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sexta-feira, 15 de abril de 2011

10 x 9,90

Aí ninguém resiste mesmo!  Olha o preço... 99,00 dividido em 10 vezes sem juros? Ahhhh eu também quero!
Quero nada... Tô falando do celular... Não tenho... Não tenho porque trabalho em casa, tenho o fixo e onde eu iria usar o celular? Por enquanto não me faz falta. Existem de todos os preços, eu sei.
Mas acredito nas pesquisas que dizem que existem mais celulares do que pessoas no planeta.
Ontem eu estava primeiro num escritório de advocacia e depois numa fila de banco. Todos, exatamente todos menos eu com o celular. Confesso que me senti um pouco excluída, mas...
E olhe que não tem idade, nem tamanho, nem cor, nem sexo... Todos com os aparelhinhos ali... Uns no bolso, outros na bolsa... outros na mão pra exibir...
E os toques... Alguém pode me explicar que toques exóticos são esses? De onde tiram isso?
Eu ouvi: toque de telefone fixo, musiquinha sem nota definida, rebolation, rock, criança chorando, criança chamando mããããe...
Alguns com o toque muito alto, pra mostrar mesmo que tem um celular. Geralmente esses altos são aquelas senhorinhas bem humildes, baixinhas, de cabelo branco amarrado num coque, chinelo havaiana, uma bolsa bem de camelô e o celular toca...
Tem gente que tem mania de atender o celular e sair andando...
Primeiro, quando é mulher, escafuncha na bolsa procurando o tal, depois custa a achar o botão pra atender - porque fica tocando hoooooooras aquela musiquinha horrenda, depois, do nada, sai andando sem rumo pra atender. Por que o pessoal de lá pode ouvir a conversa e os daqui não pode?
E tem aquelas pessoas que fazem conferência. Atendem ali mesmo e falam tão alto pra que todos ouçam que ela está conversando com sabe Deus quem. "Vejam, eu tenho um celular!"
As mocinhas com aqueles cheios de mequetrefes, coloridos, geralmente andam em dupla ou em bando, todas iguaisinhas, todas com celular, todas mascando chiclete, todas de cabelo escorrido, calça justa, tênis... todas. Atendem o bendito, olha pra outra e cai na risada, escondida, claro, da pessoa do outro lado da linha. Ou então, com o fone no ouvido.
Tem os que odeiam... ele toca e pronto (geralmente os homens), cai o mau humor, xingam, desligam na cara, olham e não atendem, fazem um gesto de jogá-lo longe...
E esses (que eu não entendo) que tem o aparelho pra ficar desligado... Ô saco, por que tem então se não quer atender ou deixa desligado?
Mas bendito seja, existem os mais discretos... Apenas pegam o aparelho, cochicham e desligam. Ou então, pegam o aparelho apertam umas duas teclas e guardam de novo.
E quando - fila é um lugar comum - encontram um conhecido na fila que não vê há muito tempo... Conversam uns 3 minutos (mulheres, é claro), e já catam o celular pra mostrar fotos... "Nossa, como cresceu!"
Ontem vi de um tudo de tecnologia celular... Mas ainda não tenho necessidade de ter um. Mas não descarto a possibilidade. Só fico pensando em qual exemplo eu vou ser (sem querer), quando for atender o meu celular...
Aloooooooooooooooooo....



P.S. Será que alguém confessaria que ligou pra um daqueles números que a gente adquire por exemplo, piadas todos os dias, dicas de beleza, signos, fofocas, namoro, encontre a alma gêmea, palavras de fé... E aí?

2 comentários:

  1. Rs.... muito boa Clara... o meu celular é desse aí de 10x 9,90... praticamente só uso pra falar com meu marido e muito pouco.
    Me lembrei de uma peça de teatro que vi um tempo atrás, com a Elisa Lucinda - "Parem de falar mal da rotina". Tem uma cena que ela encena uma mulher andando com a bolsa e aí pega a bolsa e leva até a orelha (tipo pra ouvir se o celular tá tocando lá dentro), muito engraçado...
    Ahhhhh... eu nunca liguei pra esses números aí não...

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  2. Camila, comece a prestar atenção pra vc ver... é muito engraçado! Aquelas senhorinhas que a gente pensa que é humilde, mas tem um celular de última geração. Acho que eu que tô fora do padrão.

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