sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Um Pedreiro Mexeu Comigo


Antes, um recado pras feministas: não leiam! Se lerem, não me critiquem! Mas podem comentar o que quiserem. São sempre bem-vindas! Todos, bem-vindos!

Estava eu voltando da academia quando um pedreiro que trabalhava, solitário, em uma obra...

- Ô, coisa linda... - disse ele a mim.

Tive a certeza de que foi pra mim, pois somente eu estava passando na rua, e olhei até nas janelas pra ver se tinha alguma moçoila. Então a cantada foi pra mim mesma!

Quase tropecei, esperei me afastar pra só depois sorrir. Depois de anos, finalmente uma cantada! hehehehe

Constrangedor? Sim, mas gostei. Fazia tempo, anos, que não recebia um elogio assim na rua. Digo elogio porque ele falou em voz baixa, não havia ninguém, além de mim, por perto e que ficou só nisso.

Quando se é jovem, é comum receber "elogios". Hoje em dia é perigoso, não é bem visto como naqueles idos 198... e é considerado até uma agressão. Mas como foi no meu caso, nada de agressão.

Vejam bem, quase cinquentinha, saindo há pouco de uma depressão e pânico, sem olhar direito pro espelho, me sentindo a pessoa mais estranha do mundo e completamente antissocial, receber um elogio? Ahhh, voltei à juventude!

Mulher é assim mesmo, gosta de ouvir pra ter certeza, de carinhos, de romance... Mesmo que seja chato pros homens, ficar repetindo, façam, por favor! Essa é uma característica nossa, feminina, então o que custa falar coisas bonitas pra nós? Não estou dizendo cantadas de estranhos, mas quem está próximo, que convive conosco, ou que por acaso reencontrou, que aconteceu algo, falem, meninos! Não custa nada e o retorno é prazeroso!

Um pouco de romance sempre faz bem, mesmo sendo um caso esporádico. E nem precisa ser romance, se é que me entendem...

Há quanto tempo você, homem, não elogia sua mulher, namorada, amor platônico, amiga, ficante, enfim, há quanto tempo? Surpreenda! E veja o resultado.

Um ótimo fim de semana a todos!




quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Silêncio! Estou Ouvindo...


      Numa manhã de outono, terça feira, Alice acordara animada, afinal era dia de trabalho voluntário no Hospital do Câncer, na ala infantil, sua ocupação mais prazerosa.

      Para ela, o trabalho voluntário era mais que uma obrigação, pois anos atrás fora muito bem acolhida, cuidada e recuperada devido a um pequeno aneurisma que deixou-a em coma por uma semana.

      Trabalho voluntário sempre esteve nos seus planos, mas sempre havia uma desculpa para adiá-lo. E agora chegara a hora, agora era o depois... Depois do coma... Depois de quase morrer... Depois de se desgastar com futilidades... Depois de uma vida recheada de bens materiais e vazia de afeto.

      Alice ficava eufórica por encontrar as crianças, mas ficava na expectativa de algumas não estarem mais por lá, ou por terem voltado para casa ou por terem ido morar na casa do Pai. E lamentava, orava, ali mesmo, no meio de todos, com os olhos fechados, apenas mexendo os lábios e olhando para o alto, convicta de que Deus ouviria suas súplicas.

      No começo era difícil, Alice tinha crises de choro, de dor imensa, de revolta, mas foi se acostumando a fazer tudo com naturalidade. Incrível como acostuma-se com tudo, até com o sofrimento alheio. Via o brilho especial nos olhos das crianças, como se implorassem por vida, por salvação, mesmo não tendo conhecimento da gravidade da doença. Cruel, pensava, orava e continuava sua missão, com paciência, sorriso carimbado e um carinho na cabeça de cada criança.

      O que Alice queria era ficar o tempo todo por ali, mas pelas regras do Hospital, só era permitido duas horas semanais. Muito pouco, porém, melhor que nada. Eram as duas horas mais preciosas da semana.

      Um dia, andando pelos corredores, uma voz chamou-lhe a atenção. Parou na porta para saber de quem era aquela voz doce, que contava pausadamente e fazia gestos com a mão, mesmo a mulher acamada estando de olhos fechados. Não se conteve e se emocionou. Não interrompeu a senhora contadora de histórias e seguiu seu rumo.

      Nunca mais seus dias de voluntariado foram os mesmos. Depois de acariciar a cabeça das crianças, andava pelos corredores procurando a senhora meiga de voz suave e suas fabulosas histórias. Nunca mais viu-a. Dias se passaram e a curiosidade em saber da senhora não cessava.

      Um dia, brincando com as crianças, um pensamento lhe veio: "Mas claro, eu conheço essa voz!", pensou.

      Alice se lembrara daquela voz, das histórias, das fábulas...  No tempo em que estava em coma ela ouvia aquela voz... Aliás ela ouvia tanta coisa, familiares, médicos e enfermeiros... Contou tudo isto depois, mas aquela voz tinha marcado seu silêncio. Sempre aparecia no silêncio, na penumbra. Uma paz, uma vontade de viver... Por onde andava a senhora contadora de histórias? Ela falecera!

      Não se conteve em lágrimas, para estranhamento de todos, porque nem conhecia a senhora.

      Como não? Claro que conhecia! Ela me contava histórias enquanto eu dormia...

      Mesmo lidando com a morte, esta notícia caiu-lhe como um raio fulminante, como um punhal fincado no peito.

      É a lei da vida, a morte! Ela chega sem avisar e nos arranca a alma, nos dilacera e abre uma cratera no peito, difícil de fechar.

      É claro que ninguém entendeu nada... Claro que não! Mas nem precisava... Só Alice ouviu, só ela sentiu e só ela sabe o poder de uma palavra na hora certa. Um anjo humano que doa um pedaço da vida, uns minutos silenciosos, uma fresta de conforto a quem precisa, no dia certo, na hora certa e no momento adequado.

      Que Deus a tenha!

      Texto publicado em 16 de agosto de 2011. Editado.


segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Virgínia Woolf


"Não se pode pensar bem, amar bem, dormir bem, quando não se jantou bem."

Virgínia Woolf, escritora inglesa,

Uma curtinha para refletir. Dá para levar essa frase a muitas situações. Quem se arrisca?

Boa semana a todos!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Ainda Sobre a Solidão


Já falei sobre solidão, neste texto AQUI. Mas ainda há muito o que dizer. Se fosse para dizer tudo pessoalmente não conseguiria jamais. Sou das palavras e não das falas. Acho que por minha timidez, não sei...

Mas, voltando à infância, desde pequenininha, brincava sozinha na maioria das vezes. Gostava dos amiguinhos, quer dizer, amiguinhas, porque naquele tempo, lá no século passado, meu pai permitia só meninas para brincar comigo. Se entrava algum galudinho, ele já ficava de olho. E bastava uma olhada para eu entender e obedecer.

Brincava com as bonecas, que eu amava, com as louças de plástico, ou algum outro brinquedo que eu mesma inventava.

Era louca por uma bicicleta, mas não a tive. Mas aprendi a andar, sozinha! Já contei essa história que acabou num livro de coletânea de contos, mas vou resumir aqui. Peguei a bicicleta de uma amiga e comecei aos poucos, na beira da rua, bem rente à calçada, ainda apoiando os pés no chão. Caía muito, mas muito mesmo, e esfolava os joelhos que ficavam em carne viva. Depois formava aquela casca com pus e não podia nem dobrar os joelhos. Andava de novo, caía de novo, o machucado velho era retirado e um novo se formava. Enfim, tenho cicatriz nos joelhos até hoje. Ah, e tinha aquele Merthiolate, sabe aquele que ardia? Então, ainda sinto as dores por causa dele. Então, aprendi sozinha, na rua, sem ninguém por perto.

Depois foi quando aprendi a nadar, sozinha. Éramos sócios de um clube que ficava próximo de casa e como eu estudava de manhã (outra característica minha, de começar bem cedo o dia), ia ao clube à tarde. Era uma negrinha (apelido que minha avó me colocou), e ia segurando na beira da piscina, enfiando a cara na água, até que aprendi a boiar... Que alegria! E não tinha ninguém por perto para comemorar comigo!

Uma vez, fui ao tal clube. Minha mãe vivia me dizendo para tomar cuidado e blá, blá, blá... Tá bom! E fui direto na piscina "funda", como a chamávamos. E pulava bem no meio, uns três metros de profundidade. E subia devagar, boiando. Para mim não existia prazer maior que esse. E nesse dia, olhando para cima, onde havia um bar, lá estava minha mãe, em pé e com os braços na cintura. Pronto! Apanhei! Saí de fininho, cruzei os braços e fui até ela. "Menina, você não tem juízo não, criatura?". "Mãe, eu já sei nadar", disse, olhando com a cabeça meio baixa, com medo de apanhar. Ela olhou e riu. E eu ri de volta, saí correndo e pulei na piscina funda. Aí a alegria foi maior, pois tinha quem visse que eu aprendi a boiar, a nadar e a pular e voltar na piscina funda.

E muitas outras coisas que sempre fiz sozinha, sem depender de ninguém. Nunca fui de ter turma para sair nas baladas, nem dependia de ninguém para ir e vir a algum lugar. Topetuda mesmo, independente, mas sempre dependendo, entendem?

E desde sempre eu preciso da minha solidão, preciso pensar, raciocinar, inventar, formar diálogos na minha cabeça, resolver problemas, me imaginar amanhã, prever o futuro se isso ou aquilo for feito, orar, enfim, minha solidão sempre foi minha companheira. Não fico confortável quando há multidão, e fico completamente deslocada quando há uma turma grande em que eu conheça todos. Não sou de puxar assunto, mas sou de observar, imaginar, e quem sabe até ler os pensamentos da pessoa. Já fui chamada de arrogante por "não me misturar" com os demais. É muita informação para eu captar tudo ao mesmo tempo. Fico no meu canto, quieta, ou divagando ou prestando atenção em algo, uma coisa de cada vez.

Timidez deve ser assim mesmo. Sou tímida até conhecer a pessoa, depois sou normal, palhaça, chata, metida... blá, blá, blá... E gosto de um bom papo, de perguntar, conhecer... essas coisas.

Bom fim de semana a todos!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Parabéns Simples e Clara!


Dia 22 o blog faz quatro anos!

Dando uma espiada no começo do blog, ah, como eu melhorei! Meio perdida entre o teclado e o vídeo, não tinha noção de quem leria, quem acessaria, quem gostaria, quem se tornaria um fã... Eu tenho fãs!

Essa interação virtual é fabulosa, quando sabemos usá-la. Respeito é primordial sempre, em todos os lugares, e aqui, graças a Deus, nunca tive problemas de comunicação e nem qualquer tipo de agressividade. Talvez a vida seja mesmo um espelho, como já falei tantas vezes.

Não é fácil manter um blog por tanto tempo. Tantos que chegaram se foram... Talvez uma fase sem inspiração ou por não ter mais sentido escrever e não ter retorno. Eu tenho retorno, vários!

E como me propus a escrever contos, crônicas, publicar poesias e até alguns desabafos, não são todos dispostos a ler um texto longo. Eu entendo. Mas mesmo assim meus queridos leitores sempre estão por aqui, comentam ou não, mas estão.

Percebo também uma ajuda mútua entre os blogueiros ou só leitores. Isso é maravilhoso! Gente disposta a ajudar quando precisamos, a nos acariciar quando estamos tristes, a dar conselhos, a rir, a chorar, enfim, gente que lê e se emociona de alguma forma.

MUITO OBRIGADA!

Vamos em frente porque o mundo não para. São todos bem-vindos!


sábado, 17 de janeiro de 2015

Nosso Papa Francisco

Um Papa do povo, que não tem medo de falar, que tem
bom senso, bom humor e um carisma maravilhoso.

A sua bênção, Papa.

















quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

No Tempo Em Que Tudo Era Longe


      Na minha época de infância, a cidade ainda era pequena e tudo parecia muito longe.

      Pela pouca idade e pelas condições da família, andávamos a pé. Ruas longas, largas, difícil chegar ao destino. Me lembro que meu pai me colocava sobre os ombros e eu agarrava seu pescoço, mexendo no gogó. Isso era minha diversão. Não me lembro de conversarem e nem nada, apenas caminhavam.

      Os atalhos. O que mais me lembro eram dos atalhos que passávamos. Naquele tempo ainda existiam vários terrenos vagos e estes eram nossos atalhos. Me encantava com as pequenas flores, miúdas, coloridas e algumas me sapecavam a mão. Certa vez colhi algumas para levar a uma tia, e colhi junto um mandruvá listrado em preto e branco. Quando fui sentir o perfume, vi aquele bicho asqueroso e joguei tudo longe, limpei as mãozinhas no vestido com saia bordada e nunca mais apanhei flor nenhuma. Esse assunto foi motivo de muitas risadas e me deixou constrangida pela minha timidez.

      Muitas casas eram cercadas com arame que ficavam encobertos com uma trepadeira que davam umas frutinhas amarelas com sementinhas vermelhas. Gostava de colhê-las e comer as sementinhas. Nunca soube o nome dessas frutinhas. Alguém sabe? Também me lembro de, mesmo comendo-as, ficava pensando se não seriam veneno e eu morresse ali mesmo, naquele instante. Cabecinha imaginativa desde sempre.

      Nessa época ainda não sabia o que era andar de carro. Mas já havia andado de charrete. Meu avô levava os netos para dar uma volta vez ou outra. Era carrancudo, ranzinza, nunca o vi rindo nem falando algo agradável, mas sabia alegrar os netos com essa charrete. Ele morava numa vila que ficava distante da cidade, estrada de chão, poucas casas e uma praça com um igreja bem pequena. Ouvia, depois de mais crescida, que no passado a cidade era um cemitério, e que na lua cheia Lobisomem uivava e pegava quem estivesse na rua. Lendas da cidade que me deixavam com medo. Gostava de lá pelo espaço grande da casa, pelo quintal imenso com goiabeira, bananeira... E o banheiro... Gente, o banheiro era do lado de fora da casa. Um buraco fundo no chão, uma casinha de madeira tampando, o assento também de madeira e pronto! Era fossa. Morria de medo! Minha infância foi marcada por muitos medos... Medo de me perder dos meus pais, medo de não encontrar o caminho de volta, medo de tudo, enfim.

      Para irmos até a casa de meus avós só de ônibus. Lá era muito, muito longe. Hoje, de carro, nada mais do que dez minutos. Voltando ao carro, o primeiro que entrei e andei algumas quadras foi um Gordini. Lembram dele? Fiquei encantada!

      A cidade cresceu muito, claro, há muitos lugares longes, estradas compridas, mas poucos terrenos com flores para serem colhidas, poucos andam a pé, ônibus vão em todos os lugares, nada tão distante que não se possa chegar.

      Bons tempos aqueles em que esperava o domingo, e como demorava chegar o domingo, para colocar um vestido azul, rodado com a saia bordada, e ir na casa da vovó. Era longe, mas pela minha pouca idade, ia no conforto dos ombros do meu pai.

      O que me lembro também é que tinha os olhos curiosos e nem me importava de andar, mesmo quando meu pai estava junto para me colocar nos ombros. Olhava tudo e todos. Digo isso porque quando meus filhos eram pequenos não gostavam nem de ir à esquina. Quando levava-os à escola, às vezes tinha que ir puxando suas mãozinhas para que andassem um pouco mais rápido, ou carregá-los no colo, mas reclamavam. E olha que a escola era três quadras da minha casa. A comodidade vicia, trás preguiça...

      Cresci e o gosto por andar não acabou. Se precisar ando quadras e quadras, vou e volto, sem problemas.

      É isso.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Bom Dia, Amor - Conto Sensual


      O relógio despertou e imediatamente foi interrompido por João. Se esquecera de desligá-lo na noite anterior. Sábado, com permissão para ficar na cama até mais tarde, curtir preguiça e admirar sua linda Stephany dormindo.

      Morena, cabelos anelados, corpo macio, nem magra, nem gorda, mas com curvas tentadoras e provocantes. Tímida e bem-humorada, tranquila e bem resolvida na vida. Não desperdiçava tempo com futilidades ou frescuras. Não tinha medo de se entregar à paixão ou a qualquer prazer que aparecesse a sua frente. Voz macia, sensual e um olhar tão penetrante que João tinha medo, às vezes, de pensar algo indecente e Stephany ler sua mente. Tinha a impressão que ela assim o fazia, quando ele, vez ou outra, desviava seus olhos e seus pensamentos a uma outra mulher. Um doce de pessoa, desde que não invadisse sua liberdade de ser quem era e nem querer interromper algo que começara, sem tempo para terminar. Uma bruxa maléfica nos tempos em que os hormônios se exaltavam, mas mesmo assim sua beleza transbordava qualquer ensaio impertinente de um mal-estar temporário, deixando-a insuportavelmente chata. Ficava pelos cantos olhando para baixo e balbuciando palavras indecifráveis aos objetos que, mesmo estando no mesmo lugar, atrapalhavam sua passagem pelo caminho. Salvo esses dias, a mulher mais extraordinária que João já conhecera. Tinha perfeita consciência de que o amor era cego. Só o amor, pois ele via tudo, detalhe por detalhe daquele corpo moreno.

      Pelas frestas da janela, os raios invadiam o quarto quebrando a escuridão e delineando o corpo que se escondia numa camisola minúscula de seda preta. Não gostava de dormir o tempo todo grudada a João. Se espalhava pela cama, de bruços, colocando o travesseiro entre as pernas roliças. Tudo feito depois de adormecer, sem perceber. Só quando o pescoço começasse a doer que ela pegava o travesseiro e colocava sob a cabeça. Puxava o cobertor e se enrolava nele como uma lagarta, deixando João ao relento. E continuava a dormir depois de um longo suspiro.

      Os cabelos se ajeitavam em cachos bagunçados, que invadiam o lado de João e lhe incomodavam, mas que delicadamente eram retirados para continuar ornando a moldura que se formava com o rosto de Stephany. Como era lindo vê-la dormir, pensava João, com um sorriso nos lábios. Os olhos, mesmo fechados, mexiam incontroláveis... Os lábios entreabriam, como se esperassem um beijo... A vontade era de atirar naqueles lábios bem desenhados, mas o êxtase de vê-los entreabertos era maior.

      João observava a mulher, em cada pedaço, suspirava e sorria, e de leve passava o dorso dos dedos em seu rosto, pensando em seu imenso amor e ternura. Não queria perder o espetáculo de vê-la abrir os olhos e piscar calmamente, olhar para o nada, e só depois abrir um sorriso ao vê-lo. Bom dia, amor, com voz rouca... Fechava os olhos se permitindo mais cinco minutos de sono e só depois se jogava em seus braços, aconchegando sua cabeça em seu peito, sua perna sobre as suas e a mão em sua orelha, apertando o lóbulo, de leve, depois beijava seu peito, seu pescoço e encostava os lábios em seu queixo, esperando um selinho. E assim permanecia, até que João apertava-a em seus braços e amava-a com carinho, com vontade de entrar em seu corpo e não sair nunca mais. Mais uma manhã perdida de amor...

      Amor que não se mede...

      Fim.