quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O Que Move Você?


Participando do Projeto Bloínquês  
Solte o Verbo - Tema: O Que Move Você?

A emoção! Isso que me move ultimamente.

O amor! Isso que me alimenta a alma.

A gratidão! Isso que me fortalece.

Estes três itens que me movem neste momento da vida. Creio que estou na metade de minha trajetória terrena, caso eu viva, se Deus permitir, até os oitenta ou noventa anos. E hoje, mais do que nunca, eu quero amor, quero emoção ao fazer o que realmente acho importante e necessário e quero agradecer sempre por  ter chegado até aqui com pessoas que ajudaram a me formar, sem deixar de lado minha essência.

Já na metade da vida não podemos sonhar muito longe, ou podemos, não sei, mas muitos sonhos já foram realizados e agora, neste instante, temos a sensação de que não podemos mais errar. É impossível, porque erramos muito e isso é bom, porque o erro nos induz ao aprendizado e nos impulsiona para tomarmos uma outra decisão e seguirmos um caminho diferente. Mais ousado? Quem sabe!

Eu penso que estou mais seletiva e nem tudo que há tempos passados me comovia, me emocionava, me sustentava, não causam o mesmo efeito. Amadurecimento!

Cada fase algo nos faz mover. Me lembro na adolescência, muito curiosa, querendo abraçar o mundo e ganhar a vida com meu esforço. Deu tudo certo! Consegui me formar, me casei, tive filhos... Mas como nem tudo é perfeito, o castelo desmoronou e voltei à estaca zero. Começar de novo! Mas com mais responsabilidades de educar filhos, sustentar um lar, trabalhar para viver, enfim, coisas do dia a dia.

Hoje, quando acordo e vejo o dia lindo, não importa se chove ou faz sol, agradeço! Isso me impulsiona. Saber que posso fazer diferente, melhor, começar a cada dia, isso é maravilhoso!

Ser otimista, ter bons pensamentos, não cultivar mágoas, raivas, vinganças... Faz toda a diferença na vida! Isso me impulsiona!

Este tema me fez pensar sobre o assunto: o que me impulsiona? Eu me impulsiono!

Acredito que temos um propósito na vida, uma missão, mesmo que seja simples. Não temos como saber, ou temos? Mistérios que Deus não nos permite saber. Com a maturidade, cheguei à conclusão de que sofrimentos todos nós passamos, problemas sempre vão aparecer; dores, lágrimas, doenças, tudo faz parte da vida. Agora, ficar cultivando uma dor, um problema, um sofrimento por muito tempo nos faz infeliz, nos faz regredir, nos impulsiona para baixo. É bom desabafar, chorar, gritar, inconformar, mas é muito melhor encarar os problemas de frente, resolvê-los da melhor forma possível e seguir adiante, que é o que realmente importa.

Numa época de muito sofrimento, quando estava no fundo do poço, que durou anos, cada vez mais eu me impulsionava para baixo olhando o escuro, pensando em morte, não querendo mais respirar e desejando sumir, desaparecer. Não conseguia me enxergar no espelho, não me arrumava, não me cuidava, não sorria, não tinha sonhos e nem esperanças. Vivia para o trabalho e para as lamentações de uma vida cruel, injusta e sofrida. Tudo isto eu fiquei alimentando, cultivando, até que enxerguei uma luz, uma saída, um mundo novo.

Esse dia muito importante na minha vida foi quando descobri que no fundo daquele poço havia uma escada, bem escondidinha, que eu só enxerguei quando vi a luz do Sol que me mostrou uma esperança, um recomeço, uma vida nova nessa minha velha vida. Comecei de novo! Excluí o que me perturbava, me afastei de pessoas, conheci outras maravilhosas, voltei a sonhar e espalhei amor por onde passei. O retorno disto tudo? A vida é um espelho que reflete exatamente o que você mostra a ele.

Eu me impulsiono, eu me movo!


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Adoraria conhecer...


Pela primeira vez participando da Blogagem Coletiva do Blog Café entre amigos - Patrícia Galis.

Tantas pessoas....

Quando comecei a "fuçar" na internet, tive uma surpresa maravilhosa! Eu que tanto pregava pros meus filhos tomarem cuidado com quem conversavam, que acabei caindo na minha própria armadilha. Encontrei pessoas maravilhosas, amigas, comuns, como eu. Gostaria de conhecer todos meus amigos virtuais!


Pessoas que já se foram:

Elvis Presley - único, eterno!

Mário Quintana

Nelson Rodrigues

Alguns famosos:

Miguel Falabella

Giuseppe Oristanio

Laura Cardoso

Mário Sergio Cortella - Filósofo, teólogo, professor e escritor.

Jô Soares

Regis Rösing - jornalista

Roberto Carlos

Rosana Hermann - escritora, roteirista, apresentadora, blogueira e física.

Família:

Adoraria ter conhecido meu bisavô materno. Meus bisavós eram italianos e vieram de navio para o Brasil. Quando minha bisavó faleceu eu tinha cinco anos. Mas me lembro perfeitamente dela, uma mulher que falava baixo, meiga, carinhosa e alta, muito alta. Queria saber como foi a aventura de ficar meses num navio, até chegar ao Brasil.

Pessoas importantes na nossa vida e outras nem tanto, mas conhecer é sempre um aprendizado. Sempre se ganha, ou se perde, aí vai depender se nós queremos continuar a conversa ou não. Tenho a impressão de que falta alguém nessa lista... mas quem?

Bem, é isso!

Até a próxima!

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Pessoa defeituosa


Quais são os seus defeitos? Consegue dizer parte deles? Você acha que são defeitos mesmo?

É engraçado acharmos defeitos nos outros, apontar o dedo, julgar e condenar...

Desde sempre ouvimos: "defeitos todo mundo tem". Então, se pensarmos assim, não são defeitos, são naturezas humanas; às vezes iguais, às vezes diferentes, às vezes mais acentuadas; mas cada um tem a sua.

Por que é tão difícil aceitar o outro como ele é, sem mudar nada, apenas conhecê-lo e respeitá-lo como é?

Mulher tem muito disso. Conhece o moço e já fica arquitetando como mudar o gênio dele. Homem também faz isso, mas é mais discreto.

Defeito é quando a pessoa prejudica outra de alguma forma, aí pode-se dizer que a pessoa tem desvio de caráter.

Segundo o dicionário Michaellis:

Defeito = imperfeição (física ou moral); mancha, vício, falta ou escassez de algo essencial à perfeição ou integridade de alguma coisa; deficiência.

Quando numeramos os defeitos de tal pessoa, nos colocamos como perfeitos, como se a pessoa que tem tal comportamento ou característica fosse anormal por ser assim ou assado.

Numa discussão sempre repetimos "você", e nos esquecemos do "eu". Sempre apontamos o dedo, sempre criticamos, mas é muito difícil quando temos a consciência de que não somos fáceis. Muito menos temos o bom senso de saber que a pessoa é de tal maneira e que devemos aceitá-la como é. Será que uma pessoa muda? Sim, claro, mas só se for de livre e espontânea vontade. Somos seres recicláveis, inteligentes e capazes de mudar se assim nos convém. Mas esperar que o outro mude só porque nos incomoda, difícil!

Não é reclamando, xingando, brigando, criticando, que a pessoa vá mudar. Ela pode amenizar por um tempo, até ter a primeira oportunidade de ser contrariada e pronto! Tudo volta como antes. Quem errou? Ambos e nenhum! Ambos porque esperaram do outro o que não se deve: uma mudança. E nenhum, porque cada um tem seu jeito e se o outro não entende, não é culpa de ninguém. Apenas não se dão bem, não combinam juntos.

Ser humano é complicado, e fascinante. Cada um de um jeito, com uma ideia, um pensamento, uma atitude, uma característica própria, único!

Numa discussão com uma pessoa que gosta muito, qual é sua atitude? Julgá-la ou se julgar?

O que você prefere? Ter razão ou ser feliz? Por que é tão importante ter razão em tudo?





sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Amor Doentio


Num antigo post meu de 2011, Amor Psicopata, ainda recebo comentários, desabafos, sugestões e perguntas de leitores. E semana passada recebi este:

"NOSSA TO PASSANDO IGUAL E O PIOR É QUE ATE TIROS JA LEVEI E NÃO SEI COMO MI SAIR ELE NÃO PODE ME VER COM NIMGUEM QUE VAI PRA CIMA A ULTIMA VEZ METEU FOI TIROS MAS GOSTO DELE SO QUERIA QUE ELE MUDASSE."

Eu fico chocada com as atitudes dos homens, que pensam que seguram mulher na força física. Nisso eles são melhores que nós, o dito "sexo frágil". Frágil nesse sentido, de força muscular.

Fico triste com comentários desse tipo e fico imaginando como a pessoa ainda diz amar um ser tão deplorável. Mas ainda explico: a mulher perde a noção do que é bom ou ruim. Homens psicopatas seduzem de uma tal forma que a mulher perde a capacidade até de raciocinar. De enfrentar então, quase impossível, porque ela fica com medo de comentar com alguém e ser ridicularizada pelas pessoas ou ser chamada de fraca. Mas a mulher fica exatamente assim, fraca demais para tomar qualquer atitude.

Os homens psicopatas (no caso homem, mas existem mulheres também) dominam de uma tal maneira que as mulheres perdem completamente a autoestima, a vaidade, o orgulho e chegam a pensar que esse tipo de homem é o único na face da terra que as mereçam. São sedutores de uma tal maneira que as mulheres pensam ser amor, devido à intensa "preocupação" que demonstram, dizendo que é cuidado, ciúmes excessivo e que ninguém mais vai amá-las como eles.

Só quem passa por essa situação compreende porque mulheres dominadas por psicopatas não reagem. Quem está de fora enxerga muito bem a situação e talvez por isso eles proíbem a mulher de comentar o que for com outras pessoas. A ameaça é constante, a vida é um inferno, as torturas emocionais transformam a mulher em escrava e em sacos de pancadas. E ainda fazem pensar que a culpa é dela, por eles terem uma atitude dessa.

É fácil julgar uma mulher que apanha do marido, que é maltratada, agredida, humilhada, é fácil dizer que ela não deveria estar com ele, que não deveria ter tido filhos, que não deveria ser tão dependente e ter abandonado uma profissão, amigos, família e tudo o mais. Muito fácil julgar para quem não está passando por essa situação.

A mulher sente vergonha, por isso se cala, se acha incapaz, por isso se vê sozinha. Isso não é vergonha de jeito nenhum! Vergonha é o homem maltratar sua companheira, mãe de seus filhos, vergonha é ele usar de uma força bruta para prender uma pessoa. Isso é crime! Pessoas psicopatas têm uma lábia convincente, sedutora, que dificilmente alguém duvide do que fala. Mas já pararam para pensar que as pessoas acreditam nessa pessoa porque quem é agredido simplesmente se cala? Por medo? Eu acredito que alguém ao redor, alguém que ama essa pessoa que passa por situação de sofrimento, quando toma conhecimento do que acontece, vai acreditar sim e vai ajudar de alguma forma. Não se calem, por favor! Não levem a primeira humilhação, o primeiro empurrão, o primeiro tapa... e o último tiro.

Se alguém ler este post aqui e souber de alguma mulher, mesmo ela sendo bonita, inteligente, rica, bem situada profissionalmente, e que aos poucos vai se abandonando depois de ter conhecido um homem, pelo amor de Deus, não julgue! Ela precisa de ajuda, de alguém que lhe estenda a mão, que a ouça, que a abrace, que chore com ela, que mostre uma solução, uma saída. Se souber de algum tipo de agressão, denuncie. O telefone é o 180. E se você mulher, passa por isso e não tem coragem de contar para ninguém, crie coragem e procure ajuda. Talvez as pessoas não saibam porque você nunca comentou por medo de represálias do marido, medo de apanhar, medo de prejudicar seus filhos, medo de não ter onde morar, MEDO! Existe a Delegacia da Mulher, existem psicólogos gratuitos no fórum de sua cidade, existem lares para abrigarem mulheres maltratadas, existe solução sim! Só não podem continuar numa vida de inferno, de maus tratos, de agressões e humilhações.

Procure ajuda! Ajude alguém que precise de ajuda! Não é simples e isso é muito grave! Amanhã essa mulher pode não estar mais entre nós. E o assassino ainda vai colocar a culpa nela, por ele tê-la assassinado. São doentes, são psicopatas e não vão se curar nunca!

Cena da novela Mulheres Apaixonadas em que Marcos espanca Raquel

Um ótimo fim semana para todos!


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Viagem de Balão



      Cíntia, mais que depressa, ainda eufórica por ter sido a ganhadora num sorteio pela primeira vez na vida, ligou para a amiga Camila e quase não conseguiu contar com detalhes que sorteio era esse que ela, por maldade segundo Camila, não avisou para participarem juntas. Cíntia não parava de rir e de pular com o telefone na mão, até que deixou-o cair e sem se despedir, colocou-no no gancho.

      Mais que depressa foi tomar um banho rápido, colocou uma roupa nova, um sapato que não combinava com nada, mas que ela gostava muito, passou chapinha na franja, pegou bolsa, documentos, o capacete pois tinha uma moto, e foi buscar seu prêmio no supermercado que ficava no bairro vizinho ao que morava.

      Para ganhar o sorteio, a pessoa teria que comprar seis potes de uma marca nova de iogurte, sabor melancia. Cíntia odiava melancia, mas como era para participar, comprou assim mesmo. Nem se deu ao trabalho de experimentar o iogurte, apenas guardou a nota fiscal que comprovasse a compra. E deu certo! Foi sorteada! O prêmio? Ela não se lembrava... Iria no supermercado pegá-lo.

      Chegando lá, entrou com tudo no supermercado, sem tirar o capacete, Todos ficaram olhando, sem entender nada e alguns até se afastaram pensando ser algum assalto. O segurança do local foi atrás de Cíntia, segurou em seu braço e pediu para que tirasse o capacete. Ela se assustou, não entendendo nada, ficou olhando para o rapaz enorme, corpulento, de terno preto e com fone no ouvido. Aí se lembrou do capacete e tirou-o, rindo e pedindo desculpas. Contou sobre o sorteio e pediu informação de quem ela deveria procurar. Ele a encaminhou para uma sala. O gerente estava esperando-a.

      - Parabéns, dona Cíntia! - cumprimentou-a, mas o que lhe chamou a atenção foi o sapato roxo com detalhes em amarelo, que ela insistia em usar, mesmo não combinando com nada. - Que dia vamos marcar o passeio?

      - Passeio? Ganhei um passeio? Pra onde? - perguntou, com um sorriso estampado na cara.

      - Pela região mesmo. O baloeiro vai lhe mostrar as regiões montanhosas por aqui perto. Podemos marcar para sábado? - respondeu o gerente.

      - O quê? Passeio de balão? Que balão? Aqueles enormes, que tem fogo dentro? Ai, meu Deus! - Cíntia sentou na cadeira que ficava frente à mesa do gerente.

      - Sim, não viu o cartaz com a promoção e o balão imenso?

      - Ahãm... vi! Como é que eu vou subir num troço daquele? Não subo nem escada, nem salto alto eu uso, como é que vou andar de balão? - começou a se perguntar, em voz baixa, mesmo sabendo que o gerente ouviria tudo.

      - Fique tranquila, tudo vai dar certo! E não precisa ficar com medo, é tudo muito seguro, eu te garanto! - respondeu o gerente, apertando a mão de Cíntia e mais uma vez conferindo seu sapato estranho.

      No sábado, Cíntia acordou bem cedo, fez uma prece, ligou para a amiga Camila e disse que não iria porque aquilo não era para ela. Camila tranquilizou-a e disse que estaria rezando por ela, que o importante era estar sobre terra. Imagina se fosse sobre o mar? Riu de sua piada sem graça e desligou o telefone.

      Cíntia colocou o capacete, pegou a bolsa, e foi! Com o mesmo sapato roxo com detalhes em amarelo. Chegando lá todos a receberam com entusiasmo e depois que entrou naquele quadrado do balão, não aguentou e se sentou. Estranhou todos ficarem olhando para ela e sorrindo, até que o piloto lhe sugeriu tirar o capacete, porque o passeio seria seguro e tranquilo. Ela, mais uma vez sorriu timidamente e tirou o capacete, entregando-o a um homem que estava ajudando na organização do passeio. O piloto ligou o fogaréu, desamarrou as cordas e partiram.

      Cíntia não fazia outra coisa a não ser rezar, o tempo todo fazendo o sinal da cruz, segurando o rosário que era de sua mãe. Implorava para o passeio terminar rápido. O piloto ria de seu pavor, conversava com Cíntia e conseguiu, depois de alguns minutos, segurar em sua mão.

      - Venha ver que lindo! Olha o sol que majestoso! Olha a brisa suave, olha os passarinhos nos acompanhando...

      De tanto ele insistir e puxando-a pela mão, Cíntia conseguiu ficar agachada, de forma que só sua cabeça ficasse para fora, para ver a paisagem.

      - Ahhhhh, que lindo! - admirou o que viu, mas continuou agachada.

      Aos poucos, foi se levantando e, agarrada ao piloto, ficou de pé. Praticamente não respirava e apertava tanto o rapaz que ele só achava graça da medrosa. O passeio demorou meia hora, com um dia lindo, ensolarado e pouco vento.

      Pronto! Terra firme! Cíntia saiu do balão e não conseguia andar. Caiu de joelhos no chão e ali ficou, não acreditando no que havia feito. Mas a paisagem era tão linda, que por fim ela relaxou e sorriu. Agradeceu a todos, colocou o capacete e se foi!

      Chegou em casa e foi direto à geladeira. Pegou o iogurte, abriu e colocou uma colherada na boca. Fez cara de asco e jogou-o fora junto com os outros cinco. - Pelo menos esse horror asqueroso serviu para alguma coisa - pensou em voz alta, ainda em êxtase por tamanha aventura que jamais havia pensado que um dia iria realizar.

      Foi o assunto do mês para Cíntia, que tinha pavor de altura, mas que enfrentou o medo e seus olhos presenciaram as paisagens mais espetaculares que já havia visto.

      Fim.

Participando do projeto Bloínquês - 5ª Edição Visual - Tema: Viagem de Balão.


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

É Difícil Acreditar Mesmo Enxergando


      - Dona Guilhermina, sente-se aqui e vamos conversar um pouco - disse a enfermeira que também era amiga de Adriana, que havia levado o marido Pedro ao hospital, depois que este passou mal e ficou imóvel na cama.

      - O que foi? Como está Pedro? - Perguntou calmamente Guilhermina sobre seu filho.

      A enfermeira pegou nas mãos enrugadas de Guilhermina, acariciando-as e começou a dizer que estava do lado dele esse tempo todo em que estavam no hospital e que os médicos fizeram de tudo, mas não teve jeito. Ela teria que ser forte naquele momento.

      - Você já disse isso, filha, eu quero saber como está meu filho... como ele está? - continuou perguntando, mas ainda muito calma.

      Mais uma vez a enfermeira repetiu tudo o que havia dito e completou dizendo que Pedro não havia resistido...

      - Ele morreu? É isso? - perguntou dona Guilhermina.

      A enfermeira apenas respondeu que sim com um movimento com a cabeça. Dona Guilhermina ficou paralisada, sem atitude nenhuma. Depois de um tempo, se levantou e foi até o portão, de onde se ouvia do lado de fora, conversas dos vizinhos. Uma das vizinhas, vendo-a, veio abraçá-la dizendo que sentia muito. Mesmo assim dona Guilhermina estava paralisada em seus pensamentos.

      Pedro era um homem forte, nos seus quarenta anos, casado há pouco e com um filho pequeno para criar, mas que não se cuidava como deveria. Não era de bebedeiras, nem badalações, nem cigarro, mas se alimentava muito errado e tinha vida sedentária. AVC foi o que o levou ao hospital, imobilizado. Não resistiu e morreu.

      Aos poucos os parentes foram chegando à casa de dona Guilhermina que, por estar em estado de choque, tomara um calmante dado pela enfermeira, pois não conseguia ter nenhum sentimento e nem se expressar de nenhuma forma com a notícia trágica da morte do filho. Dormiu até a hora do velório.

      Mesmo assim, quando chegou ao local onde seria velado o corpo do filho, não havia soltado nenhuma lágrima e não conseguia dizer coisa com coisa. Apenas se sentou em um dos bancos e ficou em silêncio, aguardando. De repente se levantou e foi até a porta de vidro por onde todos entrariam, mas que estava fechada. No fundo da sala havia uma outra porta por onde entraria o caixão. Viu o carro chegar. Se afastou e ficou encostada na parede, em silêncio. O rapaz responsável pela funerária, depois de colocar o corpo no lugar devido, abriu a porta e se retirou. Ninguém se levantou para entrar. Dona Guilhermina então, lentamente caminhou até a porta e viu o caixão com o filho dentro. Soltou um grito de dor, mas ficou imóvel. Ninguém foi ampará-la. Lentamente ela caminhou até o caixão, aos soluços, com uma dor estampada na cara, que só mãe consegue ter. Tocou as mãos geladas do filho e balbuciou, entre um soluço e outro, que não estava acreditando no que estava acontecendo. Depois disso, as pessoas começaram a entrar e finalmente ampararam dona Guilhermina, sentando-a numa cadeira propositalmente posta do lado do caixão. Dali não saiu mais. Mesmo sentada, manteve seus braços abertos, em cruz, com uma mão nas mãos e outra na cabeça do filho. E chorava, lamentava, indignava e questionava Deus o porquê daquele castigo, o porquê de levar um homem forte, com tão pouca idade, tão cedo, antes dela. Que levasse ela no lugar dele!

      As pessoas se aproximavam, confortando-a, mas ela não se importava e nem queria saber quem estava por ali. Queria ficar perto do filho até o último segundo. Mesmo seu marido, que foi atrás de toda a papelada para o enterro, não teve tanto tempo para velar o corpo do filho. E pedia para os parentes ficarem de olho na mulher, para não deixarem-na nenhum minuto sozinha. E assim foi feito.

      Depois de uma noite longa, quente de verão, e com a sala cheia de amigos e parentes, ao amanhecer, fizeram uma oração; disseram umas palavras bonitas, e mesmo assim, dona Guilhermina não desgrudou suas mãos do filho. À essa hora ela já havia levantado o véu que lhe cobria, mexia em seus cabelos o tempo todo, querendo ajeitá-lo da melhor forma, encostava seu rosto no dele e teve um surto antes de fecharem o caixão. Começou a arrancar as flores que estavam à sua volta e a desabotoar sua camisa. - "Pra quê a senhora tá fazendo isso?" - perguntou uma irmã de dona Guilhermina. - "Ele não gosta de nada pegando no pescoço dele." - respondia, aos prantos e aflita em satisfazer as vontades do filho, se lembrando do que ele gostava ou não, quando era vivo. Por fim começou a puxar as mãos dele, como se quisesse que o filho separasse as mãos duras e geladas, para poder abraçá-la pela última vez. Foi preciso a intervenção de algumas pessoas, afastando-a e conversando com paciência, explicando que ela não poderia fazer aquilo, que ele tinha que ficar como estava e que já estava na hora de fechar o caixão. Ela parou, olhou para o filho, acariciou seu rosto, deu-lhe um beijo, recolocou as flores no lugar, ajeitou seus cabelos, arrumou o véu e se afastou. Séria, sem uma lágrima. E assim permaneceu até chegarem ao cemitério.

      Lá dentro, o carro funerária esperou que todos chegassem para retirar o caixão e colocou-o no suporte de aço, com rodinhas, para poder levá-lo até o túmulo. Todos seguiram em silêncio. Mais uma vez abriram o caixão e dona Guilhermina preferiu não ficar perto da cova, e estando amparada o tempo todo pela irmã também idosa, não chorou. Ficou observando as pessoas que ali estavam e demorou um tempo olhando seu marido, que parecia ter envelhecido uns trinta anos, segurar um lado do caixão para posicioná-lo na cova. Sentiu o sofrimento dele, as lágrimas inundando seu rosto e percebeu o quanto ele era frágil, mesmo demonstrando esses anos todos, ser um homem forte, rígido, com um coração de pedra e uma saúde intocável. Viu seu marido definhar naquele momento, se curvar perante a força maior de Deus em lhe arrancar de forma estúpida, um filho que tinha muito o que viver ainda. "A vida não vale nada", pensou alto, ainda sem chorar. E continuou observando as pessoas e ficou admirada de ver tantos parentes, amigos, conhecidos, antigos vizinhos, amigos de infância, todos ali compartilhando uma dor, inconformados com a crueldade da morte precoce de um homem querido e amado.

      Sentiu falta de sua nora Adriana, mulher de Pedro e perguntou onde ela estaria. "Está internada em estado de choque. Está sedada". Respondeu a irmã que lhe amparava o tempo todo. Esperou os coveiros jogarem até o último grão de terra sobre o caixão para só depois sair dali. Ainda sem chorar.

      Depois de anos do ocorrido, o coração de dona Guilhermina se transformou num coração sem sentimentos, e a impressão que ela sempre tinha era que o filho Pedro entraria pela porta, com aquele sorriso largo, fazendo uma piada, como sempre fazia, e abrindo a geladeira para ver o que tinha de bom. "A vida não vale nada, e eu ainda estou aqui aguentando ela", sempre repetia em pensamentos, inconformada com essa perda. Deixou de viver a passou a sobreviver, sem sorrisos, sem emoções, sem lágrimas, sem sentimentos. Apenas vivendo até o último suspiro, a dor de uma eterna despedida.

      Fim.

Com este conto também participo do projeto Bloínques - 6ª Edição - Solte o Verbo - A dor de uma eterna despedida (este link é para a página do facebook).


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A Última Pedra


Texto de Roberto Shinyashiki

Gosto de uma música que Frank Sinatra costumava cantar, My way.
O curioso é que só fui prestar atenção na letra dessa canção quando escrevia este texto.
Ela diz mais ou menos assim:
“Se eu acertei ou se errei, fiz isso da minha maneira”.
Quando olho para trás, percebo que fiz muitas bobagens.
Acertei bastante, mas também errei bastante.
Quando olho para diante, tenho certeza de que vou acertar e errar bastante também.
É impossível acertar sempre.
Mas o importante é que não gastemos nosso tempo nem nossa energia nos torturando.
A autocrítica pelo que não deu certo, além de ser nociva para a saúde, faz com que a gente perca os
passarinhos que a vida nos oferece no presente.
Um dia destes, um dos meus filhos me perguntou por que eu tomei determinada decisão estúpida tempos atrás.
Respondi que me arrependia do que tinha feito, mas expliquei que, naquele momento, minha atitude me parecia lógica.
Se eu tivesse o conhecimento e a maturidade de hoje, certamente a decisão seria diferente.
Por isso é que lhe digo: não se torture por algo que não deu certo no passado.
Talvez você tenha escolhido a pessoa errada para casar.
Talvez tenha saído da melhor empresa onde poderia trabalhar.
Talvez tenha mandado uma filha grávida embora de casa.
Não importa o que você fez, não se torture.
Apenas perceba, o que é possível fazer para consertar essa situação e faça.
Se você sente culpa, perdoe-se.
E, principalmente, compreenda que agiu assim porque, na ocasião, era o que achava melhor fazer.
Há uma história de que gosto muito: um pescador chegou à praia de madrugada para o trabalho e encontrou um saquinho cheio de pedras.
Ainda no escuro começou a jogar as pedras no mar.
Enquanto fazia isso, o dia foi clareando até que, ao se preparar para jogar a última pedra, percebeu que era preciosa!
Ficou arrependido e comentou o incidente com um amigo que lhe disse:
– Realmente, seria melhor se você prestasse mais atenção no que faz, mas ainda bem que sobrou a última pedra!
Existem pessoas que não prestam atenção no que fazem e depois passam a vida inteira arrependidas pelo que não fizeram, mas poderiam ter feito, e se martirizam por seus erros.
Se você está agindo assim, deixo-lhe uma mensagem especial: não gaste seu tempo com remorsos nem
arrependimentos.
Reconheça o erro que cometeu, peça desculpas e continue sua vida.
Você ainda tem muitas pedras preciosas no coração: muitos momentos lindos para viver e muitos erros para cometer.
Aproveite as oportunidades e curta plenamente a vida.
Curta os passarinhos.
Eles são os presentes do universo para você!

Ele ouvia Frank Sinatra, mas eu gosto de Elvis Presley, o rei!


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O Primeiro Carnaval

clube dos bagres - franca/sp

      Foi nesse clube aí: Clube dos Bagres, que ficava perto de minha casa, quando ainda era uma menina. Era minha diversão diária. Foi lá que aprendi a nadar sozinha, que me torrava num sol escaldante, que não me importava com nada e que um dia, de tanto nadar, nadar e nadar, desmaiei! Tive começo de insolação porque não me preocupava em me alimentar e nem em beber água enquanto estava no clube. Coisas de infância.

      Então, quando eu tinha uns oito anos, talvez dez, não me lembro, resolvemos ir na matinê no clube. Nunca tinha ido e nem imaginava como seria. Só sei que todos gostavam e era muito divertido. Isso no começo dos anos 80.

      Coloquei um shortinho, uma blusinha, passei brilho nos olhos, um batom rosa e fui.... descalça! Não sei porque todos deixaram que eu fosse descalça. Completamente ingênua e sem noção de nada!

      O clube estava lotado, muita serpentina, confete, muita gente (acho que a maior aglomeração que eu tinha visto na minha vida), e o som muito, muito alto. Eu ficava olhando aquele tumulto todo e não sabia como eu ia me divertir me juntando a eles. A quadra era dividida ao meio, com um cordão, onde de um lado estavam as crianças menores e do outro lado, os adultos. Ficavam "correndo" em círculos, como um redemoinho, e no centro ficavam apenas alguns. Achava estranho porque não via tanta graça assim em ficar "dando de roda" num tumulto.

      Do lado das crianças era até bom, mas as crianças eram bem menores que eu e estavam acompanhadas pelos pais, que às vezes as colocavam nos ombros, para protegê-las. Do outro lado, dos adultos, era mais rápido e o círculo girava com mais intensidade. Eu tinha a impressão de que se alguém caísse, seria pisoteado. Mas mesmo assim me arrisquei algumas vezes. Um horror! Foi essa a impressão que tive no meio daquele tumulto. Todos os braços levantados, os moços no centro do círculo esperando alguma moça mais bonitinha passar para poderem segurar em seus ombros e continuar correndo no círculo. Eu que não ia deixar ninguém me agarrar ali não! Mas eu era uma menina, e quem ia agarrar uma menina ali, em plena matinê?

      Isso sem falar que eu estava descalça, então podem imaginar como ficaram meus pés, meus dedos... ainda não entendo como é que me deixaram ir descalça.

      Me lembro que não ficamos até o final. Sinceramente não achei muita graça não. Não via sentido em ficar num lugar com um barulho ensurdecedor, com gente suada me encostando, com todo mundo pisando nos meus pés, com aquela bagunça de serpentina e com os confetes grudados nos meus cabelos e entrando na minha boca.

      Depois, quando já estava adolescente, com meus dezoito anos, aí sim, fui num clube noturno, a contragosto de meu pai, mas como era (sou!) muito topetuda, fui assim mesmo. E gostei. Não amei, mas gostei. Mas isso é uma outra história.


Acho estas máscaras lindas!!!!


Um ótimo carnaval para todos!!!


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Telemarketing

como atender um atendente de telemarketing


Atendente da Oi...

- Alô.

- Alô, poderia falar com o responsável pela linha?

- Pois não, pode ser comigo mesmo.

- Quem fala, por favor?

- Edson.

- Sr. Edson, aqui é da OI, estamos ligando para oferecer a promoção OI linha adicional, onde o Sr. tem direito...

- Desculpe interromper, mas quem está falando?

- Aqui é Rosicleide Judite, da OI, e estamos ligando...

- Rosicleide, me desculpe, mas para nossa segurança, gostaria de conferir alguns dados antes de continuar a conversa, pode ser?

- Bem, pode..

- De que telefone você fala? Meu bina não identificou.

- 10331.

- Você trabalha em que área, na OI?

- Telemarketing Pro Ativo.

- Você tem número de matrícula na OI?

- Senhor, desculpe, mas não creio que essa informação seja necessária.

- Então terei que desligar, pois não posso ter segurança que falo com uma funcionária da OI. São normas de nossa casa.

- Mas posso garantir....

- Além do mais, sempre sou obrigado a fornecer meus dados a uma legião de atendentes sempre que tento falar com a OI.

- Ok.... Minha matrícula é 34591212.

- Só um momento enquanto verifico.

(Dois minutos depois)

- Só mais um momento.

(Cinco minutos depois)

- Senhor?

- Só mais um momento, por favor, nossos sistemas estão lentos hoje.

- Mas senhor...

- Pronto, Rosicleide, obrigado por ter aguardado. Qual o assunto?

- Aqui é da OI, estamos ligando para oferecer a promoção, onde o Sr. tem direito a uma linha adicional. O senhor está interessado, Sr. Edson?

- Rosicleide, vou ter que transferir você para a minha esposa, porque é ela que decide sobre alteração e aquisição de planos de telefones.

- Por favor, não desligue, pois essa ligação é muito importante para mim.

(Coloco o telefone em frente ao aparelho de som, deixo a música Festa no Apê do Latino tocando no Repeat (quem disse que um dia essa droga não iria servir para alguma coisa?), depois de tocar a porcaria toda da música, minha mulher atende:

- Obrigado por ter aguardado.... pode me dizer seu telefone pois meu bina não identificou..

- 10331.

- Com quem estou falando, por favor.

- Rosicleide

- Rosicleide de que?

- Rosicleide Judite (já demonstrando certa irritação na voz).

- Qual sua identificação na empresa?

- 34591212 (mais irritada agora!).

- Obrigada pelas suas informações, em que posso ajudá-la?

- Aqui é da OI, estamos ligando para oferecer a promoção, onde a Sra tem direito a uma linha adicional. A senhora está interessada?

- Vou abrir um chamado e em alguns dias entraremos em contato para dar um parecer, pode anotar o protocolo por favor.....alô, alô!

TUTUTUTUTU...

- Desligou.... nossa que moça impaciente!


SE ESSA MODA PEGAR ... AGORA É A NOSSA VEZ GENTE!!!


 %%%%%%%%%%%%%%%%%

Infelizmente não sei a autoria dessa pérola! 
É um caso para se pensar quando funcionários (sei que é o trabalho deles) de telemarketing ficarem enchendo a gente, tentando nos vender algo que não queremos de jeito nenhum.

Para se divertirem mais um pouco, um vídeo de Bemvindo, que é muito bom! Divirtam-se

 

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Mulher de Amigo Meu


      Rangel, no caminho de volta para casa, depois de um dia tranquilo, quente, num verão carioca de 40º, para no semáforo e aumenta o som do rádio. Olha para o lado e vê num outro carro, uma mulher estonteante na direção, que lhe sorri mas disfarça quando os olhares se cruzam. Rangel gostou da situação e insistiu nos olhares. Ficou boquiaberto com a beleza da morena com olhos cor de mel que estava ao seu lado, e que se insinuava para ele. Isso não era comum, já que ele sempre estava nervoso, louco para chegar em casa e relaxar. Viu quando a mulher mexeu nos cabelos, mostrando o dourado da aliança na mão esquerda. Mesmo assim, Rangel não se intimidou, pois também tinha a sua dourada na mão esquerda. Abaixou o vidro e perguntou para ela se queria vender a argola dourada. Ela sorriu.

      Depois pararam em outro semáforo e começaram a conversar por gestos, sorrisos, piscadas, e as poucas palavras pronunciadas combinaram de parar em uma pizzaria próxima daquele local.

      Era uma mulher realmente muito linda e irresistível, como Rangel pensara que fosse. Não conseguia ficar quieto com as mãos e logo começaram a se beijar, em frente à pizzaria. Mônica era seu nome. Não entraram e combinaram de se encontrar em um local mais discreto. Um restaurante num bairro próximo, quase sem movimento, era o ideal para os dois.

      Beberam um chop gelado e lambiscaram um petisco. Não aguentando mais, saíram rumo a um motel que ficava na saída da cidade, um pouco longe dali.

      Enquanto Mônica tomava uma ducha, Rangel abriu o champagne e esperou ansioso por aquele monumento irresistível. Antes de se entregarem ao prazer carnal, conversaram um pouco e Rangel descobriu que Mônica era ex-mulher de um grande amigo seu, ao qual jogavam futebol aos finais de semana. Ele gelou. Pediu para que Mônica se vestisse e foram embora. Mônica estava separada há dez meses, mas Rangel não aceitava uma canalhice de se envolver com a mulher ou ex-mulher de um grande amigo.

      Durante dois meses, Rangel fugiu da morena de olhos cor de mel, mas era praticamente impossível, pois Mônica frequentava os mesmos lugares e até na praia fazia questão de ficar próximo dele.

      Num dia, quando o mar estava tranquilo, Rangel foi banhar-se. Mônica, olhando de longe o acompanhou e ficou do seu lado, conversando. Não demorou muito e já estavam se beijando. Mônica disse para Rangel para não se preocupar pois já havia comentado com o ex-marido sobre a situação e que ele não havia se importado. Realmente isso era verdade, pois Rangel, assim que soube quem ela era, conversou com o amigo e contou que havia conhecido Mônica. O amigo, que sabia como era a ex-mulher, tranquilizou-o, dizendo que se fosse da vontade dos dois, não teria problemas. Mas a consciência pesou e Rangel resolveu se afastar.

      Depois de muitos beijos, naquela água fresca, tranquila, a praia não muito cheia de pessoas, o sol quase se pondo, a brisa a envolvê-los, Rangel se entregou ao desejo, ao pecado carnal e teve Mônica nos braços, explodindo de paixão, sem se importar com sua argola dourada no dedo da mão esquerda. Cada vez que Rangel olhava para Mônica, ficava encantado com tanta beleza e tanta gostosura. Aquele corpo perfeito, os seios redondos e empinados, a barriga chapada, as pernas roliças e o bumbum empinado e firme. Corpo firme, mas não musculoso. Não tinha visto nada igual até então. E sabia que era uma mulher discreta, que não ficaria atrás dele para perturbar-lhe o sossego, e que não tinha o interesse de lhe prejudicar de alguma forma. A mulher perfeita! Se encantara de tal maneira, que tinha medo dessa paixão virar amor, por isso tomava todo o cuidado do mundo sobre seus sentimentos. Tinha certeza do domínio sobre si e assim o fez. Sabia que era somente paixão, pois não tinha planos, não sentia ciúmes e não se importava que Mônica tivesse outros homens além dele. Queria mesmo era extravasar sua vontade, seus desejos, realizar suas fantasias e passar momentos tranquilos com uma pessoa, que além de linda, era uma ótima amiga. Amava a esposa, mas esta não o satisfazia como assim o desejava. E procurava por aventuras pela cidade e teve a sorte de encontrar Mônica.

      Não se encontrou mais com o amigo, ex-marido de Mônica. Achou melhor não mais fazer parte do time de futebol, pois não conseguiria encará-lo tranquilamente. Sabia que não haviam mágoas, nem traições entre os dois, pois tudo foi colocado às claras, antes de acontecer qualquer coisa.

      Rangel e Mônica não se desgrudaram por quatro anos. Tudo tranquilo, discreto, mas com muita paixão, tesão, e com cuidado para que essa aventura, mais uma na sua vida, não caísse em olhos e ouvidos errados, capazes de atrapalhar sua tranquila vida de homem casado.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Esmalte e Unhas Decoradas

Esmalte e Unhas Decoradas, tema de hoje da Blogagem Coletiva do blog da Fernanda Reali. Querem ver mais unhas decoradas? Não tenho nem ideia do que vou ver por aí, mas vou ver! Cliquem AQUI e matem a curiosidade!


Não, essas unhas não são minhas. São da minha filha Amanda. Lindas, né? Esmalte Colorama. Colorido na filha única e preto por cima. Não peguei os nomes, mas acho que não tem erro.
 
Eu posso dizer que sou bem básica, que até pouco tempo atrás só usava clarinhos. E essa ousadia que tenho hoje foi culpa da Fernanda. Mas não quer dizer que chego a extrapolar nas unhas. Gosto de uniformidade, cores quentes, mas discretas, não usaria jamais um dedo de uma cor diferente, como essa tal de filha única, muito menos veludo, caviar, degradê berrante, neon, opaco e acho que nem esse com detalhes em filete. Esse é o meu gosto.

Peguei umas fotos do google, que provavelmente eu usaria, também não sei. Só na hora pra eu ver.













 
Se alguém conhecer a autoria de alguma foto, por gentileza me avise que eu coloco os créditos, sim?