separada há dez meses, mas Rangel não aceitava uma canalhice de se envolver com a mulher ou ex-mulher de um grande amigo.

      Durante dois meses, Rangel fugiu da morena de olhos cor de mel, mas era praticamente impossível, pois Mônica frequentava os mesmos lugares e até na praia fazia questão de ficar próximo dele.

      Num dia, quando o mar estava tranquilo, Rangel foi banhar-se. Mônica, olhando de longe o acompanhou e ficou do seu lado, conversando. Não demorou muito e já estavam se beijando. Mônica disse para Rangel para não se preocupar pois já havia comentado com o ex-marido sobre a situação e que ele não havia se importado. Realmente isso era verdade, pois Rangel, assim que soube quem ela era, conversou com o amigo e contou que havia conhecido Mônica. O amigo, que sabia como era a ex-mulher, tranquilizou-o, dizendo que se fosse da vontade dos dois, não teria problemas. Mas a consciência pesou e Rangel resolveu se afastar.

      Depois de muitos beijos, naquela água fresca, tranquila, a praia não muito cheia de pessoas, o sol quase se pondo, a brisa a envolvê-los, Rangel se entregou ao desejo, ao pecado carnal e teve Mônica nos braços, explodindo de paixão, sem se importar com sua argola dourada no dedo da mão esquerda. Cada vez que Rangel olhava para Mônica, ficava encantado com tanta beleza e tanta gostosura. Aquele corpo perfeito, os seios redondos e empinados, a barriga chapada, as pernas roliças e o bumbum empinado e firme. Corpo firme, mas não musculoso. Não tinha visto nada igual até então. E sabia que era uma mulher discreta, que não ficaria atrás dele para perturbar-lhe o sossego, e que não tinha o interesse de lhe prejudicar de alguma forma. A mulher perfeita! Se encantara de tal maneira, que tinha medo dessa paixão virar amor, por isso tomava todo o cuidado do mundo sobre seus sentimentos. Tinha certeza do domínio sobre si e assim o fez. Sabia que era somente paixão, pois não tinha planos, não sentia ciúmes e não se importava que Mônica tivesse outros homens além dele. Queria mesmo era extravasar sua vontade, seus desejos, realizar suas fantasias e passar momentos tranquilos com uma pessoa, que além de linda, era uma ótima amiga. Amava a esposa, mas esta não o satisfazia como assim o desejava. E procurava por aventuras pela cidade e teve a sorte de encontrar Mônica.

      Não se encontrou mais com o amigo, ex-marido de Mônica. Achou melhor não mais fazer parte do time de futebol, pois não conseguiria encará-lo tranquilamente. Sabia que não haviam mágoas, nem traições entre os dois, pois tudo foi colocado às claras, antes de acontecer qualquer coisa.

      Rangel e Mônica não se desgrudaram por quatro anos. Tudo tranquilo, discreto, mas com muita paixão, tesão, e com cuidado para que essa aventura, mais uma na sua vida, não caísse em olhos e ouvidos errados, capazes de atrapalhar sua tranquila vida de homem casado.

16 comentários:

  1. to tentando achar a moral da história.

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  2. Muito bom o caso. Acontece muito, mais do que pensamos. Na verdade, amigos amigos eles não eram, senão Rangel já conheceria a moça. Eram "colegas", somente. rs
    A maioria dos homens não resiste a outra mulher, que se ofereça. Nem precisa ser estonteantemente bonita. Só querem outra que não a deles. Beijo, Clara. Boa semana.
    (agora, fala sério, viver uma relação extraconjugal por 4 anos e a "verdadeira" não desconfiar, é difícil, né? Acho que toda mulher sabe se é traída. Algumas vão à luta, outras deixam rolar. Mas que "sabem", sabem")

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    1. Sabem, Lúcia, sabem sim!
      E muitas preferem "não saber" e continuar no conforto de uma vida satisfatória.
      Cada um, cada um!

      Beijos

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  3. acho que algumas chegam a saber, outras nunca saberão, depende o caso, o negócio é que a grande maioria não consegue resistir a uma mulher oferecida. bjus

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  4. Nossa..adorei esse conto...é uma loucura manter algo assim, mas penso que acontece...
    paz e bem

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    1. Deve dar muito trabalho, Bel...
      Acontece sim e muito, pode acreditar!

      Beijos

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  5. É um conto mas tem muita situação igual na vida real. Tenha uma linda semana. Bjs.

    Jussara

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  6. Gostei!!! Mas faltou um pouquinho de empolgação. Quanto ao fato dos 4 anos, já vivi com várias namoradas, inclusive vizinhas, por este tempo ou um pouquinho menos, sem que ninguém desconfiasse.

    Canalha profissional é canalha profissional, né?

    E Conheço várias mulheres canalhas também e com muito mais estrada que esse pobre Rangel. Mas... mulheres são mulheres!!!

    Beijuxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx...

    KK

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    1. Faltou a pimentinha malagueta....

      Conheço mulheres canalhas também, fingem o que não são, santinhas do pau oco... e se fazem de vítimas qdo alguém desconfia de algo. Mulheres!!!

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  7. Olá Clarinha! :)

    Gostei muito do conto. Relacionamentos extra conjugais, acontecem muito quando o amor acaba e os casais estão no casamento por acomodação.

    Respondendo à tua pergunta sobre o tutorial: É indiferente, podes colocar o nome do blog, ou o teu nome, ou ambos. Eu tenho colocado ambos.

    Beijos,

    Cris Henriques

    http://oqueomeucoracaodiz.blogspot.com

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  8. Oi Clara, desculpe não ter respondido às suas mensagens, vi só hoje. Fico feliz que já tenha resolvido.
    Tenha uma boa semana, beijos.

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  9. Lindo conto com uma temática bem real desde sempre nos relacionamentos. beijos,tudo de bom,chica

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