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terça-feira, 19 de abril de 2011

Quando o cristal quebra...

Não tem jeito! Não tem conserto, não tem salvação... se não tem perdão.
Dias desses reencontrei um amiga de infância que não via há uns 20 anos. Nossa, como o tempo passa e não nos damos conta. Casada, 3 filhos, muito bem financeiramente e, infeliz!
Me lembro que a última vez que tive notícias dela estava pra se separar do marido que pulou a cerca e fez um filho em outra mulher. Na época não tive oportunidade de conversar com ela, mas fiquei triste porque sabia que se amavam.
Mas depois de tantos anos, como já a conhecia, perguntei como estava.
Na época, disse ela, foi difícil, muito difícil (claro que foi), mas como os filhos dela eram pequenos não fez nada do que deveria fazer. Mas o que deveria fazer? Separar?
É, o normal seria separar e cada um pro seu lado...
Mas nem sempre é assim. Não cabe a ninguém julgar. O máximo que uma pessoa decente pode fazer é ouvir, chorar junto, lamentar e oferecer ajuda, caso precise.
Continuam casados, os filhos já grandes e dois já casados com filhos, e ela e provavelmente ele também infelizes.
Ela até deve ter se esforçado pra perdoar, e minha opinião é que deve perdoar mesmo, mas vai ficar sempre a imagem da traição, do fruto da traição que não tem nada a ver com isso, e as cobranças... até que a morte os separe.
Eu disse que tem que perdoar mesmo porque não é bom ficar remoendo mágoas... Perdoe e esqueça (de coração) o assunto. Mas não quer dizer que tenha que continuar vivendo com a pessoa. Só não fique alimentando raiva, ódio, vingança. Quem sofre é você e não o outro.
Não é fácil assumir uma separação com filhos pequenos. "Tem que ser muito macho", foi o que eu ouvi de muitas pessoas. Mas como já disse, cada caso é um caso e eu tenho o péssimo hábito de ser sincera demais, de não saber mentir e nem ficar engolindo o que eu não quero. Eu não saberia viver numa situação dessas.
De todo jeito é difícil. A vida é difícil. E filhos tem que ficar de fora da briga. Eles não tem nada a ver com isso.
Ela não se separou e é infeliz, o marido ídem. Mas tem os filhos com todo o conforto, a presença do pai dentro de casa... Mas que também percebem a indiferença dos pais como casal. E isso fica marcado como um carimbo. Como transmitir amor se não é feliz no dia a dia? Não sei.
E eu muito topetuda, que nunca fugi de situação nenhuma, enfrentei uma separação com filhos pequenos. Resultado? Anos e anos de depressão e síndrome do pânico (está melhorando, quase boa). Mas meus filhos nunca mais presenciaram uma briga, uma discussão, um choro meu, um grito nem nada. Paz!
Imagino o casal acima: ele se apaixona por outra mas não pode ter uma vida em comum por causa do tal "acordo". Então fica às escondidas com outras.
E ela a mesma coisa, por que não refazer a vida com outra pessoa e ser feliz, que creio eu, é o que todos queremos?
Mas julgar não é a minha finalidade.
Se resolveram assim... Como eu resolvi do meu jeito... Cada um sabe de sua vida.

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