terça-feira, 30 de setembro de 2014

Minha Mulher - Conto Sensual

      Um dos grandes prazeres de Maurício era ficar observando a mulher Kellen. Mesmo depois de anos de casados ela continua linda e sensual, com curvas mais generosas. Maurício não entende como ela pode se olhar no espelho e enxergar defeitos. Não tem! É perfeita!

      À noite ele sempre vai para o quarto primeiro, toma seu banho e se deita na cama, para ler. Na verdade ele não lê, fica disfarçando para admirar os movimentos de Kellen.

      O ato de tirar a roupa é mais que um streep tease particular. A delicadeza com que desabotoa a roupa e deixa-a escorregar pelo corpo é como uma cortina que cai anunciando o primeiro ato. A suavidade ao se abaixar para pegá-la no chão é só um prenúncio de um show delirante. A roupa íntima, como apoteose, é de enlouquecer... Ainda de costas para Maurício, Kellen olha para o lado como se quisesse ter certeza de que estava sendo observada, leva as duas mãos às costas e com habilidade feminina desabotoa o sutiã, abaixa as alças e tira-o de uma vez, mostrando o contorno lateral dos seios que continuam lindos. Com uma certa timidez abaixa a calcinha lentamente sem deixá-la enrolar, até um pouco abaixo dos joelhos para depois deixá-la escorregar até os pés e, apoiando-a em um deles, eleva-a até sua mão e resgata-a e colocando-a junto com as outras roupas.

     Como uma gueixa nua, caminha até o banheiro, abre a ducha e deixa escorrer a água. Ele imagina suas mãos macias percorrendo seu corpo, cobrindo-o com espumas de sabonete neutro. Cantarola uma música indecifrável. O banho é rápido e, ainda molhada, besunta o corpo com um óleo bifásico perfumado. A pele brilha, ele fecha os olhos e visualiza Kellen escorregando as mãos oleosas por todo o corpo... Ahhh, isso deixa-o ainda mais excitado. Poderia ir até o banheiro e agarrar Kellen de uma vez, mas prefere imaginar sua mulher se tocando e espera-a na cama.

      Enrolada na toalha, Kellen sai do banheiro e se prepara para vestir a camisola de seda azul, curtinha e fresca. Primeiro coloca a calcinha, que não é tão pequena como as que usava quando era mais jovem, Só depois é que deixa a toalha cair aos seus pés e veste a camisola, delicadamente. Maurício não consegue mais disfarçar, coloca o livro aberto sobre o peito, apoia a mão sob a cabeça e com um sorriso safado fica admirando Kellen.

      Finalmente ela solta os cabelos cacheados que deitam sobre seus ombros. Se olha no espelho, ajeita-os com as mãos, vira o rosto para um lado, para o outro, procurando algo novo velho que ainda não tinha visto, borrifa um perfume no pescoço e nos pulsos, cheira, se vira para o marido e sorri. É a visão do paraíso! Se aproxima da cama, apoia os joelhos e engatinha até se aninhar em seus braços querendo a costumeira proteção noturna, livrando-a de pesadelos e da escuridão medonha quando a luz é apagada.

      Maurício abraça-a com carinho, alisa seu braço e puxa uma perna dela sobre seu corpo. Beija-a carinhosamente, fecha os olhos e prefere ficar quieto, tranquilo, sentindo o corpo fresco e perfumado de Kellen, sua mulher amada e gostosa.

      Apaga as luzes e continua em estado de êxtase. Kellen lhe dá um beijo de boa noite e fecha os olhos. Maurício, como um macho que tem a fêmea em seus braços, deita sobre seu corpo, beija-a longamente, deslizando suas mãos pelo seu corpo macio, olha em seus olhos e diz que boa noite sim, mas que dormir ainda não. A noite está apenas começando para os dois.

      Mas essa é uma outra história...

      Fim.

      Texto publicado em 18 de novembro de 2013.

  

25 comentários:

  1. Um conto sensual que você narra com a tranquilidade de quem sabe escrever bem.
    Beijos.

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  2. E como essa noite vai ser boa!
    Um homem delicado, macho que sabe a hora de agir...sem antecipar nenhum movimento.
    A-dooreiiii!
    Me fez lembrar meu ex-marido, ele gostava de me admirar discretamente. Muitas vezes eu queria ouvir palavras, mas seu olhar me dizia tudo.
    Enfim, bons tempos guardados nas lembranças.
    Conto delicioso...

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    1. Homens assim são raros, mas existem sim! Que bom!
      Boa semana, Vall
      Beijos

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  3. Adorei o seu conto ! Com certeza voltarei mais vezes para ler mais ! Parabéns amiga ! Boa semana ! Bjs !

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  4. Lindo conto Clara Lucia,sensual,mas contado com muita naturalidade.
    Adorei.
    Obrigada da visita e comentário.
    bjs
    Carmen Lúcia-mamymilu

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  5. Nossa muito legal seu conto, Clara
    Amei!!!!

    Eu exclui, sem querer, o que havia escrito na BC da Irene
    Sorte que me lembrei e postei novamente
    Sou uma antaaa...rs
    Beijinhos de
    Verena e Bichinhos

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    1. rsrsrsrs isso acontece, Verena, normal!
      nem se não se lembrasse, escreveria outra coisa... rsrsrs
      Beijos

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  6. Muito bom, sensual, mas de uma leveza deliciosa.

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    1. Leves, mas intensos... mas só depois de apagar as luzes.
      Beijos

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  7. Realmente de uma delicadeza deliciosa. As palavras deslizam qual o óleo bifásico do conto! Adorei!
    Beijo

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  8. Adorei! Conheço esse Maurício. Me pareceu familiar.

    "E que o convívio comigo mesmo se torne ao mesmo suportável."

    Beijuxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx...

    KK

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    1. Conhece? Existem poucos por aí...
      Concordo com a frase, se nós não nos suportarmos, quem irá?
      Beijos

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  9. Clara, adorei o conto, porque soube aliar sensualidade e paixão ao mesmo tempo. Quando amo uma pessoa sinto essa fascinação que o Maurício sente por sua mulher no conto. Um abraço!

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  10. Oi Clara que cena mais linda essa que descreveu! Homens assim é que fazem falta. Ou será que nós mulheres é que não enxergamos mais essas sutilezas? Fico aqui a pensar sobre isso. Lindo conto! Bjs

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    1. Existem sim, só estão longe de nós, Roseli, infelizmente... rsrsrs
      Beijos

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  11. Clap, clap, clap, clap, clap! ;)
    Sem palavras, apenas aplausos...
    Beijo, beijo!
    She

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  12. Vixe! Nos anos 60 isso seria literatura proibida! Mas não porque não tem qualidade literária. Faltou dizer que algo fez Tóinnn! Como uma mola, e subiu mais que o preço do tomate. Rerrerré!
    Beijos.

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  13. Linda cena. Fecha o pano. A noite é uma criança...
    Beijo, Clara.

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