segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Drummond

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, sem dúvida, o poeta de maior influência dentro da literatura brasileira contemporânea, nasceu em Itabira do Mato Dentro/MG, a 31 de outubro de 1902. Filho de Carlos de Paula Andrade e de D. Julieta Augusta Drummond de Andrade, fazendeiros, aprendeu as primeiras letras em sua cidade natal, transferindo-se posteriormente para Belo Horizonte, onde cursaria o secundário como aluno interno do Colégio Arnaldo.
Ali, o jovem Drummond faria amizade com aqueles que seriam seus futuros companheiros de atividade política e intelectual: Gustavo Capanema e Afonso Arinos de Melo Franco.
Daí por diante, escreveu esporadicamente em revistas de Itabira. Voltou para Belo Horizonte onde fixou residência, em 1922, juntamente com sua família. Passa a colaborar  como cronista em jornais e revistas.
Em 1925 funda com outros escritores o periódico A Revista, que seria de importância capital para a firmação do Modernismo em Minas. Nesse mesmo ano, conclui o curso de Farmácia e casa-se com Dolores Dutra de Moraes.
A profissão de farmacêutico não o atrai e será como professor de Português e Geografia, em Itabira, que ganhará a vida. Também o magistério não o satisfaz, voltando a Belo Horizonte para ocupar o cargo de redator-chefe e, novamente, cronista do Diário de Minas..
Enquanto isso o poeta se modela, através do contato com Mário e Oswald de Andrade, Blaise Cendrars, Tarsila do Amaral e Manuel Bandeira.
Em 1928, a Revista de Antropofagia publica o poema No Meio do Caminho, que escandalizou seu tempo.
Em 1930 publica seu primeiro livro de poemas.
Em 1934 se transfere para o Rio de Janeiro e até o final da década, os principais jornais e revistas cariocas contariam com a preciosa colaboração do cronista.
No início dos anos 40, Drummond lança Sentimento do Mundo.
É a consagração definitiva. Paralelamente, o cronista também se impõe definitivamente, contribuindo com seus textos no Correio da Manhã e no Jornal do Brasil.
Aposentou-se da vida pública em 1962, como funcionário do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Faleceu em 17 de agosto de 1987, no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua única filha, a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade.
Além de poesias, produziu livros infantis, contos e crônicas.

Fonte : Wiki - Drummond
Livro: Antologia Poética - Carlos Drummond de Andrade, 1982, Abril Cultural, São Paulo

Um outro post que fiz, brincando com aquela famosa estátua em bronze de Drummond, no Rio de Janeiro...

E agora José

sábado, 29 de outubro de 2011

Hoje tem bolo!!!

Lá no Japão, na casa do Alexandre Mauj Imamura Gonzalez.

Uma pessoa doce, especial, dono desse blog aqui lost in japan.
Na verdade é o tipo de pessoa que a gente imagina e não sabe se existe. Alexandre, você existe?
Generoso, carismático, lindo, educado, estudioso, escritor, inteligente, apaixonante, bom caráter, família, bem humorado, preocupado, atencioso, amigo, compartilhador, bom senso, blogueiro, trabalhador... E DE CARNE E OSSO!
Alexandre, obrigada pela força que você me deu , isso foi um marco em minha vida blogueira.
OBRIGADA!!!

Vamos juntar todo mundo e cantar parabéns pra ele?

Parabéns a você 
Nesta data querida
Muitas felicidades
Muitos anos de vida!
Eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!!!

Gente, olha isso!!!!

E o meu presente, essa beleza de poesia de Madre Tereza de Calcutá

Muitas vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas.
Perdoe-as assim mesmo.
Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de egoísta, interesseiro.
Seja gentil, assim mesmo.
Se você é um vencedor, terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros.
Vença assim mesmo.
Se você é honesto e franco, as pessoas podem enganá-lo.
Seja honesto assim mesmo.
O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para outra.
Construa assim mesmo.
Se você tem paz, é feliz, as pessoas podem sentir inveja.
Seja feliz assim mesmo.
Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo.
Veja você que no final das contas, é entre você e Deus.
Nunca foi entre você e as outras pessoas.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Fragmentos de uma dor imortal

Medo...
O único sentimento que tenho agora. Está aqui dentro de mim, prontinho para nascer; nove meses de batalhas, remédios, repousos e chegou a hora.
Não é a primeira vez que vou para dar à luz; e hoje, agora, neste instante, as lembranças passadas teimam em percorrer minha mente que ainda dói.
Como se fosse ontem, um outro bebê aqui estava; e no dia marcado, na hora marcada, tudo paralisou; o coração parou...
Mesmo o carregando por longos nove meses, não fui capaz de sentir que você não mais mexia, não mais batia seu coração, nem ao menos um chute ao gol; nada!
O que houve? Má formação do cérebro? Não! O bebê já estava em sofrimento e passou a hora de nascer.
O desespero deve ter sido tão grande que se enrolou todo no cordão umbilical que o esganou...
Me desculpe, meu querido amor, não tive como saber; não tive como lhe conhecer; não tive como deixar você sentir meu cheiro e nem as batidas do meu coração; e também não tive como lhe alimentar nas primeiras horas com meu leite. Não tive como...
Você se foi; nem ao menos pode ver o brilho do sol ou saber como é respirar esse ar. Foi...
A primeira roupinha, branca com lacinhos azuis, essa foi com você, essa que você sairia comigo do hospital, se exibindo todo, talvez com um olhar curioso pelo teto, chorando por causa de tanta novidade que poderia acontecer dali para frente... Foi...
E eu fiquei. No piso dos recém-nascidos, bebês chorando, mães e pais babando, indo e vindo com seus bebês; e eu ali, sozinha... Foi...
Hora de deixar o hospital, apenas eu e seu pai, de mãos e peitos vazios; alma vazia, oca, dilacerada, apunhalada...
Dois zumbis caminhando pelos corredores sem aquele pacotinho cheiroso de bochechas rosadas... Foi...
Em casa, aquele silêncio; passo pelo corredor e seu quartinho todo pronto, tudo perfeito, azul e amarelo com seu nome pregado na porta: João.
É um estado de morte em vida... Foi...
Meses, meses e meses sofrendo, chorando, lamentando e agora a boa notícia: voltou!
Agora num outro corpo, mas com o imenso amor que nunca acabou a lhe esperar.
Um amor triplicado que só foi quebrado pela tristeza de ter que ouvir de minha mãe, sua avó, que era melhor não ficar muito feliz com a notícia, nem ficar programando nada até que você nascesse e bem: "Você não sabe se vai vingar".
Tem gente que não tem coração e faz questão de embaçar o que temos. Não se conforma com tanta alegria, tanto amor que não nos cabe no peito, ou pelo simples fato de sentir inveja de não ter sido feliz e nem ter ao menos se esforçado para mudar o que lhe incomodava. Bem...
Deus sabe o que faz!
Mais uma vez olho o quartinho vazio, todo arrumado, mas esperando por sua chegada; e também confiro a malinha que irá me acompanhar até o hospital, onde coloquei a roupa mais linda que eu pude comprar, só para lhe receber e lhe apresentar sua nova casa.
Tudo certo, chego ao hospital.
Medo...
Coloco a mão na barriga para ver se sinto seu coraçãozinho ou um chute na trave. Você mexe e eu choro... Meu filho amado!
O primeiro choro e agora juntos compartilhamos as lágrimas.
O primeiro contato; o primeiro cheiro, minha primeira palavra que você ouve; arregala os olhos e tenta me encontrar, parecendo perseguir o som de uma voz já conhecida por longos nove meses.
Acho que mãe é isso mesmo, um estado solitário à espera de seu amor que já é incondicional.
Hora mágica, minuto único, toque inesquecível, olhar penetrante, solidão, medo...
Todos à volta, mas nada ouço, só eu e você e todo o encantamento do primeiro encontro, quer dizer, reencontro.
E nesta hora, neste minuto, nada e ninguém é capaz de atingir ou prejudicar esse milagre de Deus, essa magia da vida e essa coisa inexplicável que é o amor de mãe.
Mãe!
Bem vindo, Gabriel!


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Desejos de grávida

Não é frescura, não é enjoamento; quer dizer, algumas grávidas sentem enjoo sim, depende de cada uma, mas os desejos existem e são muitos sérios.
A nora de uma amiga está grávida de cinco meses e, conversando comigo, disse que achava que grávida era um ser muito estranho, até que ela engravidasse e visse que não é bem assim.
É claro que tudo muda, afinal existe um ser em seu ventre, crescendo e dependendo de você para tudo.
Me lembro quando estava grávida de minha primeira filha, eu enjoava muito, não suportava o cheiro de lanche, de hamburguer, de alface, de mato molhado, de grama....
Mas alface tem cheiro? Claro que tem, e eu o sentia de longe...
Que coisa estranha!
O paladar muda e só damos conta de que mudou, quando o bebê nasce. Aí o sabor dos alimentos volta como antes.
Agora os desejos.. Ah, é incontrolável!
O primeiro desejo que senti, ainda sem saber que estava grávida, foi de manga. Me deu uma vontade louca de chupar manga, até que meu marido deu um jeito e me trouxe um saco cheio, mas de mangas verdes. A boca encheu de água na hora e as comi assim mesmo: verdes.
Depois o desejo de comer um prato que havia comido há tempos: camarão à grega.
- Eu quero camarão à grega!
Pronto; todo mundo louco.
Não sei porquê tanta afobação; eu queria ir lá no local e comer lá...
Mas inventaram tanto camarão para eu comer, que depois desisti, mas o desejo continuou.
Resultado: minha filha nasceu com uma mancha na perna!
Olha, eu não sei se isso tem alguma lógica, mas ninguém na família tem aquela mancha, e se olharmos bem, dá para ver um camarão no desenho. Exagero? Não sei.
Um ano depois engravidei de meu filho, e  o desejo continuou pelo camarão à grega.
Foi uma gravidez sem enjoo e mais tranquila; não inchei tanto e também não era mais mãe de primeira viagem.
Resultado: também não comi camarão à grega! Parecia até um complô contra mim, que não me deixavam matar essa vontade.
Nem fiquei insistindo tanto, acho que comentei uma única vez e nada aconteceu.
O problema dos desejos de grávida é que tem que ser naquela hora e exatamente como imaginamos.
Não adianta ficar enganando a vontade; ela é aquela e não outra que querem que a gente se contente.
Eu queria ir até o local onde comi o camarão e não comer o camarão preparado pela família; não é a mesma coisa. Bem...
Resultado: meu filho nasceu com um tufo de cabelo mais claro, um pouco acima da nuca. Ele é loiro e tem esse tufinho mais claro na cabeça.
Alguém tem alguma explicação para isso?
E o pior de tudo: até hoje tenho essa vontade, mas não adianta eu ir lá e comer. Já passou o tempo e agora é tarde demais.
Boca de grávida tem um sabor diferente, um paladar próprio e não aceita genéricos ou similares.
E ainda sobre minha filha: ela odeia frutos do mar, não tolera o cheiro e não come nem se tiver morrendo de fome!
Minha mãe disse que quando estava grávida de mim, tinha vontade e comeu aos montes, bala de coco. Eu adoro bala de coco.
Não sei como explicar esse mistério, mas é fantástico esse tempo em que mudamos nossa vida para receber um outro serzinho.
Essa é a mágica de Deus, o milagre da vida!
Que desejos vocês tiveram? Me contem?

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Doce vingança...

Depois de brigas e pazes, idas e vindas, marcaram a data do casamento.
Lúcia e Carlos.
Mais um mês e estariam mudando o estado civil: casados!
Não foi fácil até aqui, depois de oito anos entre namoro e noivado, muita intromissão de todos e mais uns poucos que adoram se intrometer onde não são chamados. Mas o casal venceu todos os dissabores e vão sacramentar a união.
Festa fantástica, cara, quatrocentas pessoas e muito desperdício. Como são desperdiçados os comes e bebes em um casamento quando este não é organizado... Muito dinheiro jogado fora!
Isso sem falar que haviam pessoas que ninguém conhecia. Simplesmente apareciam nas fotos e filmagens e ninguém sabia de onde eram....
Um ano de casamento, dois, três... seis, sete, puff.... acabou!
Para desespero de todos que consideravam o casal perfeito, o mais sensato de uma turma de oito casais, o último a se casar e a ter filhos, bem... acabou!
Cada um para um lado e agora começam a aparecer todos os podres da relação.
Não que Lúcia não soubesse, mas para ela, era melhor nem ir atrás de nada para não descobrir nada e ter que tomar providências mais drásticas. Mas tudo veio à tona.
Carlos. Ah, Carlos, que canalha você!
Digamos que Carlos nasceu no país errado e que se imaginava árabe, querendo com isso formar um harém com todas as mulheres do planeta. Isso sem falar que era extremamente ciumento com Lúcia.
E não é que o safado, canalha já rodou por todas as mulheres que cruzaram seu caminho?
Isso incluía as amigas (?), primas, primas de Lúcia, amigas de Lúcia e... Melhor nem comentar mais...
E isso também incluía mulheres de seus amigos. Oras, vejam só o canalha!
Mesmo depois de ter acabado o casamento, é difícil saber dessa história. Imagina um casal frequentando sua casa e de repente você descobre que a mulher do amigo era amante de seu marido? É demais isso!
Eu sabia dessa história e os outros amigos também sabiam, mas o marido, como é o último a saber, ainda não sabia... complicado isso!
Passados alguns anos, assunto esquecido, mas o ciúmes de Carlos por Lúcia não diminuiu, chegando até a ser um amor obsessivo. Lúcia nesse tempo todo não tinha sossego de seguir sua vida com outra pessoa.
Num dia comum, num lugar comum, Lúcia caminhando por aí encontra nada mais, nada menos do que Pedro, que é o marido traído que certamente ainda não tinha conhecimento do assunto "chifre".
Conversa vai, conversa vem e começam uma amizade fora do normal. Com todo o respeito, claro, mas a partir deste dia, passaram a se ver quase que todos os dias. A casa de Lúcia era caminho para o trabalho de Pedro.
Um dia, Pedro passando por lá, parou para conversar com Lúcia.
- Lúcia, eu preciso te falar uma coisa...
- O que foi?
- Eu tô meio sem jeito, mas faz um tempo que eu queria conversar com você.
- Fala, homem, o que foi? Estou assustada!
E de repente, tascou-lhe um beijaço daqueles de jogar na parede e ficar grudada.
- Ui, o que é isso? O que você está fazendo?
- Me desculpe, mas é isso mesmo, eu estou gostando muito de você...
- Mas você é casado... E a Joana?
- Ela está bem, mas eu estou gostando é de você... Eu sou amigo de Carlos, mas não vamos confundir as coisas. Uma coisa é o meu casamento, outra coisa é o seu ex-marido e uma outra coisa é você e nós.
- Não temos "nós"... Você está louco?
- Estou sim, por você!
E outro beijo demorado...
- Melhor você ir embora...
Passaram-se algumas semanas e aquilo ficou "martelando" na cabeça de Lúcia:
- Mas vejam só, e agora eu tenho a vingança aqui nas minhas mãos... Não gosto de vinganças, mas que tentação está sendo esta... Imagina a cara daqueles dois quando descobrirem o "troco"? Imagina Carlos sabendo que estou me envolvendo com seu amigo Pedro? Seria a morte para ele...
Pensou, pensou e resolveu:
- Eu não tenho nada a perder, e a mulher de Pedro nem é mais minha amiga....
De propósito, Lúcia espera por Pedro na porta de casa e ele como de costume para o carro e desce.
- Me ajuda aqui numa coisa, Pedro?
- O que foi?
Lúcia o arrasta para dentro de casa, lhe segura pela camisa e... um beijo....
- Ainda tá me querendo?
- Puxa vida! Que pergunta! Claro que sim...
- Então venha...
E ficaram juntos a tarde toda, Pedro matando a vontade e Lúcia com sua doce vingança.
Ela gostou do que fez e repetiu algumas outras vezes, mas Pedro não era o homem que lhe atraía tanto, então para ela já estava de bom tamanho, mas para Pedro, isso não teria fim programado.
O que aconteceu?
Pedro se apaixonou de verdade por Lúcia e não conseguia mais se afastar dela.
E Lúcia, com o passar dos dias, não podia nem ver Pedro, e corria dele como o diabo corre da cruz. Não conseguia nem imaginar beijando-o mais.
Pronto, a vingança já estava feita, agora chega!
Então, como explicar isto a Pedro? Abrir o jogo? Nem pensar... Como falar para um homem que o usou como um objeto e que agora o brinquedinho perdeu a graça?
Começou a inventar mil desculpas e disse que não poderia mais fazer nada por problemas de saúde.
Tá bom que Pedro acreditou! Sei...
Não teve jeito... Lúcia disse a verdade, quer dizer, quase toda... Que não queria mais nada com ele, porque era casado e gostava de sua esposa como amiga... Sei...
Hoje ainda são amigos, ninguém sabe desta história, mas Lúcia ficou satisfeita, realizada, mesmo em silêncio.
Hoje Lúcia sabe o doce sabor da vingança.
Agora é esperar pelo tempo, que quando menos se espera, escancara tudo e mostra a verdade.
Aí sim, ela vai querer assistir tudo de camarote.
Ah Lúcia, quanta bobagem na sua cabeça, menina!!!


Esse filme tem uma história parecida, mas com final feliz, se fosse com Lúcia e Pedro.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Lucas Serafim

Lucas, e seu amigo imaginário Serafim, tem 12 anos e se acha um astronauta...

- Lucas... Lucas.... LUUUUUUCAAAAAS!!!!
- Ai, mãe, já vou! O que é agora?
- Como assim o que é agora? Tira essa roupa aí agora!
- Mãe, eu troquei de roupa hoje de manhã.... Quer que eu troque de novo?
- Tô falando dessa maldita roupa de astronauta que você arrumou...
- Eu não arrumei nada, eu ganhei da madrinha!
- Arrumou pra minha cabeça, isso sim... Tira logo que eu quero lavar...
- Agora não, mãe... Eu e Serafim vamos numa missão impossível aqui...
- Lucaaaaaaassssss....
- Mãe, depois eu tiro, agora não dá! Tá vendo só Serafim... Mãe nunca entende a gente!
- (Serafim) Lucas, é melhor a gente ir desbravar outro planeta, esse daqui tá muito poluído.
- Eu sei, olha só que fumaça preta que sai dali....
- (Serafim) Eu acho que é do planeta Vanoche, que não toma cuidado com a nave Fatebok que inventaram e que solta essa fumaça no ar.
- Então vamos, Serafim, em mais uma missão no espaço pela nave mãe...
- Nave mãe? Agora eu sou uma nave, filho?
- Não mãe, nave mãe, e não mãe... É a nossa nave que leva a gente pelo espaço Via Laca, pra combater todos os inimigos do Rei Dom Juan Demarco.
- Nossa, filho, Dom Juan não é aquele papel daquele Johnny Depp? Lindo!
- Não, mãe, esse é outro. Nosso Dom Juan é o Rei do planeta Vanoche que fica perto do planeta Tarrido, onde moram pessoas como a gente, mas que não são humanos, são nemanos.
- Ah, sim, filho, entendi tudo. E o Serafim te leva pra todos esses lugares?
- Não, mãe, quem leva a gente é a nave mãe,  a mais poderosa, a mais fantástica, a mais linda nave mãe de todo o planeta Vanoche.
- Lucas, eu acho que essa fumaça que você tá vendo é dessa sua roupa suja... Olha a poeira saindo dela,  filho...
- Ah mãe, não é não, é só você olhar pelo binóculo ultramega-hiper potente que você vai ver... Olha!
- Deixa eu ver então.... Nossa, e não é que é verdade isso? Mais meia hora e eu quero a roupa pra lavar, tá certo?
- Zzzzzzuuuummmmmmmm...... Tá bom, mãe....

- (mãe) Mas menino tem cada uma né... haja imaginação nessa cabecinha... ainda fica inventando que vai conversar com um tal de Neo, que fica nesse blog aqui. O que será que ele faz lá, heim?


BOM FIM DE SEMANA!!!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Nosso Lar


Nosso Lar
Escrito por Chico Xavier / André Luiz

Nosso Lar é um dos livros psicografados pelo médium brasileiro Chico Xavier Clássico da literatura espírita brasileira, Nosso lar é um romance que versa sobre os primeiros anos do médico André Luiz após sua morte, numa "colônia espiritual", espécie de cidade onde se reúnem espíritos para aprender e trabalhar entre uma encarnação e outra. O romance levanta questões acerca do sentido do trabalho justo e dignificante e da Lei de Causa e Efeito a que todos os espíritos, segundo o espiritismo, estariam submetidos.

Assisti e fiquei emocionada demais.
Sou católica, mas também acredito na vida após a morte e as consequências que carregamos durante nossa estadia aqui na Terra para um outro plano. Acredito nesse outro plano espiritual.
Acho que é muito pouco Deus ter nos criado e acabarmos assim com a morte.
O filme é muito lindo, com uma mensagem ótima e eu sou suspeita de falar, porque sou chorona mesmo, me emociono muito fácil.
Uma parte que me emocionou muito foi quando o espírito de André volta para ver sua família e encontra a mulher casada com outro, que no momento está doente,  e ele unge a água que o marido vai beber e fica curado. Isso é amor.
Agora, falando sobre nossa vida aqui, agora, o que mais uma vez me fez crer é que a vida e muito breve e o que levamos realmente é o que sentimos e o que acumulamos durante toda a vida.
Conheço muitas pessoas que ficam muito preocupadas com o fim da vida, vivendo de acordo com os ensinamentos de Deus, temerosos por um castigo etc. Mas se somos humanos e imperfeitos, todos nós vamos pagar pelos nossos pecados, todos somos pecadores, então não tem sentido esse medo todo.
Se esquecem de viver a vida que tem hoje, agora, e se privam de prazeres que temos, que podemos ter e proporcionar aos outros por medo do que diz a Bíblia.
E outros que passam a vida toda com mágoa, rancor, inveja, perseguição, vingança e no final sofre as consequências de todos esses sentimentos.
É difícil entender por esse ponto. Eu sou instigante mesmo, pergunto o que não entendo e isso incomoda a quem está acostumado a seguir normas impostas por seres humanos tão pecadores quanto eu.
Gosto da religião católica, me sinto bem na igreja, creio nos santos e sou devota de Nossa Senhora Aparecida que sei que me acompanha desde sempre, mesmo sem ter noção de religião durante a infância.
Me casei na igreja, meus filhos foram batizados e  fizeram a primeira comunhão e crisma, mas fui fazer a primeira comunhão quando tinha 40 anos. E achei ótimo isso.
Não concordo com certas regras que a igreja impõe, mas não sou eu que vou discutir isso ou mudar algo.
Voltando ao filme...
Acredito que seja daquele jeito mesmo, apesar de muitos dizerem que o céu é aquela coisa monótona, com roupas brancas esvoaçantes e todos sem ter o que fazer. Mas o filme mostra que há muito trabalho, sempre em ajudar os outros espíritos menos evoluídos.
Numa entrevista que vi do Chico Xavier, já faz tempo, me lembro de uma frase: "As pessoas podem até me prejudicar, me matar, mas isso aqui é só o corpo, minha alma eles não matam".
Outra cena que chorei foi quando uma senhora foi reencarnar para ser mãe de sua neta que acabara de desencarnar e precisava de ajuda.
Eu penso, tantas pessoas que conhecemos e que parecem que já conhecemos de outras vidas, será que foram de vidas passadas que conhecemos?
Uma vez tive um sonho, desses que parecem realidade, que uma grande amiga minha, mais velha, que me ajudou muito numa fase bem difícil de minha vida, era minha mãe. Eu a via como minha mãe e foi à partir daí que comecei a considerá-la como se fosse mesmo minha segunda mãe.
Parece que ela apareceu do nada, me salvou da catástrofe que eu estava passando e ficou ao meu lado. E até hoje é assim, eu preciso, ela me acode, ela precisa e eu sempre estou aqui. Como mãe e filha mesmo.
Agora, o que eu não imaginava... Quando era criança, eu brincava na casa de uma tia que era também vizinha, que tinha um quintal imenso e no fundo do quintal tinha um pequeno campo de futebol e brincávamos de bola. E às vezes a bola ia parar no quintal de um outro vizinho, um senhor muito bravo que pegava nossa bola e não devolvia. Voltávamos chorando para casa. Depois, quando conheci essa minha mãe número dois, um dia andando por aquela rua de minha infância, ela me mostrou a casa onde morava... Era aquela casa e o senhor bravo era o pai dela... Quer dizer, desde sempre ela esteve perto de mim e só quando eu tinha quase quarenta anos é que fomos nos encontrar e formar esse laço.
Coisas do destino, do acaso? Não acredito em coincidências, tudo tem um propósito para acontecer.
Repito sempre e sempre vou repetir: TENHO SORTE, MUITA SORTE!
Independente de religião, de acreditar ou não, o filme é bom, vale a pena assistir e se tiver um pouco de sensibilidade, chore!
É bom saber que a vida não termina com a morte do corpo, que podemos viver bem por aqui, com tudo que temos direito, sem medo, mas dentro de regras, normas e condutas, mas que um dia vamos abandonar tudo e ir somente espírito para outro plano. E quem sabe até reencarnar, nessa mesma família, e começar tudo de novo, para aprender mais um pouco, ajudar quem precisa, perdoar, perdoar, perdoar...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ai que ódio...

Não é meu, é a raiva que dá na gente e que fica sem controle.
Como controlar uma raiva?
Eu não estou com raiva, nem ódio nem nada, apenas fiquei olhando por aí tanta gente mal humorada, com raiva, brigando, falando pelos cotovelos que eu fiquei pensando... para quê tanta raiva?
É verdade, o que muda da nossa vida, no nosso dia, ficarmos emburrados com alguma coisa? Será que o problema vai se resolver apenas com a sua atitude ruim?
Não é fácil não... Mas ainda acho que o melhor é deixar para lá. Não dá para esquecer, mas dá para não ficar lembrando toda hora.
Ontem eu parei de seguir um blog recente, que tinha gostado, mas fui lendo os posts e o texto não bate com o que eu penso... A pessoa escreve bem, mas sempre reclamando "de pessoas", criticando, colocando defeitos, como se todo mundo tivesse que ser e pensar como ela. Ainda diz no final de um texto que todos iam achar que ela estaria com inveja.... Ahhh isso foi a gota d'água.
Não conheço a pessoa e nem sei como ela é, apesar de não ser de meu costume ficar reparando as pessoas. Cada um é cada um, o jeito que a pessoa vive ou como ela é, não interfere na minha vida. Eu faço minhas escolhas e eu escolhi não ficar lendo sobre críticas à outras pessoas.
Tanta coisa a ser dita, ficar falando dos outros não gosto!
A mesma coisa a raiva, que só prejudica quem sente. Será que quando você está com um problema para resolver, se ficar bastante irritado, xingar, brigar com todo mundo, esse problema vai se resolver?
Acho que a única coisa que vai acontecer é as pessoas tomarem antipatia por você cada vez mais.
Uma época de minha vida eu era assim, bem nervosa, revoltada, amargurada, infeliz... Isso mudou minha vida?
Sim, mudou para pior, as pessoas se afastaram ou então tinham até medo de conversar comigo, por meu temperamento difícil. Tudo isso por pura infelicidade.
Foi difícil a mudança, e esse período, graças à Deus, durou bem pouco.
Problemas nós temos, resoluções nem sempre, mas o bom humor diário, isso é cultivado, adquirido, vivido e aproveitado.
Talvez aquele problema que você acha que não tem solução, não seja um problema, mas apenas uma fase difícil da vida.
Eu sempre digo, não sei se é certo ou não, mas para mim funciona:  se você não sabe o que fazer, não faça nada até saber o que fazer.
Não adianta ficar sofrendo, se martirizando, se fazendo de vítima e chorando o tempo todo.
O sofrimento é comum do ser humano, assim como o bom humor também.
Tem gente que já nasce pessimista. Eu já convivi com gente assim. Mas acho que nem é muito pessimismo, e sim inveja. É muito mais fácil reclamar do que arregaçar as mangas e agir. Derrubar o outro é bem mais fácil do que subir alguns degraus. Mas mal sabem esses  pessimistas que a satisfação deles em derrubar uma outra pessoa dura apenas alguns minutos, e que a satisfação de alguém que subiu degraus, é infinita, de realização.
Deus me livre de gente pessimista!
Isso eu também faço escolha, corto de minha lista, me afasto e não quero nem ter notícias.
Se não é para me dar algo bom e eu retribuir, não me interessa mesmo.
Os pessimistas que fiquem todos com o seu lixo negativo, que carreguem todas essas pedras pesadas nas costas, que percam a vida reclamando, que não enxerguem nada além de sua amargura... Bem longe de mim.

sábado, 15 de outubro de 2011

Giu

Dá até um nervoso ficar olhando esses olhos....

É assim como o chamamos: Giu de Giuseppe Oristanio.
Tudo começou há quase um ano, no blog dele - que eu indico vocês a conhecerem e se divertirem - eu, muito topetuda, fui visitar e como sempre deixei minha marquinha e nunca mais saí de lá. Todo santo dia tô eu comentando, rindo, brincando, sendo bem atrevida mesmo, intrometida, metida, xereta, mas muito bem recebida por todos que lá também frequentam.
E foi nesse quase um ano com meus topetes deixados lá que esse doce de pessoa, o Giu, começou a me instigar a abrir um blog e escrever... Oi??? Como assim escrever? Escrever o quê?
Fiquei um bom tempo pensando no assunto, muito assustada, mas escrever é uma coisa que eu sempre gostei, então criei coragem e abri esse lindinho aqui que vocês estão lendo.
Amei...
Nem sabia que tinha tanta capacidade e tanto assunto para falar, mas até agora creio eu que está dando tudo certo.
Bom, voltando ao Giu, é claro que o primeiro post foi sobre ele.
E completando, o Giu é gente da gente, ótima pessoa, educadérrimo, e como ele mesmo se define, um trabalhador. E realmente um encanto de pessoa, uma delícia...
E hoje é aniversário dele, e nada mais justo do que fazer esta homenagem ao culpado de tudo isto aqui.

Giu, meu querido amigo virtual, eu poderia dizer tudo o que todo mundo diz e em dobro, mas eu lhe desejo felicidade, seja feliz, sorria, viva de bem com a vida, que cada dia você tenha mais um tanto de motivos só para sorrir e compartilhar, de coração aberto, amor incondicional e muitos abraços apertados, daqueles de italianos que são inesquecíveis...
Seu melhor momento é agora, sua vida é hoje, sua alegria é para já, e meu agradecimento é eterno!
Beijos, meu ator lindo!

Jabá...


Doidas e Santas
Giuseppe Oristanio, Cissa Guimarães e Josie Antelo
Teatro Vanucci - Shopping da Gávea.

Mais de 300 apresentações, um sucesso!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Minha primeira paixão chique

O Balé Quebra-Nozes

Tchaikovsky
Ato I
O balé conta  as aventuras de um quebra-nozes de aparência humana, vestido como um soldado, mas que tem as pernas e a cabeça de tamanho desmensurado.

A protagonista, Clara, gostava tanto da sua aparência que o pediu como presente de Natal ao seu padrinho. Assim, o padrinho Herr Dosslmeyer, fabricante de relógios, disse: "Era precisamente para ti". Logo em seguida, Clara experimenta-o e vê que ele quebra as nozes sempre sem perder o seu sorriso e também com grande eficácia. Seu irmão Fritz, que tinha visto o funcionamento do quebra-nozes, também quis usá-lo, mas escolhe as nozes maiores que havia no cesto. Então, o quebra-nozes, sendo usado grosseiramente pelo irmão dela, acaba tendo um de seus braços quebrado.

Diante das reclamações da pobre Clara, seu pai, o juiz Stahlbaun, entrega à filha o seu quebra-nozes como propriedade exclusiva, tendo Fritz que sair para brincar com os seus brinquedos.

Logo em seguida, Clara pega no chão o braço de quebra-nozes e o consola, abraçando-o até que ele durma, e ela mesma também acaba dormindo.

Clara então sonha que volta ao esconderijo onde havia colocado o seu quebra-nozes, mas encontra o salão cheio de ratazanas enormes que o seu padrinho Dosselmeyer criou. A casa desapareceu e no lugar onde ficavam os móveis estavam árvores gigantescas.

Não foi só isso que mudou: o Quebra-Nozes de Clara agora é um soldado de carne e osso e que tem às suas ordens um pelotão de soldados como ele.

Começa uma batalha entre as ratazanas e o pelotão do Quebra-Nozes. Jogando enormes sapatos até às ratazanas, os soldados vencem a batalha, e com isso o rei das ratazanas e seu exército fogem rapidamente.

O bosque se transforma numa linda estufa de inverno e o Quebra-Nozes transforma-se num lindo príncipe, que leva Clara até o Reino das Neves, onde a apresenta ao rei e à rainha. Fim do 1º Ato

Ato II

Clara e o príncipe Quebra-Nozes despedem-se e seguem para o Reino dos Doces pelo Caminho da Limonada, onde pastéis de todos os reinos do mundo dançam com os dois.

Depois desse sonho tão mágico e fantástico, Clara acorda e percebe que havia sonhado, e fica triste por isso. Assim, vai se despedir do padrinho mago, que tinha ido para casa na companhia do sobrinho. Então, para surpresa de Clara, o tal sobrinho é na verdade o príncipe Quebra-Nozes. Assim acaba o 2º Ato.

Link wiki...



Agora lendo a história do Quebra-Nozes é que me dou conta... Tá explicado então!
Eu digo que sou uma pobre metida e com bom gosto.
Não me recordo precisamente quando foi, mas acho que tinha uns treze, quatorze anos, já estudava à noite e já trabalhava de dia, cheguei da escola, liguei a TV e estava passando este espetáculo. Só tive tempo de sentar no sofá e ficar "estátua", até o balé acabar, completamente fascinada, quase sem piscar.
Que coisa mais linda.. E me lembro que terminou bem tarde, mas fiquei ali sem nenhum sono e sabendo que no outro dia teria que acordar bem cedo novamente.
Foi paixão à primeira vista.
Depois disso, apesar de pouca ferramenta para pesquisa, comecei vez ou outra, ouvir obras de ópera. Tá certo que não me recordo de nenhum nome, mas para mim isso é irrelevante. Não quero me tornar especialista, nem entender o que dizem e nem escrever à respeito.
Só gosto muito. Ópera, tenores e tudo ligado a isso. Sou péssima para guardar nomes, mas me lembro do que vi, gostei e se ver de novo, vou me lembrar que já vi.
Gosto refinado? Não sei! Contando que minha família é bem simples, sertaneja de raiz, caipira do interior e eu sempre gostar desse tipo de música... Não sei explicar.
Acho que sem entender nada, mas sentindo tudo o que se passa... Talvez isso que eles queiram passar. Eu entendo tudo, do meu jeito, no meu tempo, com muita emoção, de coração aberto e às vezes com lágrimas nos olhos.
Pobre metida a ter bom gosto!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Eterna criança

Mais um ano que está indo... Crianças não tenho mais em casa, quer dizer, filhos são sempre crianças...
Fico aqui lembrando de minha infância, do que gostava, do que fazia, do que sentia...
O que mais me marcou a infância foi a solidão. Infelizmente. Tinha minhas amigas, mas dentro de casa era só, brincava só, não conversava, era sempre repreendida, pais sisudos, mal humorados, bravos... Mas como toda criança, era feliz e me virava com o que podia.
Bonecas eu tive poucas. Até hoje tenho duas: a beijoca, uma pequenininha que eu a chamo de boneca da banheirinha porque vinha junto uma banheirinha cor de rosa e uma outra também a Susie, que não tenho mais. Minha paixão de infância era as bonecas. E fazia roupinhas para elas. Mas de papel, porque minha mãe não me deixava mexer com agulha. Então eu cortava o papel e colava com sabonete. Durava pouco tempo, mas adorava brincar disso.
Também tinha os brinquedos de dona de casa: fogão, louça, panelinhas, até batedeira e liquidificador que funcionavam à pilha. E uma amiga minha tinha um forno à pilha que funcionava de verdade. Mas isto era um luxo que não me pertencia.
Eu brincava demais, o dia todo, minha casa era bem simples com um quintal imenso com pé de abacate, pêssego, milho, limão e flores, muitas flores. Era o meu canto preferido.
Desde aquela época eu já inventava moda, imaginava coisas e criava onde já não tinha mais o que criar. Pegava uma latinha e fazia um brinquedo, ou então um chuchu e espetava quatro palitinhos nele e virava um bebezinho, fazia um barro mais durinho, colocava nas forminhas, desenformava e enfeitava com flores virando um bolo de aniversário. Isso eu adorava mesmo.
Depois veio a época de escola e tudo foi ficando mais escasso.
Uma paixão que tinha era bicicleta, mas nunca a tive. Nem por isso deixei de aprender a andar. Usava emprestada de uma amiga e aprendi sozinha, na rua.
Era muito tímida mas mesmo assim era fácil de me enturmar. Na escola sempre tinha a turma da "matança" e eu era uma das boas. Depois veio a era do vôlei que também era boa. E do basquete... era péssima.
E o que eu gostava de comer nessa época?
Minha mãe fazia bolos para vender, e eu sempre ficava com as beiradas que ela tirava... e rapar a tigela com a massa crua, que adoro até hoje.
Comida simples, mas que gosto até hoje: arroz, feijão, carne moída e ovo frito. E vez ou outra, batata frita. Ah, para mim não precisa de mais nada. E também de vez em quando, tubaína guaraná maçã. Ainda hoje, quando vejo no supermercado, agora em Pet, sempre compro. Adoro!
Eu não sou boa cozinheira, mas naquela época, eu já aprontava as minhas na cozinha.
Sempre que minha mãe saía e me deixava só em casa, eu pegava banana, cortava em rodelas, e colocava açucar pra derreter e jogava por cima das bananas. Ficava uma delícia. Engraçado que já tentei fazer igual e não consegui. Acho que perdi a mão das bananas com açucar queimado.
E tem também o lanche da escola que não esqueço e que gosto até hoje: pão com ovo frito.
Isso sem falar do bolinho de chuva de minha avó e também do chá de "cheiro" que ela fazia. Depois de muitos anos que fui descobrir que esse chá era água fervida com açucar. Mas o amor era tão grande que ficava uma delícia, que só ela fazia. E o pão caseiro? Ela me ensinou, mas não chega nem aos pés do que ela fazia.
Ah que saudades de tudo isso...
A gente cresce, conhece outros sabores, outros valores, mas a infância, seu sabor, seu cheiro... isso fica para sempre!
E vocês? O que mais marcou a vida de vocês?

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Dia de Nossa Senhora Aparecida.
Eu, desde que me entendo por gente sou devota dela. E mesmo não tendo a religião católica na infância, sempre recorri à ela e sei que fé não se explica, mas sempre me senti acolhida por essa mãe de todos, o seu carinho, a sua atenção, o seu cuidado. Não sei explicar, mas sinto tudo isso.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Júlia

Menina ótima, boa filha, boa mãe, boa esposa, excelente amiga e... infeliz!
A familia toda muito religiosa, extremamente rígida e seguidora de uma religião castradora, que classifica o mundo como o céu e o inferno, e cujo demônio está em todos os prazeres que o ser humano já viveu. São completamente contra tudo que possa trazer bem estar ou alegria excessiva ao homem. Mas como eles mesmos dizem, são felizes como são e amam à Deus acima de todas as coisas e seguem seus ensinamentos à risca, evitando todo e qualquer tipo de pecado, para um dia, seguirem na vida eterna, no paraíso.
E Júlia criada nesse ambiente, não entendia muito, mas aceitava tudo o que lhe falavam..
Júlia, uma criança comportada, boa aluna, temia a Deus e preferia obedecer do que contestar os seus ensinamentos. Mas isso não significava que aceitava tudo. Apenas vivia como era acostumada.
Cresceu e se casou com o primeiro namorado, também frequentador da mesma igreja que ela.
A relação era mais de respeito do que de compartilhar momentos de um casal. Eram felizes, ou seja, demonstravam isso para todos que os viam.
Não demorou e veio o primeiro filho. Os ensinamentos continuavam em mais uma geração.
Um dia seu marido, o Jorge, foi escalado para trabalhar em outra cidade, bem longe de sua natal. Era um excelente emprego e não poderia dizer não a esta oportunidade.
Júlia, como ótima esposa, compreensiva, apoiou o esposo e disse que faria tudo para que desse certo nessa nova empreitada, que com certeza, lhe trariam grandes benefícios.
E lá se foi Jorge. Ficaria longe por um ano ou mais.
Jorge também era uma excelente pessoa, calmo, compreensivo, amoroso, respeitador, seguidor e temente a Deus. Mas era homem e conhecia, bem escondido, todos os prazeres que a vida pode proporcionar a uma pessoa. Ninguém sabia, mas ele sabia e gostava. Tudo escondido.
Passados três meses de sua ausência, Júlia não tendo muito o que fazer, começou a fazer uma limpeza na casa, nos lugares mais escondidos, dentro do armário de roupas, num lugar bem alto e bem lá no fundinho e... tá! Achou o que não devia. Vídeos pornôs.
Não tinha ideia do que seriam aqueles vídeos, mas colocou no aparelho e começou a assistir.
O que Júlia estranhou foi que não chocou nem um pouco com aquelas imagens, gostou e assistiu todos. Guardou em seu devido lugar.
Passaram dias e tá lá Júlia mexendo nos vídeos e novamente assistindo. Agora um fogo começou a lhe subir o corpo e ficou com medo. Guardou tudo rapidinho. Esse era um segredo que jamais contaria para ninguém. Queria mesmo era esquecer tudo aquilo.
E esqueceu.
Um dia, caminhando pelas ruas, sentiu sendo olhada além do normal por um rapaz que era vizinho. Era insistente o olhar e isso incomodou Júlia, apesar de ter se sentido bem com essa atitude.
O rapaz teve coragem e chegou até Júlia e a cumprimentou. Ela gelou. Ele insistiu. Ela resistiu mas foi gentil.
Isso se repetiu por vários dias e Júlia cada vez mais encantada com o seu novo admirador. Outro segredo guardado à sete chaves.
Conversa vai, conversa vem e já estavam num relacionamento amoroso e sexual. Júlia, finalmente conheceu os "pecados" que tanto sua igreja condenava. E o pior... adorava tudo isso. O proibido, o pecado, a sensação de ser desejada, o fogo lhe ardendo o corpo... Tudo isso era mais forte que tudo que aprendera até então. Mas também se punia por pensar assim e cada vez mais temia a Deus, se martirizando.
- Já sou uma pecadora mesmo, então vou fazer o que tenho vontade...
Era essa agora a nova Júlia. Não se sentia culpada de nada, apenas queria viver como gostava, com todos os pecados da carne, vestir o que tivesse vontade, ir onde quisesse e conversar com quem gostasse.
- Estou grávida!
Essa bomba não esperava. E agora? O que fazer? O desespero tomou conta de sua vida.
Passou um mês, dois, três e não dava mais para esconder... E agora?
Não pensou muito e num gesto de desespero ligou para Jorge e lhe jogou a bomba!
- Jorge, vamos ter outro bebê... estou grávida! Não é ótimo isso?
- ?????????
- Alô, Jorge, está aí? Alô?????
- Júlia, o que fez?
- Estou grávida, vamos ter outro filho... você vai ser pai de novo!
- Júlia, você sabe que esse filho não é meu...
- Como não Jorge, somos casados, e estou grávida... estou muito feliz com isso!
- Júlia, eu vou voltar e conversaremos....
Quando Jorge retornou antes da data prevista, a primeira atitude foi compreender a situação de Júlia. Conversaram muito, calmamente até que Júlia aos prantos confessou o que acontecera.
Não restou outra atitude a não ser se separarem, o que chocou toda a família, pois nunca, em momento nenhum não havia casos de separação.
Jorge seguiu sua vida, voltando para aquele lugar de trabalho e nunca mais saiu de lá.
Júlia, teve o bebê, ficou sozinha, não se casou novamente, mas também não era mais frequentadora daquela religião opressora. Era livre, se sentia livre e era feliz como era...
Solteira mas não solitária... E feliz!

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Um dia eu ouvi de uma pessoa comum, mas que escondia o que fazia (bobagem dela), que antigamente teve um aborto espontâneo, que nem sabia que estava grávida, que o feto deve ter formado sozinho.... 
Fiquei só escutando, não tive coragem nem de comentar nada e nem responder...

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Os três amores

Dentre tantos emails que recebo, tantos tão lindos, que vou compartilhar um pouco aqui no blog.


O primeiro amor
É o inesquecível!
A descoberta dos sentidos, das emoções, da adolescência, quando tudo é desconhecido!
É o primeiro beijo, o primeiro sonho; é cego, inconsequente, audacioso.
É na sua pureza, sem nenhum medo, vai à busca do "ser feliz até que a morte os separe"
Maravilhoso seria se essa união fosse eterna, mas... o tempo passa... e se os valores mudarem, ou o destino interferir, ele torna-se imortal apenas na lembrança, mas sua ternura nunca será esquecida!!!

O segundo amor
A busca continua, a maturidade chega; e no auge das emoções, pensando que tudo se conhece, surge um novo amor.
É aquela paixão desenfreada, enlouquecedora, onde é quase insana a doação de corpo, alma e espírito; com o vigor e a fúria de verdadeiros amantes.
É um amor que se mascara de maduro pela experiência adquirida, é a tentativa de corrigir os erros cometidos no primeiro amor, mas a pessoa é outra!
Não há lugar para guardar a bagagem do primeiro amor, dos hábitos criados, dos traumas que ficaram no cantinho dessa bagagem, e apesar do grande amor... não dá para conviver com fantasmas. E quando esse amor se vai deixa dor e saudades.

O terceiro amor
Maduro, consciente, sem ansiedades, sem fantasmas.
Traumas?
Ah... o tempo se encarregou deles!
Vínculos?
Já não existem mais!
Presente está a liberdade para amar novamente!
E amar gostoso como dois adolescentes do primeiro amor e com toda a fúria do segundo, com paixão, atração, desejo, tesão, vibração... sentindo mais forte os prazeres dos outros amores!
Os sentimentos que nunca foram esquecidos renascem!
Os sonhos não são mais sonhos!
São realidade, não importa a idade!
A busca acabou; o verdadeiro amor já é hóspede eterno de dois corações apaixonados!

"Não importa quantos amores tenhamos tido, a felicidade está em encontrarmos um amor que ao mesmo tempo se instale em dois corações"


Marilene Laurelli Cypriano

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"O ser humano é dotado de um amor imenso. Eu não acredito em alma gêmea, apesar de existirem pessoas que tem a sorte de encontrar o amor com um único parceiro. Isto seria o ideal. O tempo muda, os sentimentos mudam, as espectativas também, assim como os valores. Estamos sempre em busca deste ideal, e é bom não desistirmos nunca, porque aí sim, a vida perde todo o sentido. Vida é amor. Amor é vida."
Clara


Um ótimo fim de semana para todos!!!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Quase meio século

Virgi....
4.6, e eu digo com muito orgulho.
E também digo que é a minha melhor fase, meu melhor momento, minha melhor vida, meu melhor juízo (mentiraaaaaa), meus melhores amigos, minha melhor satisfação, meu melhor presente...
Fazendo um tour pelo meu passado, eu continuo dizendo: EU SOU UMA PESSOA DE SORTE!
Como todo mundo, tive muitos problemas, muitas tristezas, muitas desilusões, muitas traições, mas passei por todas elas e cá estou feliz com tudo o que tenho.
A minha maior satisfação é ver meus filhos crescidos, de bom caráter, felizes e bem humorados.
Hoje eu digo: a minha casa é um lar!
Hoje também eu digo: eu sou uma pessoa lotada.... lotada de amor, de afeto, de carinho...
E também digo que sou completamente vazia: de ódio, de raiva, de intriga, de inveja, de amargura... Isso não me pertence mais.
Hoje, esse presente, eu comemoro com todos vocês que me enchem de alegria e que carinhosamente ou por curiosidade vêm até aqui ler o que eu escrevo, e deixam comentários ou não.
Obrigada!

Que bom se eu pudesse fazer uma festa, tipo daquelas de 15 anos, com um bolo desse e convidar todos vocês....



Mas dinheiro nenhum nesse mundo paga um bolo feito com todo o carinho e o sabor não se acha nem nos mais caros e raros ingredientes...

Que ótimo seria brindar com um champagne legítimo, daqueles que poucos de nós temos a chance de provar...


Mas eu descobri na verdade, que o bom da vida é fazer o que tem vontade, e que não são as coisas mais caras que nos fazem sorrir, e que a liberdade é você não ter vergonha de gostar do sabor de uma infância simples, em que essas regalias se viam só no Natal, mas que ficam tão marcadas em nossa mente, que o sabor permanece para sempre. Sabor de criança, de alegria, de festa, de pureza, de humildade, de inocência, tempo em que não temos a menor noção do que é ser adulto e acabar com todo esse encanto.

Então, meus queridos, já que eu estou quase com meio século de vida, e que já sou uma pré-idosa...
Um brinde com bolo de chocolate e tubaína... À vontade.... E depois podem levar um pedacinho para a mãe que ficou em casa, viu!!!!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A Invenção da roda

Gigante... A invenção da Roda Gigante.
Não se tem notícia de uma pessoa em particular, mas as primeiras evidências vieram da Mesopotâmia por volta do quinto milênio ac.
Antes eram descritas como "rodas de prazer" pelo viajante inglês Peter Mundy em 1620, na Turquia.
A primeira maior Roda Gigante projetada e construída foi em 1893 para rivalizar com os 324m da Torre Eiffel por George Washington Gale Ferris, Jr., um construtor de pontes. Ficou conhecida como a Roda de Ferris com 80,4m de altura, em Chicago.
A mais antiga Roda Gigante, ainda em operação se encontra em Viena, na Áustria e tem 64,75 m, construída por Wiener Riesenrad.
E hoje, a mais alta Roda Gigante se encontra em Singapura, criada em 2008, com 165m de altura. É a Singapore Flyer.
Mas eu gostaria muito de saber: será que não tinham coisa mais importante pra inventar não?
Qual é a graça de entrar dentro de um quadradinho, ir subindo devagar, depois descendo devagar... E no meio do caminho ela para e o quadradinho fica balançando...
Que coisa mais medonha... Eu prefiro tortura chinesa à subir numa roda dessa. Deus me livre!
Na verdade digo isso porque tenho fobia à altura. Até salto alto me deixa zonza... Já andei de Roda Gigante mas não tão alta assim.
E quem tem fobia à altura sabe a agonia que é estar nas alturas. A primeira coisa que nos vem à cabeça é pular para acabar com o tormento. É um tormento!!!
Engraçado que montanha-russa eu gosto. Acho que é porque é muito rápido e não dá  para ficar pensando na altura e sim na velocidade... E eu gosto de velocidade. Deve ser isso. E o bom da montanha-russa é extravasar mesmo, berrar até perder a voz... Relaxa que é uma beleza!


Fonte: Yahoo.com
            wikipedia.org/wiki/Roda-Gigante

Essa é de Londres.... Deus me livre!!! Olha a altura...

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Esse tal borogodó

Está no Michaellis:
Borogodó = atrativo físico muito peculiar.

Mas só isso? Eu diria que é muito mais que isso. É um conjunto da obra, o modo da pessoa se portar, de falar, de andar, de respirar, de sorrir e principalmente de olhar... Irresistível.
Geralmente não é tão bonita assim, é comum, mas tem um "quê" que não se decifra, que ninguém entende e nem enxerga, mas está lá. É um mistério, um plus.
Eu conheço algumas pessoas assim, que quem as vê não consegue enxergar esse "dom", não entende como elas têm tanto sucesso com as pessoas.
Isso mesmo, o homem com borogodó não fica sozinho nunca. É a tal pegada que todos falam.
A mulher que já teve a oportunidade de se relacionar com um homem assim, sabe do que eu falo. É alucinante.
Mulheres quando têm borogodó, também costumam ser muito populares, nunca estão sozinhas e geralmente as outras não entendem como elas, apesar de comuns, conseguem se relacionar tão bem, ser queridas por todos.
A mulher também tem pegada, não tem medo ou vergonha de fazer o que tem vontade, e nem se importa com circunstâncias que possam gerar um mal-estar no meio em que vive.
Agora, homem ou mulher que possuem borogodó, ninguém segura mesmo, e são inesquecíveis, deliciosos... Tipo que enlouquece qualquer um, que ficam procurando o que têm de diferente e não encontram.
É a pessoa que lhe arrasta num canto, lhe encosta na parede, lhe vira do avesso, lhe arranca sensações nunca antes sentidas, lhe faz viver momentos tão alucinantes que o mundo acaba e você nem se importa com isso.
É a pessoa que lhe pega de imprevisto, na surpresa, sem você estar esperando e sem ter a mínima ideia do que vai acontecer, mas vai cedendo, cedendo e quando se dá conta, já fez tudo que nunca imaginou fazer na vida.
É a pessoa que vai chegando tão devagar, sem fazer barulhos, lhe arranca a roupa com os olhos, lhe tira o fôlego com beijos, que expulsa sua alma e lhe faz voar nas nuvens...
É a pessoa que apesar de ter somente dois braços, lhe imobiliza como se tivesse uma anestesia em sua boca, que colada à sua,  a única que coisa que consegue fazer é corresponder.
É a pessoa que não dá certeza nenhuma de nada, que lhe faz pensar e não compreender nada, que você nunca vai saber se aquele momento irá se repetir, portanto, na exata oportunidade, a entrega é total.
É a pessoa que além não dar a certeza de nada, não fica perguntando ou pedindo autorização,  apenas faz e pronto!
É a pessoa que nunca passa despercebida por onde anda, tendo sempre quem gire o pescoço para dar uma olhada.
Mas também tem aquela que não demonstra nada, que só quem a conhece na intimidade que vai se surpreender de verdade. Aí, meu querido, já foi!
É uma pessoa que está acima de qualquer suspeita, que tem um ímã no corpo... O borogodó e pronto!
Quem tem tem, quem não tem, que se ajeite com outros artifícios.
Acho que não preciso dizer mais nada.

E agora? Será que alguém me conta se conhece ou se conheceu alguém assim?

Esse tem! Eu acho que tem!