terça-feira, 10 de julho de 2012

Estou aqui! - Parte II

Continuação...

      Com muita dificuldade, conseguiram tirar André dos braços de Mateus. A avó materna dos meninos morava a poucos metros de sua casa e também não entendia como isso fora acontecer. Mas teve forças para tirar o neto dali e  leva-lo para sua casa. Mateus, ainda muito transtornado, caiu de joelhos e começou a se debater e a chorar compulsivamente, quando os funcionários da funerária levaram seu filho morto para autópsia. Não entendia como isso tinha acontecido, mas queria acordar daquele pesadelo.

      Os vizinhos, todos ali, se juntaram para ajudar Mateus, que depois de muito se debater, se acalmou  e pediu para ir onde sua esposa estava. Chegando ao hospital, não conseguiu entrar no quarto em que ela estava e voltou para casa, acompanhado por amigos que sempre estavam por perto para socorrê-lo.

      A imagem do filho morto não lhe saía da cabeça. Os dias foram passando e o resultado da autópsia saiu: Tiago se matou. Quer dizer, ele estava com a arma apontada para seu peito quando esta disparou.

      Mateus não entendia como isso foi acontecer, já que tinha certeza de que o acidente foi o contrário: André, o caçula, que estava com a arma na mão quando ele chegou. Resolvido no papel o ocorrido, mas não na memória daquele pai que nunca mais seria o mesmo. Nunca mais abraçaria aquele que há oito anos, foi tão esperado, tão aguardado para chegar à família. O tempo passou e a família morreu junto com Tiago.

      Não tinham mais o que fazer, a não ser continuar vivendo, ou quem sabe, vegetando, com o coração pulsando no peito, que havia se transformado em uma pedra de gelo. Acabou! Mas, e André, que ainda precisava de tantos cuidados? A mãe, já recuperada, fazia o que podia, mas passava parte do dia chorando pela falta do mais velho. André praticamente ficava sozinho pelos cantos, brincando com os brinquedos do irmão Tiago, conversando sozinho e às vezes rindo muito, olhando para o nada. E numa dessas conversas, pronunciava o nome de Tiago, o que deixava os pais intrigados. Como pode uma criança que presenciou toda aquela tragédia, agora brincar como se nada tivesse acontecido? Mateus queria voltar a ser criança e superar toda a dor, como seu caçula estava superando. Tempo de inocência, tempo em que mal imaginam o que viria pela frente, e como a vida às vezes é ingrata. Criança tem essa vantagem de apenas absorver o que lhe convém e o que lhe faz feliz no momento. Mas André chamando pelo irmão, até deixavam os pais mais confortados, pois podiam aos menos imaginar que tudo aquilo fora realmente um pesadelo, e que qualquer dia, eles veriam Tiago brincando com o irmão mais novo. E ficavam olhando o pequeno brincar, rir e conversar olhando para o nada, imaginado o outro filho ali, junto dele.

      As brincadeiras do pequeno André com o irmão Tiago, eram diárias e isso começou a incomodar os pais, pois achavam que havia acontecido algum distúrbio na mente do pequeno. Procuraram ajuda médica para tratá-lo.

Continua...

5 comentários:

  1. BOM DIA, PRINCESA! TA PARECENDO "CENAS DO PRÓXIMO CAPÍTULO"... HOJE, VIM CORRENDO VER SE TINHA A PARTE II E FIQUEI FELIZ AO CONSTATAR QUE SIM. ESTOU INTERESSADÍSSIMA NO DESFECHO DESTA HISTÓRIA. SERÁ ELA REAL? OU FRUTO DE UMA MENTE CRIATIVA? DE QUALQUER FORMA, AMIGA, ESTOU AMANDO OS POSTS! QUE O SEU RESTO DE SEMANA SEJA UMA BÊNÇÃO! UM ABRAÇO FRATERNO.

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  2. Essa segunda parte, me surpreendeu!!

    Perando....perando.....perando....perando...

    Beijuxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx...


    KK

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  3. Oi Clara!
    Diante desta situação tudo acontecer. Nossa mente é imprevisível.
    Aguardando notícias.rss
    Beijinhos e tudo de bom!

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  4. Oi, Clara
    Esperava mesmo isso e pelo próximo capítulo...

    bjosss

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  5. Interessante sua forma de abordar esse tema.
    você nos faz ficar curiosos quanto a essa relação que se inicia entre os irmãos.
    Vou aguardar

    beijos
    Zizi

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