sexta-feira, 11 de março de 2011

Mulheres - Vó Dida


À minha querida vovó Dida.
Com todo o meu carinho, dedico esse dia à ela, minha avó materna, doce em pessoa.
Que me ensinou desde pequenininha os segredos da vida.
Que me abraçou, me beijou, me deu carinho, balas, doces, pão caseiro
Que um dia me ensinou a fazer o pão caseiro, mas só ela tinha aquelas mãos capazes de colocar aquele aroma e aquele sabor naquele pão.
E que junto com o pão fazia pra nós netos um chá delicioso, docinho... Que mais tarde descobri que não passava de água fervida com açúcar.
Que sempre vinha com um sorriso ao meu encontro, quando eu chegava à sua casa e me chamava de negrinha - a única neta com apelido.
Que cuidou de meu avô até seus últimos minutos de vida.
Que aguardou sem reclamar, um filho construir uma casa nos fundos pra que ela não ficasse mais sozinha.
Que me contava histórias fabulosas de sua juventude, junto com meu avô.
Que, apesar de ser tão pequena, gerou 7 filhos parrudos.
Que bordava coisas belíssimas, que eu tenho como recordação.
Que sempre chorou sozinha, depois de viuva, sem que ninguém percebesse, só pra não incomodar ninguém.
Que falava baixinho, que ria baixinho, que caminhava devagar sem fazer barulho.
Que não falava onde lhe doía, pra não ter que incomodar em levá-la ao médico.
Que, quando recebia a pensão, sempre comprava alguma lembrancinha pra algum fillho.
Que sempre me aconselhou, apesar de nunca a ter ouvido e obedecido.
Que sempre foi esse doce de pessoa, tão simples, sem a escrita e sem a leitura, apesar de netos formados professores.
Que mesmo sem leitura, sabia o número do telefone de todos os filhos, caso precisasse e caso sentisse saudades.
Que mesmo antes de sua partida, não deu trabalho, não reclamou, não chorou, mesmo à caminho do hospital, mesmo com dores, aquele sorriso estampado no rosto sempre estava lá.
Hoje ela não está mais aqui... E a saudade aperta... Dói... É cruel...
Mas eu me orgulho, que apesar de ter tido uma pessoa maravilhosa como avó, apesar de ter fobia a doenças, cuidei, acompanhei minha avó enquanto estava lá no hospital sendo muito bem tratada pelas enfermeiras e médicos.
Mas aos 84 anos, se foi... E deve estar ao lado de seu amado, o meu avô.
Vovó Dida, eu te amo eternamente!


Erasmo Carlos - Mulher, mulher...







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