segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Peito, bunda, fama...

Martha Rocha, nossa primeira miss Brasil, e duas polegadas a mais nos quadris que deram a ela o segundo lugar no concurso de miss Universo em 1954.


Tá certo que as mulheres têm muito mais liberdade hoje em dia do que no século passado.
Estão se igualando ao homem, o que eu acho uma besteira, e estão se sentindo e achando que estão podendo tudo.
Como tudo começou não me lembro e nem vou pesquisar. O tema hoje é a apelação de algumas mulheres em querer ser famosas a qualquer custo, pelo corpo.
Antes, o glamour era em ser miss, mas a mulher precisava ter um certo carisma, uma certa cultura para poder representar muito bem o país. Depois, modelos, que agora estão todas esqueléticas e anoréxica. Não entendo como alguém começou com essa moda de mulher esqueleto linda, com cara de morta, mulher cabide. Bem, até aí tudo bem, cada um faz o que quer do corpo.
Mas vamos à mídia agora. Mulher fruta, mulher tora, mulher perigueti, mulher ex-BBB, mulher objeto.
É tanta bunda, tanto silicone, tanto botox que eu tenho a impressão que sou de outro mundo quando fico olhando essas "beldades" desfilarem por aí, se achando o máximo. Mas não sou eu que tenho que achar o máximo, né? São os homens, a mídia, elas mesmas e não tenho nada com a vida delas.
Mulher "fake", mulher "fast-food", mulher midiática, que sempre posa para fotos, de costas, mostrando a bunda... O resto é só um detalhe.
Silicone nos peitos, na bunda, na panturrilha, na boca, nas bochechas, lipoaspiração...
Tudo muito exagerado. E o pior, são só isso que algumas são, um corpo ocupando um espaço na mídia. Um corpo perfeitamente deformado.
Para que serve a mulher mesmo? Para quê lutaram tanto para ter independência mesmo?
Não sei, mas quando vejo alguma situação constrangedora na TV me lembro daqueles filmes dos anos 70/80, as pornochanchadas, em que sempre aparecia alguma mulher nua, porque se não fosse assim, o filme não fazia sucesso.
Mas eram filmes e as mulheres, atrizes.
E hoje, o que a mulher realmente quer? Aparecer na TV e não importa como? Ser objeto de desejo por um corpo todo fabricado e montado? Será que isso é autoestima? Corpo perfeito = mulher feliz?
E quanto mais são faladas, citadas, mais polêmicas causam, mais "famosas" ficam. E esse tipo de "informação" é o que o povo está lendo no momento.
Agora, qualquer evento, qualquer "festinha" e já promovem a "musa" de não sei o quê. Musa da laje, musa do futebol, musa do UFC, musa do carnaval... Quer dizer, mulher troféu, com bundas empinadas, caras e bocas, com roupas cada vez mais curtas e justas. E saltos cada vez mais altos. É a moda!
A tecnologia é fantástica e avança a passos largos, por todos os campos.
Mas e a educação? Os bons costumes, o respeito, a ética? Onde estão?
Por que alguns seres humanos têm tanta necessidade assim de serem notados? Que sentimento é esse?
Para quê serve a mulher mesmo? Lutaram tanto para quê mesmo?
Alguns vão falar que é a liberdade... Mas para mim liberdade é ter opinião própria e expressá-la em qualquer lugar, além de poder mudar de ideia se assim achar conveniente. Essa liberdade de que alguns vão falar, não é liberdade, pois essas mulheres que se sujeitam a esse tipo de situação, estão presas nos conceitos do que é belo hoje, dos padrões que alguns dizem que sãos os ideais, em seguir uma moda que tem que mudar o corpo e não apenas uma vestimenta. Aliás, vestimenta é o que menos importa hoje em dia, já que as roupas estão sumindo nos corpos delas.
Eu sinto vergonha!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Que coisa estranha a morte

Nascemos e... morremos!
Que coisa estranha a morte... tudo que tem vida um dia morre...
E mesmo sabendo disto evitamos tocar no assunto.
Não sei porque, mas gosto desse assunto; não que eu tenha medo - acho que tenho sim - mas falando nela, é um modo de pensarmos e vivermos com a certeza de que um dia chegamos aqui de mãos vazias, e não sabemos quando, iremos embora de mãos vazias.
É um mistério, creio eu, necessário para nós não sabermos a verdade ali, a olhos nus, e comum a todos os homens.
Religiões estudam a respeito, provam; e eu respeito e também acredito - apesar de ser católica.
Mas, olhe para a pessoa do seu lado, ou então se lembre de alguém que você convive e que não está aí do seu lado agora; um dia tudo isso vai acabar: ou a pessoa ou você vai partir daqui para algum lugar.
Não é estranho isso?
Então imagine você aí lendo esse post estranho: e se quando você for sair na rua e algo acontecer e você se for, sem se despedir de ninguém, sem deixar recado para ninguém... Puff... acabou!
Agora imagine você que adora uma briga, uma discussão: briga com alguém que sai batendo porta, sem falar nada, nem tchau, nem um beijinho e acontece um acidente no trajeto da pessoa... Puff!!!
Na minha vida, as perdas que tive, primeiro meu avô, que faleceu quando eu estava com três meses de gestação de minha filha, em Ubatuba, no réveillon e, por burrice, por besteira, por brincadeira muito sem graça, quando tocava algum telefone e era para mim, eu sempre perguntava: quem morreu? E ficava esperando o recado.
Então, nesse dia, nós caminhando na praia, meu ex recebeu uma ligação dando esta notícia e veio me falar:
- Quem morreu?
Ele me deu a notícia e quase morri de remorso por ter feito esta estúpida pergunta...
Pior de tudo: final de ano, não tinha passagem disponível em nenhum lugar. Não cheguei para o enterro.
E a sensação que tive à partir de então foi esta: eu deveria ter convivido mais com ele, ter ouvido mais, ter visitado mais, ter sido mais neta do que só uma visita... Puff!!!
Depois, anos depois, com minha avó. Eu já convivia com ela de perto, conversava muito, ouvia suas histórias e amava. E sentia que ela amava a mim e a meus filhos, apesar de todos aqueles outros netos.
Ela adoeceu, e antes de ser internada, falou:
- Eu sei que não vou voltar...
E não voltou.
Eu fazia companhia à ela enquanto estava internada e acho que por conta disso, cumpri minha obrigação e demonstrei todo o amor que tinha à ela.
É claro que foi tudo muito dolorido, morte ninguém suporta e sinto uma falta imensa dela, mas a saudade vai tomando conta da tristeza.
De todo o jeito, não tem como se preparar para a morte. Não tem idade para morrer. Não importa se amamos muito, ou amamos apenas, ou convivemos, ou quando sabemos de alguém que morreu.
É a maior dor que o ser humano pode ter. E cada um tem a sua dor, não importa se é maior ou menor. É dor.
É a vida, é a morte... é a renovação...



É muito triste quando ouvimos notícias como esse desabamento no Rio de Janeiro.
Não são pessoas mortas... São famílias mortas...

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Meu fusca 79

Olha a cobertura do farol... parecem cílios....

Branquinho, lindinho, rodas esportivas, insulfim, bancos altos e... fusca.
Como todo e bom fusca, de um jeito ou de outro, anda... Nem se for no tapa!
Quem já dirigiu um, quem já teve um, sabe que é um xodó, digamos, um amor temporário. E dói quando temos que vendê-lo.
O meu era um fusca, mas nada original. O motor era 1.300, os faróis eram diferentes, que não sei explicar... sabe aqueles que parecem cílios postiços?
E é pequenininho, cabe em qualquer lugar. Para estacionar é um segundo e pronto!
Mas, quando ele emburra e empaca... Dá vontade de pegar um martelo e afundá-lo todo.
Quando eu o comprei, o dono garantiu, é claro, que não tinha defeito nenhum. Na primeira chuva, minha perna esquerda ficou enxarcada, por goteiras dentro do carro! Já viram goteiras dentro do carro?
E para abrir o capô, então? Tinha que ir conversando, conversando, com toda a calma, amigo, e pronto, ele obedecia e abria.
Mas também, como todo bom fusquinha, ele travava; acho que era a fase de TPM, então não tinha nada o que fazer, a não ser chamar alguém para dar um fuçada.
Um dia, eu na maior tranquilidade, numa rua de pouca descida, parada no semáforo, quando este abriu, pisei, pisei, pisei e nada! E o danado começou a descer, o freio de mão não funcionou, o freio quase que saiu pelo assoalho, a direção travou e eu quase bati num carro parado.
Tudo isso aconteceu em frente a um bar, cheio de manguaceiros, que vendo meu desespero, começaram a mexer comigo.
E eu fiquei desesperada mesmo, e não sei como, saí do carro e o parei na unha!
Daí, um filho de Deus que apareceu não sei de onde, ofereceu ajuda e eu, claro, aceitei; entrou no carro, desligou, ligou de novo e tudo certo. Não sei até hoje o que aconteceu. Menos mal, porque aguentar gozação depois, por ter batido em um carro parado, a 5 km/h, não ia aguentar!
Outro dia, aliás, vários outros dias, quando estacionava bonitinho, certinho, na hora que ia embora, a primeira não engatava de jeito nenhum. E eu ficava horas, com calma, pelejando, pelejando e nada.
Então, calmamente, saía de terceira mesmo. E ele ia obediente, em terceira, todo poderoso!
Um dos primeiros passeios que tive com ele, foi quando fui num casamento, sozinha, sem marido. Então, na igreja, com todas aquelas amigas sem carro, queríamos ir à festa. Coloquei-as todas no fusquinha, acho que umas seis mulheres, e vamos embora! E numa dessas rotatórias movimentadas, o bonitinho travou e não saía de jeito nenhum. Eu nunca ouvi tanta buzina junta, na minha orelha. Mas nesse ponto até que sou calma. Não fico irritada e nem afobada.
- Coloca a primeira, tia!
- Coloca gasolina, tia!
- Desce e empurra, tia!
- Tira carta primeiro, tia!
E eu nem dava confiança. Depois de muito tempo, e com as meninas todas rindo muito, consegui engatar a primeira e partir, feliz da vida, para a festa de casamento.
O duro de vender carro velho: nunca, nunca tem o mesmo valor que você comprou.
Acham defeitos onde você nem imagina que exista aquele lugar.
- Olha, meu senhor - dizia eu - se o senhor está procurando um carro zero, sem problemas nenhum, com certeza não é o meu fusca. Pelo preço dele, é pegar ou largar!
- Vou dar uma olhada por aí e depois eu volto!
E não é que ele voltou e pagou o preço que eu pedi? Mas claro que não falei da goteira para ele né?
Goteira? Que goteira?
Saudades de você, meu fusquinha lindo!!!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Acabou

Acabou, não dá mais, cada um para o seu lado...
A difícil hora de terminar uma relação, não tem como não sair machucado, magoado, triste, derrotado...
Mas quando acaba o amor, o respeito, é a melhor coisa a fazer.
Primeiro conhecemos uma pessoa, pensamos ser nossa alma gêmea, nos apaixonamos, vivemos para planejar uma vida a dois, para sempre, muitos planos, projetos, sonhos, e acaba..
Isso é frustrante demais, dolorido demais... Mas não dá para ficar implorando por algo que tem que ser recíproco. Ou tem a troca ou não tem relação. Ninguém ama por dois...
Quando a pessoa fecha a porta e temos a certeza que acabou mesmo, que a pessoa foi embora e vai seguir sua vida, isso dói.
E daí por diante, tudo o que fazemos, não tem como não nos lembrar da pessoa. Os sonhos ainda permanecem, o cheiro no corpo ainda exala, o gosto do beijo ainda tem o sabor...
Depois vem a raiva, o ódio, a vingança...
Mas passa logo, pelo menos deve passar sim, logo. Se acabou, acabou e pronto!
Imaginar a pessoa com outra pessoa, dói...
Saber que a pessoa tem outra pessoa, dói...
Mas ver a pessoa com outra pessoa, isso dilacera o peito.
Por que isso, meu Deus? Por que não deu certo?
Talvez tenha dado certo o tempo necessário. Nada é eterno; eu, pelo menos, não acredito nisso.
Talvez o tempo todo estivemos equivocados com a pessoa. Talvez ela, por ser educada demais, nunca quis nos magoar, talvez nem tenha começado nada, e por isso acabou.
Mas quem manda no coração?
Ele tem vida própria, faz o que bem entende, vai onde quer e se instala sem pedir licença.
Não dá para controlar uma paixão. Eu espero que seja uma paixão mesmo, porque sei que vai passar logo.
Espero o amor que ainda está por vir; este sim, eu creio que seja duradouro.
Mas como ensinar o coração a amar de vez e deixar para lá a paixão? Por acaso ele saberia distinguir?
Eu adoraria ter o livre arbítrio para escolher onde meu coração vai se aconchegar. Poxa vida! Temos livre arbítrio de tudo, por que o coração é parte separada de nosso querer?
Será que custa ele, o coração, nos escutar? Nos obedecer?
Tantas pessoas que seriam perfeitas para nós... E o danado passa bem longe e ainda sussurra no nosso ouvido: "Só amizade!".
Isso seria tão mais fácil.
Mas que graça teria uma vida fácil, sem emoção, sem conflitos, sem dores, sem lágrimas?
Como saberíamos, então, o que é a felicidade, o retorno, a paz?
Se não fosse assim, não daríamos tanto valor quando, depois de umas lágrimas, o sorriso viesse com tudo, e junto com ele, o coração bater acelerado de novo, o frio na barriga de novo, as pernas bambas, mãos tremendo e palavras que não saem de novo?
Mais uma vez, tudo perfeito; e mais uma vez, só o tempo tem razão.
Então tá, tempo, o tempo é todo seu!
Vida que segue!

domingo, 22 de janeiro de 2012

Um ano!

Há exatamente um ano eu começava escrever esse blog. Medo, insegurança, frio na barriga...
Será que alguém vai ler? Quem?
Será que vou ser muito criticada? Por que?
Será que voltarão no outro dia? Se voltarem é porque gostaram!
O que eu vou escrever? Não tenho nem ideia... Mas basta olhar à minha volta e terei o que contar. Simples assim!
Nunca eu imaginaria ser capaz de escrever, e gostar de escrever!
Nem tanto, nada é simples... Não quando queremos fazer algo que preste, algo que acrescente de alguma forma, algo que alguém vai comentar de alguma forma, ou para o bem ou para o mal.
Eu tinha muito medo de ser criticada, de ser xingada, e confesso que fiquei sim, cheia de dedos, desde o primeiro dia; tanto é que na caixa de comentários eu fui curta e grossa: "o seu comentário está sujeito à aprovação". E tinha até aquelas letrinhas que a gente tem que copiar para enviar o comentário. Medo!
Mas desde sempre, desde o primeiro dia, o que eu tive foi só carinho, atenção, claro que também alguns puxões de orelha...
E amigos, muitos amigos, de várias partes, tanto do Brasil quanto de fora do Brasil.
Como é mágica a internet!
E eu, que ficava somente em casa, enfurnada em meu mundinho, me vi rodeada de pessoas dispostas a compartilhar um abraço, um beijo, uma amizade virtual, tão real que dá para sentir até o calor do contato, o tom da voz, a profundidade do olhar, e uma amizade verdadeira...
Basta um lamento, um pedido de socorro, um choro contido, e um turbilhão de carinho nos é lançado, para acalmar o coração doente no momento.
É tudo muito mágico!
E hoje, depois de um ano, só tenho a agradecer a companhia de vocês, o carinho, a paciência, a ajuda, a fidelidade de sempre voltar...
Que Deus os abençoe, os proteja, os ilumine!
Vocês me fazem muito feliz! Muito!
Sintam-se em casa, comentem, briguem, discutam, opinem, puxem minha orelha, me chamem a atenção...
Sejam bem vindos todos os dias!


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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Em outras vidas - IV parte - final

Continuação...

primeira parte
segunda parte
terceira parte

Casamento marcado, tudo pronto e Rafael muito feliz.
Na última semana de solteiro, Rafael foi se encontrar com sua agora noiva e percebeu que ela estava deprimida, chorando e muito pálida. Antônio, seu irmão, não estava em casa.
- O que foi, querida? O que aconteceu? Tá nervosa com o casamento?
- Rafael, eu te amo tanto, tanto... Não me condene, por favor, me perdoa? Eu não suporto ficar sem você, esse tempo todo, esses anos todos, essas vidas todas, o que eu sempre quis foi ficar do seu lado... Me perdoa?
- Como assim, essas vidas todas? Que vidas? Que anos todos? Não tô entendendo nada...
Mariana apenas o abraçou e ali ficou quietinha.
Depois de algum tempo, com Mariana mais calma, foram caminhar, pois a tarde estava linda, uma brisa suave e um sol iluminado.
Ao longe avistaram a cigana e Mariana só fez um comentário com Rafael e continuou caminhando.
- Como vai o casal?
- Estamos bem, mas hoje não queremos ler as mãos, certo?
- Claro! Eu já sabia disso.
E encarou Mariana que não a olhava nos olhos e se foi.
Mariana quis voltar para casa pois estava com dor de cabeça.
Rafael, antes de se despedir, percebeu em seus olhos uma tristeza profunda, um olhar mais penetrante ainda que o deixou com as pernas bambas. O olhar de Mariana sempre o intrigava muito. Não conseguia entender aquela força que ela tinha escondida. Mas a amava tanto e tanto que não via a hora de se casarem e viverem juntos para sempre. Para sempre! Ela sempre repetia essa frase para ele. Para sempre!
Um dia antes do casamento, Rafael foi à casa de Mariana... A casa estava praticamente demolida, sem o telhado, com alguns móveis ainda lá dentro e sinal de abandono não recente, mas de anos e anos.
Ficou desesperado e começou a chamar os vizinhos para ter uma explicação.
- Mas essa casa está assim há anos! Nunca morou ninguém aí, que a gente saiba..
- Como assim? E Mariana, Antônio? Para onde foram?
- Nós não conhecemos eles...
Rafael, sem noção do que fazer, caminhou pela rua, como que arrastado por uma força e se viu em frente ao cemitério. Entrou.
Foi até o túmulo de seu pai e começou a conversar, tentando entender o que havia acontecido; e uma luz do seu lado direito começou a brilhar, como se o sol estivesse batendo em um vaso de cobre em um túmulo por ali perto. Foi até lá e lendo, soltou um grito de dor... "Aqui jazz Mariana de Alcântara Batista - 1840 - 1874 - Uma doce filha que morreu por amor".
Rafael ficou zonzo, caiu de costas e bateu com a cabeça em uma quina de um túmulo. Perdeu os sentidos.
Quando voltou abrindo os olhos, viu Mariana a lhe sorrir e a lhe estender as mãos. Estava se sentindo mais leve, flutuando; segurou as mãos de Mariana e sentiu aquela paz. Estava realmente flutuando. Mariana com aquele vestido simples, florido, também flutuava. Conversavam por telepatia:
- Amor de minha vida... Que bom que você veio... Eu te amo tanto e tanto... Agora teremos a eternidade para viver esse amor.
Rafael, olhou para trás e viu seu corpo estendido no chão, no meio dos túmulos. Largou a mão de Mariana, deu um grito e sumiu de novo.
Acordou no hospital, depois de 13 dias em coma, todo entubado e sem se lembrar de nada.
A mãe estava por perto, acariciou seu rosto e lhe beijou a testa.
- Meu querido, voltou! Mamãe está aqui, viu? Agora está tudo bem, calma...
Aos poucos, com o decorrer dos dias, Rafael foi se lembrando do que havia acontecido. Parecia um sonho, um pesadelo onde acabara de acordar. Começou a fazer perguntas à mãe e não teve muitas respostas, até que se lembrou de tudo; de Mariana, do cemitério, do mistério da cigana, da casa demolida. Não contou nada a ninguém sobre Mariana, apenas disse que ela e o irmão haviam se mudado para outro país.
A mãe dele não entendeu nada, mas achou melhor não ficar questionando o que havia acontecido. O que importava era que seu filho estava bem.
Depois de recuperado, Rafael não quis mais voltar ao cemitério. Recomeçou sua vida em outra cidade, com sua mãe e suas irmãs.
Agora um advogado bem sucedido, com uma outra visão do mundo e, nunca mais se relacionou sério com nenhuma mulher. Agora era um homem do mundo, e queria desbravá-lo enquanto tivesse vida.
E era feliz assim, até que conheceu Carla.
Ah, Carla...

The End

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Em outras vidas - III parte

Continuação...

primeira parte
segunda parte

Mariana se aborreceu muito com a presença daquela cigana e preferiu ir embora. Rafael a acompanhou até o portão e foi embora.
Chegando em casa, mais uma vez sua mãe chorando muito, as irmãs mais novas tentando consolá-la, em vão, mas bastou Rafael chegar para que a mãe ficasse mais calma.
Sentaram na sala para assistir um filme, uma comédia, para assim distrair a mãe. Esta até riu, mas se continha, com medo de estar cometendo um pecado. Rafael  a incentivou a rir muito e, aos poucos, Dona Alzira foi se soltando numa gargalhada gostosa e longa.
Os dias se passaram, Rafael e Mariana cada vez mais apaixonados. A simplicidade, a meiguice e o jeito discreto de Mariana encantavam cada vez mais Rafael. "É amor!", repetia ele.
Como sempre se sentaram no banco, começaram a namorar carinhosamente e quando olham para frente, está ali a cigana com aquele sorriso simpático.
Rafael nem esperou que ela lhe pedisse a mão e já a estendeu.
- Nem preciso ler que você está numa ótima fase. O sofrimento aos poucos vai embora e você vai ter uma grande alegria... Mas uma tristeza imensa ainda ronda sua vida, com esse corte do amor.
Rafael insistiu para que Mariana lhe mostrasse a mão e mais uma vez ela negou e ficou irritada, se levantou e foi embora.
- Mariana, o que foi? Por que ficou tão irritada com a cigana? O que ela lhe fez? Deixa ela ler sua mão... que mal tem nisso? Tá com medo de quê?
- Eu não gosto dessa mulher! Me deixa!
Depois disso não voltaram mais a sentar na pracinha, por causa da cigana que Mariana insistia que era perseguição à ela.
O namoro dos dois era uma delícia e com o passar do tempo, já programavam até um casamento.
A mãe de Rafael, agora melhor, mais conformada com a viuvez, incentivava os dois namorados a oficializarem tudo.
Um dia, caminhando pela rua da casa de Mariana, aparece a cigana, com aquela cara de "hoje você não me escapa". Mariana começou a chorar, mas cedeu a mão à cigana, que olhando, a fixou no olho um bom tempo, soltou a mão e foi embora. Rafael nada entendeu, mas sentiu um arrepio estranho.
Mariana o abraçou e chorou muito.
Rafael a levou para casa e lhe preparou um chá de camomila. Mariana chorava tanto que parecia ficar transparente quando as lágrimas desciam pelo seu rosto, e as mãos ficavam geladas. Tomou o rosto de Rafael com as mãos e disse:
- Rafael, eu te amo tanto, desde sempre... Aconteça o que acontecer, não se esqueça disso... Eu te amo!
- Mariana, você está me assustando! O que foi? O que a cigana viu em sua mão? O que você está me escondendo? Me diz, por favor?
Mariana apenas continuou abraçada e chorou muito.
Rafael voltou para casa indignado e sem entender nada.

Continua...

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Em outras vidas - II parte

Continuação...

primeira parte

Se sentaram na praça, debaixo da dama da noite e conversaram um bom tempo.
Quando se deram conta, já estava anoitecendo e Mariana precisava voltar para casa, pois Antônio estava para chegar e não gostava de não a ver quando ele chegava.
De novo convidou Rafael para acompanhá-la e tomar um café. Ele aceitou.
A casa ficava a duas quadras do cemitério, numa rua estreita e de pouco movimento de carros. Casa simples, sem pintura do lado de fora, um jardim que precisava de mais cuidados, com muito mato crescido, janelas fechadas e um portão velho e enferrujado.
Por dentro, tudo muito simples, casa antiga e móveis idem. Rafael olhando tudo aquilo se lembrou da casa de sua avó, já falecida; o sofá antigo e com um rasgo no tecido,  com um assento afundado, televisor antigo, um aparador também antigo com um vaso verde de cerâmica e algumas flores quase murchas. O odor das flores o incomodava muito. Eram crisântemos e cravos. Não teve boa impressão daquele lugar.
Foram até a cozinha onde Mariana preparou o café e serviu com bolo simples.
Num canto da cozinha, um fogão à lenha, igual ao que tinha na casa de sua avó. O fogão não tinha uso e estava todo encerado com cera vermelha, como na casa de sua avó. Só que lá era usado todos os dias.
Da porta da cozinha, Rafael via todo o quintal, onde havia muito mato, e uma varanda grande, com uma mesa de madeira antiga. Tudo lembrava a casa de sua avó. Ele sentiu um arrepio.
Chega Antônio, o irmão de Mariana.
Muito educado, cumprimentou Rafael e começaram a conversar sobre trabalho.
Antônio era funcionário de uma empresa de peças de carros. Depois de se conhecerem bem, Rafael se despediu e foi embora.
No caminho de volta, passou em frente ao cemitério e sentiu um arrepio; acelerou o passo e pegou um táxi.
Chegando em casa encontrou sua mãe chorando muito, desesperada pela falta do marido. Ele a abraçou e ali choraram os dois. As meninas estavam no quarto e não presenciaram a cena.
Com muita paciência, Rafael levou a mãe até seu quarto e a colocou na cama e logo em seguida lhe trouxe um calmante, que fora recomendação médica. Deitou ao seu lado e ficou ali segurando sua mão, até que se acalmasse. Ela passava a mão no rosto do filho e repetia muitas vezes que o amava muito.
Na mesma semana, Rafael voltou à casa de Mariana e ela não estava. Foi ao cemitério e a encontrou lá, já de saída. Mais uma vez se sentaram no mesmo banco da praça e conversaram. Se beijaram pela primeira vez e Rafael ficou todo arrepiado. O olhar de Mariana era muito fixo e profundo, e isso o assustava, a olhava e não conseguia entender o que acontecia. Mas a doçura, a meiguice e a beleza de Mariana o deixava deslumbrado; seu coração disparava, as pernas tremiam e já imaginava Mariana como sua esposa. Sabia que não era apenas uma paixão; era mais que isso, como se a conhecesse há muito tempo. De certo modo sabia que Mariana seria a mulher de sua vida, sua alma gêmea... a mãe de seus filhos.
Uma senhora se aproximou e pediu para ler a mão dos dois. Era uma cigana que ficava sempre por ali, para ganhar a vida lendo a mão das pessoas.
Rafael concordou, pois a senhora era bem simpática e gentil.
- Você tem um futuro muito breve, bem mais breve do que você imagina, vai ter êxito, sucesso profissional e ser reconhecido mundialmente.
- E no amor? O que a senhora vê?
- Tem um corte em sua linha do amor. Algo de muito trágico acontecerá que vai te impedir de ser feliz no amor. Depois de muito tempo, a linha começa de novo e aí sim, você vai encontrar sua alma gêmea, seu amor eterno.
Rafael imaginou essa tragédia como sendo a morte de seu pai e a alma gêmea como sendo Mariana que acabara de conhecer. Ficou feliz em já ter passado por tudo isso e que à partir daí, seria feliz.
- Agora a sua, Mariana! Vamos ver o que a cigana lhe fala!
- Não, eu não quero, obrigada!
- Tudo bem, meu anjo!
Na verdade, Rafael não acreditava nisso e quando a mulher se afastou satisfeita com o pagamento, Rafael  não entendeu por que Mariana não deixara a cigana ler sua mão.
- Não acredito nisso e tenho medo.

Continua...

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Em outras vidas - I parte

A ambulância parada em frente a casa de Rafael chamava a atenção dos vizinhos, que aos poucos chegavam para saber o que havia acontecido.
- Meu pai faleceu!
Rafael, 28 anos, advogado, solteiro, ainda morava com os pais, pois tinha que ajudar nas despesas da casa.
Além dele como filho, tinha mais duas moças: Andrea e Rita, 14 e 12 anos respectivamente.
Um enfarte fulminante...
"Seu Dito", um homem forte, saudável até então, que caminhava todas as manhãs e esbanjava simpatia por onde andava.
A mãe de Rafael, Dona Alzira, inconformada, à partir da morte do esposo, se trancou em casa e nunca mais saiu; nunca mais teve vida social.
No velório do pai, Dona Alzira permaneceu o tempo todo sentada do lado do caixão, sempre acariciando seu esposo.
No enterro, passou mal e teve que ser medicada. Mas tudo bem.
Ainda no enterro, no cemitério, Rafael bem abatido, claro, depois que todos foram embora, se sentou num degrau e ali ficou um bom tempo. Chorou, chorou, chorou...
Não percebeu que uma moça sentara ali do seu lado com um copo de água na mão a lhe oferecer. Não olhou direito para a moça, mas aceitou a água.
- Obrigado...
- Não tem de quê. Quer conversar um pouco?
Mariana era seu nome, linda, bem branquinha, olhos grandes e negros, cabelos médios ondulados, castanhos. Aparentava ser muito simples, pois não usava maquiagem e a roupa era comum: um vestido florido em tons rosa e lilás, sapatos baixos brancos, nenhuma bijouteria, nem relógio, nem nada.
Começaram a conversar; Mariana apenas ouvia e olhava-o fixo nos olhos, quase que sem piscar.
O cemitério estava quase a fechar e foram caminhando até a saída. Se sentaram em um banco, numa praça que tinha em frente.
Depois de Rafael desabafar muito, começou a perguntar sobre Mariana:
- Moro aqui perto, com meu irmão Antônio. Meus pais morreram faz tempo. Hoje vim aqui no cemitério, no túmulo deles e lhe vi, sozinho, chorando. Eu sei o que sentiu, pois já passei por isso.
O cheiro da flor dama da noite que tinha na praça começou a incomodar Mariana e ela sugeriu que continuassem andando. Rafael concordou.
Pelo caminho, Mariana o convidou a ir à sua casa tomar um café e Rafael disse que não, que outro dia aceitaria. Se despediu de Mariana e foi embora.
Já em casa, Rafael se deu conta de que não sabe nada, nem endereço, nem telefone de Mariana.  Ficara encantado com tanta doçura, tanta atenção que tivera da moça.
Depois dos sete dias da morte do pai, Rafael voltou ao cemitério na esperança de encontrar Mariana. E encontrou, coincidentemente ela com o mesmo vestido, mesmo sapato e mesma meiguice. Abriu um sorriso quando viu Rafael se aproximar e lhe deu um abraço apertado.
- Oi, como você está? perguntou Mariana.
- É difícil, mas agora só o tempo para transformar essa dor em saudade.
- Isso passa... Tenha paciência e confie.
O jeito como Mariana disse, lhe chamou a atenção: "confie"... Nunca ninguém havia lhe dito assim: "confie".

Continua...

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Não corre que ele te morde!

O medo!
Para falar melhor: o pavor!
Engraçado que muitas vezes somos influenciados por pessoas medrosas e nos tornamos medrosas tanto quanto.
Me lembro de minha infância, meus pais eram um tanto calados, sem muita conversa, sem gostar de muitas coisas; bem, e eu queria porque queria ter um cachorro.
- Deus me livre de cachorro! Dá muito trabalho! Não, porque não!
Tudo bem, eu até era comportada, e o respeito a eles era mais por medo e não por respeito.
- Não faça isso senão conto pro seu pai!
- Me desobedece pra você ver... seu pai já tá chegando!
- Seu pai não quer que você fique na rua, entra pra dentro, agora!
Estas são frases que eu ouvia diariamente, e fez com que a imagem que eu sempre tive de meu pai fosse essa: medo! E o pior disso tudo: ele era assim mesmo.
Mas eu gostava de cachorro, amava os de minhas amigas, mas me conformei com a situação.
Tanto é que quando marquei casamento (aff), a primeira coisa que me veio à cabeça foi: eu vou ter um cachorro! E a primeira coisa que comprei para minha casa nova foi um cachorro. Tootsie. Uma capa-preta linda, sapeca, arteira, mas que infelizmente ficou pouco tempo conosco. O espaço era muito pequeno e ela cresceu muito, então a levamos para viver em uma chácara. Mas era muito brava a lindinha. Nem eu tinha tanta confiança assim em chegar perto.
Lembrando disto agora, eu vi que talvez o medo que eu sentia dela, que na verdade era um doce, já estava na minha mente, de tanto ouvir que cachorro é bravo, que pai é bravo, que avô é bravo. Então, qualquer rosnada que Tootsie dava, eu ficava em pânico.
Agora falando do medo geral, alguém saberia me dizer, como é que se controla o medo, numa situação de medo?
Se você está andando pela rua e vem um cachorrão enorme correndo atrás de você, como controlar?
- Não demonstra medo que o cachorro sente e te morde! Não corre que ele te pega!
Como assim, não demonstrar medo? Estamos em pânico, e é claro que o cachorro vai perceber isso. Como é que você vai continuar andando normalmente sabendo que o cachorro está correndo em sua direção?
Muitas vezes eu vejo em reportagens, algum especialista dando dicas de como se portar em situação de pânico:
- A primeira coisa: manter a calma. Não reagir.
Eu adoraria conversar com um deles e perguntar exatamente isso: como manter a calma? Quem é que se lembra de que calma existe, estando numa situação de pavor? Como é que vamos nos lembrar, por exemplo, se eu estou afogando e não sei nadar, como manter a calma, cidadão? Ou a gente morre, ou a gente morre! Quem tem que manter a calma é quem vai me salvar!
E quando acontece alguma tragédia, com morte, por exemplo, sempre tem alguém com a mania de chegar até nós e ficar dizendo: calma, calma, Deus sabe o que faz!
Tudo bem, Deus sabe o que faz, mas eu não sei o que faço, e no momento eu quero sofrer, quero gritar, quero chorar...
É difícil dos dois lados, tanto para quem está dando uma notícia, quanto para quem está recebendo uma notícia. Não tem como amenizar, dê a notícia e fique ali segurando a pessoa, só isso! Ela nunca vai ter calma nessa hora, nunca!
Medo até conseguimos superar, apesar de saber que é o moderador de nossas atitudes. Mas pânico, só com tratamento médico.
Agora, pânico em situações, não tem controle. A pessoa vai sofrer, e nem saber que existe a tal da muita calma nessa hora.
Eu já tive (ainda tenho vestígios) de síndrome do pânico, fobias. Dá para controlar, mas não é do dia para a noite, e, infelizmente, muitos ainda acham que é frescura. Graças a Deus, o que os outros acham ou pensam não interferem em minha vida. Eu sei o que sou e sei o que sinto. E quem me ajuda estudou anos e sabe o que é melhor para mim no momento. Certo, doutor?

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Entendendo o homem


      Tanto se fala em homem que não entende mulher, que homem é cruel, folgado, aproveitador, canalha etc... Mas e se nós, mulheres, nos colocássemos na pele do homem? Já fizeram isso?

      Muitas mulheres quando amam se casam e a primeira coisa que tentam fazer é modificar a característica do homem. Não estou falando de caráter, mas sim da diferença imensa que temos. Eu adoro essa diferença.
Também confesso que tenho um pouco da alma masculina, entendo muitas coisas, não entendo outras tantas, mas aceito o homem como ele é, do mesmo jeito que gosto que ele me aceite como eu sou, sem tentar me modificar.

      Mulher é complicada, tem os altos e baixos, é minuciosa, carente, requer muita atenção, gosta de ouvir respostas, gosta de detalhes, gosta de ser notada...

      E homem é prático, seco, claro e rápido. Simples...

      Mulher é emoção, sentimento...
     
      Homem é visão, prazer...

      Nem todos são assim, claro que tem as exceções, mas geralmente são assim mesmo.

      Muitas atenções que queremos para eles são apenas futilidades. E são mesmo, pura frescura.

      Por que um homem iria reparar que cortamos meio milímetro do cabelo? Ou que mudamos a cor do batom ou que emagrecemos 300 gramas?

      Agora, experimente ficar sensual, com uma lingerie nova, um perfume gostoso, um carinho especial, um agrado, seja o que for... Ele vai perceber na hora!

      Também não estou falando de amor. Homem e mulher amam do mesmo jeito, sofrem, choram, sentem saudades... tudo igual.

      E também qual o problema dele ficar olhando fotos de mulher nua? Deixa ele olhar.  Ele vai fazer isso, perto ou longe de você.

      É horrível, eu sei, um homem que lhe acompanha ficar girando o pescoço toda a hora para olhar alguma que passa por aí. Mas eles olham mesmo, fazer o quê? Vale conversar e explicar que isso magoa. E muito!

      Mulher tem todo um jeito especial de pedir coisas, de fazê-lo entender do que não gosta... então, use esse jeito, menina!

      E por que implicar tanto com ele e com o futebol? Por que não sentar ao seu lado, beber algo e beliscar algum petisco, assistindo o futebol? Só não vale ficar fazendo perguntas idiotas. Para isso existe o "Tio Google". Não é tão ruim assim. Aliás, é ótimo torcer no futebol. E péssimo é você competir com a bola. Vai arriscar?

      Agora, se você começar a implicar demais ele vai acabar indo em outro lugar assistir com os amigos. E aí, meu bem, só Deus toma conta!

      Por que insistir para ele lhe acompanhar no shopping se ele não gosta? É da natureza dele, não gosta e ponto final. Vá sozinha, com os filhos, com as amigas e compre tudo que quiser, sem pressa e sem cara feia lhe chamando o tempo todo para ir embora.

      Aliás, saia com suas amigas, tenha um tempo só seu enquanto ele tem o tempo dele com os amigos dele.
Não fique vigiando. Se ele quiser vai lhe trair querendo você ou não.

      Trate-o bem sem se tornar uma doméstica ou uma empregada de cama. Tenha seu espaço, combine tudo antes, o andamento da casa, e não seja paranoica. A casa é tanto dele quanto sua.

      Deixe ele ficar mais preocupado com você do que você ficar preocupada com ele.

      Se respeite primeiro e respeite ele também. Se ame primeiro para depois amar o homem. Não seja dependente dele o tempo todo. Compartilhe a vida e não coloque a sua nas mãos de homem nenhum e nem tome a vida dele para você. Isso gera rotina e comodismo.

      Faça suas escolhas, desde roupas, acessórios até lugares que gosta de ir com ele. Se ele não gostar de algo vai lhe falar e aí você troca, se assim entrarem num acordo. Lembre-se que você não nasceu grudada nele e antes escolhia tudo sozinha, não é?

      Converse com seu homem quando vocês estiverem descontraídos, num jantar interessante, e discuta a relação quando acontecer algo que não lhe agrada. Não amanhã ou daqui um ano. Faça no momento em que acontecer. Homem tem memória curta. Se você brigar por conta do passado talvez ele se cale; você pensa que ele está concordando com você, mas para não brigar ele nem sabe do que você está falando.

      Controle seu ciúmes. Isso é horrível e ninguém merece passar por cenas de ciúmes.

      Nunca se esqueça, minha querida, você o conheceu assim e se ele quiser ele muda para melhor, por você, de livre e espontânea vontade. Você idem!

      E dentro de sua casa - acho que não preciso falar isso, mas vou falar - o assunto é entre vocês dois; exclua os pais, os sogros e principalmente os amigos. Só vocês dois!

      Eu costumo ser perguntadeira, e ao longo de minha vida, algumas perguntas que fiz tive respostas satisfatórias:

      - Um amigo me disse que a primeira olhada que ele dá é nos pés. Por que? Porque se os pés estiverem limpos, arrumados, bem cuidados, é sinal de que o resto do corpo também está;

      - A grande maioria disse que prefere a mulher mais ao natural, sem muita maquiagem, sem muitos apetrechos; mas sabemos que quando passa uma gostosa, eles vão virar o pescoço, mesmo disfarçando;

      - Se eles nos falam que estamos lindas, que a roupa ficou ótima, é porque ficou mesmo;

      - Preferem mulher bem humorada e que não fica reclamando de coisas sem fundamento;

      - Mulher fresca, mulher exibicionista, mulher egoísta, egocêntrica, mulher burra... Só para sair e nunca mais;

      - O que eles querem, acreditem meninas, é ter uma dama de companhia no convívio social e ao mesmo tempo uma dama sem pudores, nem medos, nem tabus, sem frescuras e não-me-toques entre quatro paredes;

      - Eles gostam de variar, gostam de novidades, gostam de surpresas, de ousadias inesperadas, tudo bem discretamente, nada de ficar telefonando e exigindo que ele diga que a ama na frente de todo mundo. Para quê isso?

      E que seja eterno enquanto dure.

      Falei muita besteira?

      Podem dar suas opiniões e me corrigir, sempre!

sábado, 7 de janeiro de 2012

Meta para 2012

Hoje participo da blogagem coletiva de  Fernanda Reali   com o tema: Esmaltes e resolução de Ano Novo.


Acho que a época em que os céus ficam lotados de promessas, que ficam caindo pelas beiradas é agora, no início do ano. E como não sou diferente de ninguém, já tracei minhas metas; e uma delas é voltar para a academia.
Quem leu meu perfil sabe que sou formada em Educação Física, mas não exerci a profissão, infelizmente.
Olha, já culpei o outro, já me culpei, mas agora chega! Aconteceu o que tinha que acontecer e tudo isso ficou no passado... virou defunto.
Minha vida é hoje, agora.
Então, aos poucos, uma coisa por vez, e volto a fazer tudo que amava. Foram longos 21 anos... Mas estou viva, e posso começar tudo de novo, quando eu quiser, e fazer tudo o que eu sempre gostei fazer.
Academia sempre foi um vício. Hoje em dia eu faço caminhadas, mas não dá aquela adrenalina, aquele dolorido gostoso nos músculos, aquela vontade de voltar o outro dia. Então, a academia que me aguarde.
Por que não hoje?
Por conta de um probleminha besta, coisinha boba: falta de grana! Começo de ano é difícil para todo mundo, mas a primeira "sobra" já está reservada para a malhação.
Ah, que delícia... Nem acredito!
Minha vida entrando nos eixos de novo!
E hoje eu caprichei nas unhas. Tenho alergia e só posso usar esmalte antialérgico.
Sempre uso o Argento, que tem um ótimo preço, mas não tem tanta variedade de cores, pelo menos aqui em minha cidade. Mas gosto de cores claras, e estas são sempre fáceis de achar.
A cor que uso é Milão/02 cremoso.
E não sei se ficou visível na foto, mas tem até um brilhinho no dedo anular, que na primeira lavada de louça que eu der, bye, bye... foi bom enquanto durou!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Abrindo o vidro de palmito

Pegando a onda de Pereirão, interpretada por Lília Cabral na novela Fina Estampa...
Já escrevi a respeito neste post Sozinha sim, por que não?
E hoje é bem mais comum a mulher ser arrimo de família, ser o homem da casa. Eu sou uma delas.
Acho que já me acostumei a viver sozinha, e agora com meus filhos já adolescentes, fica tudo mais fácil.
Me viro bem aqui com tudo, até em abrir o vidro de palmito: é só enfiar uma faquinha na tampa e deixar o ar entrar um pouco e fica fácil abrir.
Agora, tirar a rolha da garrafa de vinho, não tenho forças, e quando meu filho ou meu genro não estão, peço para o vizinho. Sem problemas.
Desde sempre eu nunca fui de ficar pedindo coisas aos outros. Não tenho paciência de ficar esperando a vontade alheia para fazer algo que eu quero na hora. Faço eu mesma.
A não ser quando é um trabalho pesado, que requer força física, muito sacrifício, ou então no telhado, aí eu não dou conta.
Fico imaginando quantos "Pereirão" tem por aí...
É bom aprender, é bom saber das coisas, é bom perguntar e saber o funcionamento de tudo. Quando estamos sozinhas, temos que nos virar mesmo.
Se isso é mérito? Não acho!
Posso me considerar uma mulher forte nesse ponto. Independente. Mas não quer dizer que não precise das pessoas, claro que preciso, eu não sou só um corpo, tenho sentimentos e carências.
E, vamos combinar, eu economizo uma boa grana com isso. Tenho uma caixa de ferramentas e sempre faço uso. Até um pequeno serrote eu tenho.
Isso tudo vai além de só fazer consertos em casa; o mais difícil é a responsabilidade de cuidar de uma casa, um lar, educar filhos, tomar decisões, pensar rápido e agir da melhor forma possível, ou seja, nos dividir em múltiplas pessoas para dar conta do recado, de todos os assuntos, todas as decisões.
Nem sempre eu sei qual o melhor caminho, qual a saída, a solução; não gosto de programar coisas a longo prazo; não sei o que vai acontecer. Sou super controlada com a situação financeira, que é bem apertada mesmo. Se não me segurar, alguém fica sem receber, e esta é um situação que me tira o sono.
Filhos.... ah, os filhos... a melhor coisa e a mais difícil de lidar. Não que discordamos, não é isso; mas são jovens, querem ganhar o mundo e a responsabilidade na educação deles é toda minha. O pai está sempre por perto, mas sempre chega quando o trabalho já está feito. Quem tem filhos sabe que desde que nascem, temos que ter a paciência de repetir todos os dias as mesmas coisas, falar sempre as mesmas coisas e, mesmo depois de crescidos, parecem que esquecem o que aprenderam e temos que começar tudo de novo, repetir, falar, falar, falar...
Coisas da juventude, que acham que são imortais...
Mas eu acho que consegui atingir os objetivos: hoje são pessoas de bom caráter, já trabalham, estudam, enfim, estão encaminhados.
Não sei se algum dia vou ter paciência para me casar de novo, conviver com outra pessoa 24h., não sei...
Nesse momento estou bem sozinha, tenho liberdade, não tenho que dar satisfação à ninguém, não tenho que escutar nada de ninguém; por outro lado, é ruim, às vezes, não ter com quem compartilhar uma vida, uma cama, uma decisão, um passeio...
Mas também não estou preocupada com este assunto. Se algum dia acontecer, se valer a pena, por que não?
Isso é amanhã e por enquanto eu vivo o hoje.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Blog retrô

Adorei a ideia de Elaine Gaspareto e hoje estou participando da blogagem coletiva Blog retrô.


É assim:
  1. Qual post seu que mais você gostou de fazer, que mais prazer ou emoção te deu? Por que?
  2. Qual post seu foi o mais popular, mais comentado ou mais visitado? Por que, em sua opinião?
  3. Qual post seu foi o mais difícil de escrever, o mais complicado? Por que?
Então...

1) O post que mais gostei de fazer foi Uma linda mulher, que fiz uma parte, depois, pelos comentários continuei a história, e mais comentários e uma terceira parte. Nunca me imaginei escrevendo assim, mas gostei tanto que pretendo repetir algumas vezes.
O texto fala de uma linda mulher, que por sofrimentos na infância, não conseguia se libertar do passado e viver o presente. Tinha muita dificuldade em se entregar ao amor. Não conseguia dizer "eu te amo". Uma excelente profissional bem sucedida, que encontrava somente no trabalho sua razão de viver. Até que encontra um amor "por acaso", engravida e....
Essa história mexeu muito comigo, de certa forma, uma parte de meu passado voltou, não da mesma forma, não com o mesmo fato. Mas há coisas que nos acontecem na infância que nos marcam profundamente. É um fantasma presente pelo resto da vida. E não temos escolha, temos que aprender a conviver com isso, mas esquecer, nunca.

2) O post mais popular, sem dúvida foi O amor que transborda da blogagem coletiva de novo de Elaine Gaspareto.
Foram mais de 40 comentários, alguns seguidores a mais, muita emoção em ler os outros posts...
Eu falo do amor ao próximo e do perdão.
Seja o que for que tenha acontecido, o perdão é uma alavanca que nos leva ao amor. Sem perdão ficamos sempre rancorosos, deprimidos e a vida não segue como tem que seguir. Perdão não significa ter que continuar convivendo com a pessoa e não é fácil esse ato. Mas se não ficarmos lembrando da mágoa, automaticamente acabamos perdoando.
Amei participar e hoje estou participando de novo.

3) O post mais difícil de escrever foi Mulher de aço onde faço um desabafo e me abro completamente. Acho que precisava escrever tudo aquilo para mim mesma. E o retorno que tive foi além do esperado. Muito carinho por parte de todos que leram e comentaram. Isso reforçou ainda mais as amizades virtuais que tenho, que creio agora que são reais.
Depois desse post muita coisa mudou em minha vida, enxerguei coisas que antes não conseguia, e comecei a seguir um rumo que deveria ter seguido há tempos. Mas acredito que tudo tem a sua hora e naquele momento em que escrevi, foi a hora certa para isso acontecer.

É isso!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A magia dos blogs

Antes, qual o correto? Blogs ou blogues? Eu gosto mais de blogs.
Existem centenas de milhares de blogs, para todos os gostos, para todas as horas, de todas as cores, de todos os assuntos e de todos os tamanhos.
Ultimamente, a melhor coisa que me aconteceu foi começar escrever um... isso de certa forma é mágico.
Através dele conheci pessoas interessantíssimas, naveguei pela  blogosfera e à cada dia, uma novidade.
É uma viagem pelo mundo afora, vários sotaques, várias línguas, várias ideias, vários escritores...
Me sinto assim (sem pretensão): uma escritora! E todos que escrevem devem se sentir assim também: escritores de blogs.
E também  foi um ótimo remédio contra a depressão, contra a solidão, contra o pânico
É claro que tem o lado chato, como por exemplo, os comentários maldosos e anônimos, as grosserias, os donos da palavra, as informações sem fundamento, as fofocas excessivas...
Aliás, os blogs de fofocas são os mais vistos, creio eu. Vez ou outra eu dou uma olhada, mas quando levam a informação para a ignorância, para a maldade, para o bulling, eu paro minha leitura na hora e viro a página. Não sou conivente com uma situação desta.
Outros também que são bem vistos são os de decoração, de artesanato, de receitas, de moda, ou daqueles indignados com situações corriqueiras. E também aqueles completamente fúteis. Mas alguns são ótimos, devido ao escritor do mesmo não ser uma pessoa fútil. Aí é uma delícia visitar sempre.
E aqueles loucos por seguidores... Às vezes aparecem no nosso blog, começam a seguir, dizem umas palavras carinhosas e nunca mais aparecem. E nós, como somos bem educados, retribuímos a visita.
Mas uma coisa eu faço: se o blog é bom, eu continuo visitando e até comentando, não importa se este nunca mais vá ao meu. Se tem uma coisa que não me agrada é seguir ou comentar um que não gosto. Talvez por educação até deixo de seguir, acho que é normal acontecer, mas às vezes as opiniões não batem, e para não ficar forçando nada, melhor sair educadamente.
Outros que são os piores de todos: aqueles que copiam tudo e não dão crédito de quem copiou; isto é plágio e crime. Melhor ficar de olho.
Mas gosto não se discute, e o melhor mesmo é seguir, comentar, ler, o que nos agrada. Sou contra ficar criticando o blog alheio. Se não gosta, não leia, não siga, não comente. Se gosta e não gostou de algo, vale deixar uma recado colocando seu ponto de vista, mas nunca agredindo o dono do blog ou o que ele escreveu. Isso é muito grosseiro e ninguém merece.
Eu gostaria de ter mais tempo para conhecer mais blogs, ler mais,  com mais frequência aqueles que gosto, escrever mais coisas, pesquisar mais... mas nem sempre é possível, já que o blog, para mim, e para muitas pessoas também, é diversão. E me divirto muito, muito, muito....
Como vocês percebem no meu, sou uma pessoa simples, e também gosto dele simples assim: sem muitos enfeites, sem muitas cores, sem selinhos, só com dois desenhos - um no começo e outro no final. Bem básico, esse é o meu gosto.
E à vocês, queridos leitores, são muito bem vindos aqui, é uma honra tê-los por perto, alguns amigos novos de infância, que aprendi a amar e respeitar, e outros também muito queridos que já fortaleceu a amizade.
Enfim, voltem sempre, podem me criticar, mas sem me xingar, divirtam-se e, por favor, se algo os incomodar, adoraria saber. Aqui tem meu e-mail e tem a caixa de comentários. Usem e abusem.
Beijos à todos!!!!