quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Adolescência

Amanda

Ontem minha filha chegou do trabalho, me deu um beijo, olhou nos meus olhos e disse:
- Mãe, acho que vou terminar com ele (o namorado)...
E desabou num choro incontrolável...
Ah, mas coração de mãe não aguenta ver filho sofrer: a abracei e fiquei ali quietinha esperando ela dizer algo.
E disse! Contou tudo o que estava acontecendo e eu só ouvindo.
O que eu poderia falar numa hora dessa? E também ela não estava me pedindo conselhos, estava só desabafando... E chorou, chorou, chorou...
A única coisa que eu disse é que é difícil passarmos por situações, que às vezes ficamos machucadas, mas de um jeito ou de outro, isso vai se resolver. Disse para ela pensar, e depois tomar a decisão que ela achar melhor. Conversar com ele, falar tudo o que a incomodava e ver o resultado. Se há amor, vale a pena entrar num consenso, num acordo.
E foi o que ela fez; chorou muito, pensou e depois tudo voltou ao normal.
Não pude deixar de me lembrar quando tinha a idade dela. E eu sofria, sofria, calada, sem ninguém para desabafar, e resolvia tudo do meu jeito, errando ou acertando, mas as decisões sempre foram minhas.
Fiquei orgulhosa dela me procurar, como sempre faz, numa hora de sofrimento. Quisera eu ter tido esse privilégio quando era adolescente. Mas já passou.
E ela, apesar de ser somente uma adolescente, já é uma adulta, com suas próprias opiniões, seu gênio fortíssimo - como o meu, claro, e suas decisões, que eu dou meus palpites, mas a palavra final é dela sempre.
Que pena que um dia ela vai até rir de ter sofrido por uma coisa tão banal, tão sem importância, mas que na idade dela, é como se o mundo desabasse na cabeça. Adolescência...
Onde os dramas são imensamente maiores do que são, onde as consequências são tão nulas como eles pensam que são, onde as respostas estão tão ali perto, que eles não enxergam de jeito nenhum.
Cabe a nós, pais, dar o apoio necessário, o colo, os olhos, mostrar os caminhos... mas evitar que sofram, isso não é possível. Sei que me dói muito quando ela sofre, mas é tão necessário sofrer, que eu só peço a Deus que passe logo e que todo o sofrimento se transforme em sabedoria.
Ela, como eu, é uma inconformada com as injustiças que existem por aí. E com as injustiças em torno dela, então, é uma briga!
Menina brava! Mãe brava!
Mas tão doces no convívio com as pessoas, que muitos pensam que somos manipuláveis. E sempre se deparam com um muro de aço entre nós aceitarmos e nós querermos.
Já vi que Amanda será uma matriarca daquelas, quer dizer, como eu serei quando for avó, com o exemplo que dei desde sempre.
Será que isso é ruim? Acho que não!
Que Deus lhe proteja, minha linda!

5 comentários:

  1. A Amanda é muito linda!!

    KK

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  2. Essa é uma fase muito sofrida mesmo. Que coisa doida ver os filhos passando esses perrengues, principalmente os de amores. É a fase onde eles são lindos, e cheios de debates interiores.
    A propósito: sua filha é sua versão aloirada, né?
    Giu

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  3. Bom dia,Clara!!

    E como dói...rsrsr Lembro bem e como bem disseste hoje em dia acho graça de ter sofrido tanto(parecia tragédia grega!!!rsrsr).Mas na adolescência é assim mesmo.
    Bom que mesmo batendo de frente(na maioria de vezes...rsrsr) sempre conversei comminha mãe.E olha que tínhamos opiniões contrárias!
    Espero que meus filhos venham a mim quando chegar a vez deles de sofrer por amor...vamos ver né?!

    *Espero não passar por trote!!rsrsr
    vou estudar à noite, quem sabe o pessoal é mais comportado, né?!
    Agora está bem perto!!!dia 28 está chegando!!!rsrsr

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  4. Clara,fiquei sensibilizada com seu texto pois tb tenho filha adolescente e sei como é!Dói mais na gente,por não poder fazer nada,faz parte da vida, das experiencias deles...muito comovente sua postagem e linda sua Amanda!Bjs,

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  5. Olá, querida Clara

    "Ah, o Amor! Pequena gota
    que cai da flor,
    orvalho da noite
    estrelada..."

    Obrigada por aderir à nossa Blogagem Coletiva Amor em Pedaços
    Seja muito bem vinda!!!
    Bjs de paz e alegria
    P.S. Seu post me fez lembrar a minha adolescência... sofrida...

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