sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Um breve futuro


Ontem, minha filha e eu estávamos no banco, e uma senhora, que não aparentava mais do que sessenta anos que estava na nossa frente, repetia seguidamente a mesma pergunta:

- Mas eu preciso da senha? Tá no meu cartão, na minha casa...

- Mas pra senhora sacar no caixa eletrônico, precisa do cartão e da senha... - insistia o rapaz que fica na entrada do banco, distribuindo senhas para todos os setores.

- Ai, meu Deus, como é que eu faço? Mas moço, e com esse cartão aqui, não serve? - insistia a senhora, mostrando o cartão antigo, vencido.

- Desculpe, senhora, mas esse cartão já está vencido. Tem que ser o novo cartão; aquele que a senhora recebeu pelo correio... - insistia o rapaz.

Até que a senhora se cansou e foi embora.

Minha filha começou a rir, não entendendo como a mulher não entendia o que o rapaz lhe falava. Não achei graça nenhuma! Expliquei que devido à idade, o raciocínio vai ficando mais lento, por isso é preciso repetir várias vezes a mesma coisa, ainda correndo o risco da pessoa idosa não entender.

Depois, voltando para casa, fiquei pensando... como será que ficarei quando for uma idosa, toda enrugadinha, com pouca audição, pouca visão, pouca coordenação, e talvez até sem esperança nenhuma de nada.

Alguém já se imaginou idoso? Será que chegaremos até que idade? setenta, oitenta, oitenta e cinco? O que passa na cabeça de um idoso com uma idade dessa? Será que a morte é tão presente, será que imaginam se existe vida após esta?

Voltando no tempo uns quarenta anos, uma pessoa com cinquenta anos era uma pessoa idosa, um senhor de chapéu, de bengala, de óculos fundo de garrafa; e uma idosa com coquinho nos cabelos, saia reta, acima do peso, sapatos baixinhos... uma avó mesmo, dessas que fazem bolo, bolinho de chuva, macarronada, e que já usam dentadura.

Mas hoje, uma pessoa com cinquenta anos é bem diferente: a qualidade de vida melhorou, a tecnologia ajuda muito, e os efeitos do tempo quase que são imperceptíveis.

Bem, daqui a pouco faço quarenta e sete.... e como o tempo voa como uma ventania, é piscar o olho e já faço cinquenta! E cinquenta não significa um ano a mais e sim um dia a menos de vida.... de um ano para o outro, pesa muito. Como crianças, bebês, que mês a mês mudam muito, crescem muito rápido, idosos também sentem esse efeito, só que ao contrário.

Espero ser uma jovem senhora, com o bom humor que tenho, sem muitas rugas, sem cabelos grisalhos e com saúde.

Vocês já se imaginaram idosos? O que imaginaram? Quem me conta?


Um ótimo fim de semana!!!


4 comentários:

  1. Sem dúvida Clara, o idoso de uns 30 anos atrás era uma senhora de 50 anos. Uma mulher de 30 já estava na meia idade. Hoje conheço pessoas de 70 com mais jovialidade do que muitos garotões de 20. Acho que devemos cultivar o espirito jovem independente da idade. Bjsss

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  2. Clara,
    Rezo muito para quando eu chegar a esse ponto de terem que repetir quinhentas vezes para eu entender tenham paciencia comigo. Meus pais estão nessa fase e as vezes perco a paciencia. Mas temos que pensar que vamos ser diferentes e vamos estar com nosso ipad, iphone e por dentro de tudo!
    Beijos
    Adriana

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  3. Oi Clara!
    Depois que fiz 50 anos, pesou.rsss
    A contagem regressiva ficou mais evidente e o exemplo na família, de minha sogra com Alzeimer acentuou nossas incertezas diante do futuro e é assunto constante por aqui. Claro que estamos fazendo diferente e esperando que seja posto positivo para nós, ams o futuro é incerto.rss
    A Deus pertence. E vaamque vamo, não é isso?rss
    Beijinhos e um super fds!

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  4. Eu serei uma velhinha muito chata e travessa, sempre enchendo os netos de beijos, e querendo passear muito.
    Deus me guarde de depender dos outros, de me tornar um peso ou um estorvo.Estou como a Valéria: é ter esperança!

    Um doce fim-de-semana para vc
    Beijinhos
    Ruthia d'O Berço do Mundo
    http://bercodomundo.blogspot.pt/

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