segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

A Brisa como Testemunha - Conto Sensual


      O dia já clareando e o calor me fez levantar bem cedo da cama.
  
      Caminhei até o terraço de minha cobertura no Leblon e ao longe vi o sol nascer, todo majestoso; a brisa ainda fresca, e o sol que daqui a pouco queima minha pele.
  
      Fiquei olhando o horizonte, sentindo aquela brisa no rosto e o cheiro de café e pão, vindos das padarias lá de baixo, na avenida.
        
      Como é lindo o Rio de Janeiro!
  
      A brisa, ora forte, ora suave, balançava minha camisola branca de cetim, escondendo apenas as partes do tronco, e mostrando, às vezes, o fio dental de renda.

      Nessa hora viajei, imaginando voar por sobre o mar azul, ainda calmo, com apenas alguns surfistas que se atreviam a enfrentá-lo tão cedo.
  
      Nem reparei que você vinha ao meu encontro, sem fazer barulho, como um gato querendo sua presa, todo enrolado no lençol, com um sorriso nos lábios e aqueles olhos azuis que doem a alma de tão límpidos. É como ver o mar, como diz a canção; azuis que mudam de tom quando o tempo muda de cor. O corpo não muito musculoso, mas perfeito, as coxas um pouco grossas, moreno bronzeado e uma evidência que destacava com um branco da marca da sunga. Meu homem!
  
      Foi se aproximando, abriu os braços e vi que estava nu, sedento por me tocar.
  
      Me abraçou por trás de forma que também me cobriu com o lençol, me beijou o pescoço, a nuca, os ombros, me deixando toda arrepiada... me disse coisas carinhosas nos ouvidos: - linda, você é linda demais; te quero; te amo. Segurei o lençol que ainda nos cobria, de forma que suas mãos ficassem livres para percorrer o meu corpo quente.
  
      Começou a tocar meus seios, minha barriga e enfiou sua mão dentro de minha calcinha. Não me contive, joguei a cabeça para trás e me entreguei. Respiração ofegante; gemidos; sussurros... Você apenas afastou minha calcinha, levantou  minha perna, me abraçou forte e eu me entreguei... Como é bom isso!

      Neste momento me esqueci da bela paisagem, daquele horizonte que acordava, do barulho dos carros, do perfume dos pães e do café na padaria. Apenas nós dois naquele terraço, isolados do mundo, e mesmo o sol que já me cutucava com seus raios não me fez sair do transe do prazer, da loucura do desejo, do amor...

      Continuou me beijando a nuca, a orelha, a boca, até que não aguentamos mais; um gemido mais intenso e depois um relaxamento... ainda ficamos abraçados, nos beijando, nos declarando, nos decorando cada parte do rosto, cada detalhe, cada respiração ofegante que aos poucos voltava ao normal, o coração disparado, quase não cabendo dentro do peito... e nós dois ali, em pé, tendo como única testemunha aquela brisa suave, ainda fresca, de uma primavera quente, sedutora... avassaladora... como nosso prazer, como o nosso amor....

10 comentários:

  1. Lindíssimo teu conto.Adorei!beijos,chica

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  2. Olá.
    Adorei seu blog e tudo que vi por aqui.Parabéns.
    Até mais

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  3. Clarice.. como sempre seus contos são perfeitos..
    Que nos levam a viajar em pensamentos..
    Parabéns minha linda.. uma escritora maravilhosa..
    Eu adoro ler o que escreve porque sempre coloca a alma nas palavras e isso é bom, porque nos prende de uma forma gostosa.. chegamos ao fim do texto com uma facilidade..
    Adorei.
    Um beijo carinhoso e um dia especial viu?

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    Respostas
    1. Obrigada, querida!
      Fico muito feliz com suas palavras, afinal escrevemos pra vcs!

      Beijos

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  4. Bom dia!
    Terno, sensual e envolvente.
    Ato que declama amor.
    Amor que respira o Ato!
    Abraços

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  5. Muito bom conto ! Leitura deliciosa! Parabéns.

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